O capítulo 31 de Provérbios apresenta o consumo de vinho como algo negativo: essa bebida entorpece a mente das autoridades, fazendo-as se esquecerem da lei e perverterem o direito (Pv 31:4, 5). E aquilo que prejudica a mente das autoridades deve também prejudicar a mente das demais pessoas.
No entanto, como uma exceção, é dito para se dar bebida forte “aos que perecem e vinho aos amargurados de espírito” (Pv 31:6). Esse verso bíblico tem sido empregado para justificar a ingestão de bebidas alcoólicas por prazer ou como antídoto contra o estresse do dia a dia e as mágoas que, vez por outra, se abatem sobre todos. Estaria ele justificando a ingestão de bebidas alcoólicas, como beber socialmente ou “para esquecer”? Outros pensam que esse verso bíblico permite o uso de bebidas embriagantes apenas para doentes em fase terminal, como antídoto contra a dor e as angústias advindas de uma situação extrema. Afinal, nos tempos bíblicos, esse era o costume, visto que em Israel não se usavam as modernas drogas (morfina, por exemplo) contra a dor.
Deve-se notar ainda que a expressão “os que perecem” está em paralelo sinônimo com “os amargurados de espírito”, uma lançando luz sobre a outra. Ou seja, os “amargurados de espírito” são os mesmos “que perecem”. E essas expressões apontam para alguém que está morrendo, em fase terminal, ao qual deviam ser dadas bebidas embriagantes para alívio da dor e da angústia. Esse verso não está absolutamente permitindo bebidas embriagantes a pessoas sadias, que não estejam passando por situações extremas, nem correndo risco de morte iminente.
Com respeito às bebidas alcoólicas, sejam elas feitas do suco de uva fermentado ou de algum cereal, como a cevada, o melhor que alguém deveria fazer é abster-se totalmente. A verdade é que nunca se sabe até onde irá alguém que ingeriu o primeiro gole. Na dúvida, não prove. Siga o conselho paulino: “Não vos embriagueis com vinho […], mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5:18). A embriaguez começa com a primeira dose.
Se o que temos, ao nosso redor, é perplexidade e preocupação quanto ao futuro, Deus tem uma perspectiva diferente.
A reserva de lágrimas acabou.(...)
O que fazer quando o fim parece não ter fim? Quando as notícias mergulham o coração de todos nós em um abismo de luto, dor, pranto e questionamentos. Mas a pergunta não deveria ser “por que”, nem “para que”. Já viu gente assim? Buscando sempre um chão de razão enquanto todos flutuamos absortos no imponderável? Sou daqueles que rejeita fortemente toda e qualquer explicação sobre um mini deus masoquista. Recuso aceitar passivamente que “Deus quis assim”. Quer saber? A pergunta certa é: “até quando”? Até quando a saudade da separação será maior que o abraço do conforto? Até quando um desbravador desenhista será baleado por se colocar entre o assassino e uma desconhecida? Ou a intolerância religiosa devastará mesquitas e adoradores? Ora, a cordilheira de lama arrastando sonhos ainda nem secou e já parece que Brumadinho aconteceu décadas atrás?
Escrevo hoje menos ON e mais OFF. Sou humano. Sou pai. E filho de Deus. Dias assim estremecem meus alicerces da fé, mas jamais os destroem. Fico firme, mesmo trêmulo. Porque nada de extraordinário deixou de ser revelado pelo alerta profético. Está lá na Bíblia: “nos últimos dias haverá tempos extremamente difíceis” (2 Timóteo 3:1). Só que, na verdade, cismamos em pensar que não seria tão grave assim. Paremos com isso! O pecado é terrível, o inimigo é monstruoso e, do Éden à pequena nuvem no Céu, viver neste mundo é sobreviver no submundo distorcido dos sonhos de Deus.
Pr. Alberto R. Timm, Ph.D.
O que Jesus queria dizer com a expressão "passar um camelo pelo fundo de uma agulha" (Mateus 19:24)?
"As palavras 'passar um camelo pelo fundo de uma agulha' são uma expressão proverbial semelhante a várias outras usadas no mundo antigo para descrever uma impossibilidade". Em Mateus 19:16-30 (ver também Marcos 10:17-31; Lucas 18:18-30) aparecem o relato do jovem rico, que não conseguiu se desvencilhar de suas posses materiais, e as declarações de Cristo sobre o perigo das riquezas. Depois que o jovem "retirou-se triste", Cristo afirmou: "Em verdade vos digo que um rico dificilmente entrará no reino dos céus. E ainda vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus" (Mateus 19:22-24).
Alguns comentaristas bíblicos procuraram minimizar o efeito paradoxal da expressão "passar um camelo pelo fundo de uma agulha" reinterpretando o significado dos termos "camelo" e "fundo de uma agulha". Por exemplo, há quem diga que a palavra "camelo" se refira aqui não ao próprio animal conhecido por esse nome, mas a um "cabo" ou "corda" de navio. Os defensores dessa teoria se baseiam no fato de que alguns manuscritos bíblicos, produzidos vários séculos depois de Cristo, trazem nesse verso a palavra "cabo" em vez de "camelo". Como no original grego os termos "camelo" (kámelos) e "cabo" (kámilos) possuem certa semelhança entre si, é provável que alguns copistas e tradutores do Novo Testamento tenham substituído intencionalmente o termo "camelo" por "cabo".
Outra teoria popular pretende identificar o "fundo de uma agulha" com uma suposta portinhola lateral nos muros de Jerusalém, pela qual passavam os pedestres quando os grandes portões daquela cidade já estavam fechados. Embora as portinholas de algumas cidades mais recentes da Síria fossem denominadas de "olho da agulha", não existem evidências de que esse era o caso com Jerusalém nos dias de Cristo. Como a teoria da portinhola surgiu séculos depois de Cristo, não cremos que Ele a tivesse em mente no texto em consideração. As palavras "passar um camelo pelo fundo de uma agulha" são, sem dúvida, uma expressão proverbial semelhante a várias outras usadas no mundo antigo para descrever uma completa impossibilidade. Mesmo na literatura judaica posterior aparecem alusões ao "elefante" como incapaz de passar pelo fundo de uma agulha. Sendo que os discípulos estavam bem mais familiarizados com o camelo do que com o elefante, Cristo decidiu contrastar o maior dos animais da Palestina (o camelo) com o menor dos orifícios conhecidos na época (o fundo de uma agulha).
As tentativas de interpretar o "camelo" como um cabo e o "fundo de uma agulha" como uma portinhola acabam enfraquecendo, portanto, a força do argumento de Cristo. O texto de Mateus 19:16-30 deixa claro que o propósito de Jesus era levar Seus discípulos a entender a completa impossibilidade de alguém, semelhante ao jovem rico, ser salvo enquanto ainda apegado às suas riquezas. O problema não está nas riquezas em si, mas no apego indevido a elas. Mas quando o ser humano aceita o convite à renúncia de si mesmo (ver Mateus 16:24-26), aquilo que é "impossível aos homens" se torna possível ao poder transformador da graça divina (Mateus 19:26).
Em uma rápida leitura do verso de hoje, poderíamos concluir que Israel estava sendo convidado a esquecer-se de seu passado negativo. Não deveria se lembrar dos capítulos escuros, de fracassos, idolatria, prostituição e desvios da vontade de Deus. Sem dúvida, havia na história do povo escolhido muito para ser esquecido.
Contudo, em uma leitura mais atente, os versos 16 e 17 parecem indicar, pelas referências às intervenções divinas, que o que deveria ser esquecido era o passado positivo, e isso pode parecer mais confuso. Deveriam se esquecer do êxodo, da travessia do Mar Vermelho e da vitória sobre o arrogante Faraó?
Todos nós temos um passado negativo que deve ser esquecido. Falhas, desvios ou ocasiões em que fomos vítimas inocentes dos caprichos da vida. Muitos vivem em casas muradas, amedrontados por fantasmas do “ontem”. Nenhum avanço é possível enquanto estamos olhando a vida pelo retrovisor, perdendo novas oportunidades. Por outro lado, há o perigo de nos tornarmos prisioneiros do passado positivo, em que o sucesso, realizações e mesmo bênçãos concedidas tornam-se grandes obstáculos para qualquer avanço. Assim como há os que vivem assustados pelas experiências do passado negativo, há também os que são prisioneiros em palácios de recordações, nostalgia e saudosismo, sem nada esperar do futuro. Vivem acomodados naquilo que “aconteceu”. Isso é uma realidade em muitas áreas da vida. No casamento ou na vida profissional.
O verso 19 sugere outra realidade: “Eis que faço coisa nova”. A questão não é simplesmente esquecer o passado, mesmo que ele seja positivo, mas não permitir que o passado nos limite, como se Deus não tivesse nada mais para fazer por nós. Desse ponto de vista, o texto de Isaías que nos orienta a não nos lembrarmos “das coisas passadas” tem um extraordinário apelo para nós hoje. As coisas novas de Deus não nos permitem ficar acomodados. Não importa o que Ele já tenha feito em seu favor, você ainda não viu nada. Isso é verdade não por causa de nossa criatividade, mas por causa dEle, que sempre Se excede no que faz. Olhe com confiança para o que está à sua frente. Ele fará coisas novas por você, em sua vida espiritual, em seu casamento, família, atividades, estudos e realizações. Creia, o melhor está à frente!
Além da oração, a vida devocional é feita de um outro elemento indispensável: o estudo diário da Bíblia. Assim, deveríamos meditar, a cada dia, em um capítulo desse livro. No entanto, meditar é um termo controverso em nossa cultura. Algumas pessoas olham para a prática como uma experiência mística que nos tira do contato com o que nos cerca, algo mais voltado para a contemplação e sem ligação com a vida prática.
Uma busca na internet pela palavra “meditação” nos leva a incríveis 11.400.000 resultados. Mas a maioria deles não tem nenhuma ligação com o que a própria Bíblia apresenta sobre o assunto.
De acordo com o teólogo Adolfo Suárez, o termo “meditar” usado nas Escrituras vem da palavra hebraica hagah e significa, literalmente, “murmurar”, “balbuciar”. O raciocínio é o seguinte: quando alguém “balbucia” continuamente a Palavra de Deus, pensa constantemente nela. É como se a pessoa estivesse o tempo todo falando da Bíblia num tom baixo e suave.
Sendo assim, meditar está mais ligado a estudar, pensar, refletir e raciocinar do que com os aspectos místicos e contemplativos apresentados pela cultura oriental e assimilado por muitos cristãos.
Há alguns anos tenho usufruído da bênção de ter um método de estudo da Bíblia. Me permitam compartilhar minhas descobertas nesse aspecto. Nasci em um lar cristão e desde cedo fui orientado a ler a Bíblia diariamente. Em um ponto da vida, alguém me apresentou um plano de leitura chamado “Ano Bíblico”. O objetivo é ler quatro capítulos por dia para, em um ano, concluir toda as suas páginas.
Usei esse método por uns 12 anos, mas em algum momento aquela leitura começou a se tornar um fardo para mim. Eu não sentia nenhum prazer em ler a Bíblia. Tudo se tornou mecânico e sem vida. Então percebi que estava simplesmente lendo, e não estudando ou meditando.
Descobri na prática o que fora escrito há dezenas de anos: “O estudo superficial da Palavra de Deus não pode satisfazer os reclamos que Ele espera. Ler certo número de capítulos diariamente sem dar cuidadosa atenção ao sentido do texto sagrado é de pouco proveito” (A maravilhosa graça de Deus, pág.201).
Não tenho palavras humanas para descrever o que esse método de estudos da Bíblia tem significado em minha vida, mas um de meus autores preferidos pode me ajudar a descrever. A W. Tozer diz: “Um homem sincero com uma Bíblia aberta, um caderno de notas e um lápis sem dúvida encontrará bem depressa o que há de errado consigo próprio.”
Portanto, tenho um desafio a lhe fazer: comece a estudar a Bíblia seguindo um método. Não precisa ser necessariamente o que descrevi, mas, urgentemente, pare de ler a Bíblia e comece a estudá-la.
Uma parte do Brasil da a impressão de tentar fugir do estereótipo de país do Carnaval, mas, na prática, a festa continua mais popular do que nunca e com patrocínio público e privado que lhe dá longevidade. Nos últimos anos, a participação de entidades e igrejas cristãs parece ter aumentado nesse que se transformou em um negócio lucrativo para muitos. E qual é a posição bíblica a respeito do Carnaval? Há algum tipo de aprovação, da parte de Deus, para a realização e participação nessa festa?
Antes de mencionar a Bíblia, é prudente compreender a história do Carnaval e o que hoje essa festa representa no Brasil. Segundo alguns sites de história, a origem do carnaval é desconhecida. Há os que atribuem a origem dessa festa aos cultos agrários realizados pelos povos primitivos, dez mil anos antes de Cristo, quando esses povos celebravam as boas colheitas com cânticos e danças. Outros atribuem às festas em homenagem a deusa Ísis e ao boi Ápis, no Egito antigo, ou ainda na Grécia e Roma antigas.
Segundo o Guia do Estudante da Abril, voltado a quem estuda, “eram grandes festejos pagãos, cheios de comida e bebida, para comemorar colheitas e louvar divindades e ocorriam entre novembro e dezembro”. O site Brasil Escola, também referência para pesquisas, informa que “o carnaval é uma festa que se originou na Grécia em meados dos anos 600 a 520 a.C. Através dessa festa os gregos realizavam seus cultos em agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção. Posteriormente, os gregos e romanos inseriram bebidas e práticas sexuais na festa, tornando-a intolerável aos olhos da Igreja”. Na edição de 2002, a revista Superinteressante divulgava que “só no século VII, na Grécia, o Carnaval foi oficializado como festejo à honra de Dionísio, deus do êxtase e do entusiasmo. A partir daí, os carnavais passaram a incluir orgias sexuais e etílicas – uma característica que chegou ilesa aos dias de hoje”. E a Igreja Católica, que inicialmente combatia os festejos carnais, acabou incorporando o feriado ao seu calendário oficial e o Carnaval passou a ter aval religioso também.
Conceito claro – Basta perceber, nos textos sobre a história do Carnaval, as palavras-chave mais usadas para se ter uma noção do conceito que caracteriza a festividade. Termos como pagão, orgia, bebidas e prazer dão uma ideia bem definida do que se trata o Carnaval. Foi uma invenção humana para tentar celebrar algo com as divindades aceitas por aqueles que não creem em um Deus único e pessoal tal como descrito na Bíblia Sagrada.
Na Bíblia, Deus não aprova quaisquer práticas que desvirtuem o casamento ou a sexualidade. O sexo foi estabelecido no Éden quando Deus uniu homem e mulher como uma só carne e não deu margem para que fosse praticado de maneira despreocupada ou inconsequente. Pelo contrário. Em toda a trajetória do povo de Israel, o Senhor deixou claro que um dos segredos do êxito estaria em seguir os conselhos divinos e fugir do mau exemplo de nações vizinhas quanto à adoração de vários deuses e tudo que isso acarretava como orgias e bebedeiras. Aliás, a embriaguez que leva a uma dificuldade de racionalmente estar em contato com Deus, por causa da alteração fisiológica, também não tem a aprovação divina. Os episódios que envolveram Noé, Ló, o rei Elá e outros demonstram claramente que o uso de bebidas alcoólicas em excesso não teve bons resultados.
E eu pergunto: o Carnaval mudou muito desde suas origens pagãs romanas ou gregas? Provavelmente não. Entre as grandes patrocinadoras da festa no Brasil estão cervejarias e até mesmo o governo faz questão de incentivar muita festa e busca por prazer sensual desde que a pessoa use preservativos para evitar doenças venéreas ou AIDS. Ou seja, orgia, depravação sexual e embriaguez continuam sendo palavras-chave da festa dos tempos atuais.
Testemunho prejudicado – Diante disso, é preciso refletir sobre se há espaço para pessoas cristãs, que dizem seguir os ensinamentos bíblicos, nessa festa popular. O argumento comum de muitos cristãos que vão, até mesmo em blocos organizados, para esse tipo de evento é que estão ali para influenciar, para serem o sal da terra. Só devem atentar para o fato de que o ambiente não é propício para esse tipo de intenção. Pessoas dispostas a ter o máximo de prazer sensual e carnal, muitas delas entorpecidas pelo uso de substâncias que alteram seu estado normal de consciência, dificilmente conseguirão absorver qualquer tipo de mensagem bíblica que exige a capacidade racional em seu melhor desempenho. Recordemos que Daniel, o humilde servo de Deus, não se atreveu a ingressar nas festas promovidas pelos monarcas babilônicos a fim de dar qualquer mensagem profética. Seu exemplo, como excelente profissional e fiel temente ao Senhor, falou muito mais alto e não o impediu de dar um testemunho. Mas você não lerá sobre Daniel misturado a uma festa pagã tentando mostrar os ensinos divinos.
Além disso, há o risco de levar jovens a esse tipo de local, pois muitos deles vivem uma luta espiritual a fim de se manterem ao lado de Cristo diante de tantas tentações. Conduzi-los a um terreno em que são abertamente realizadas práticas contrárias à Bíblia é submetê-los a uma provação que poderia ser evitável. Vai causar a nítida ideia de que, afinal de contas, o pecado não é tão desagradável, visto tanta gente sorrindo. Ainda que, em essência, essa alegria seja passageira e motivada por uma alienação da realidade.
Fico com o conselho de Paulo, que em Romanos 12:1,2 diz “rogo-vos irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com esse século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. Pessoas que desejam ter uma vida qualificada espiritualmente não podem experimentar ambientes em que o enfoque é saciar os desejos carnais.
Entre tantas evidências dos últimos dias da Terra estão também fenômenos sociais e humanos. Jesus pede que estejamos atento aos tempos, assim como alguém se atenta para o dia da colheita de uma figueira (Mateus 24). É costume dos cristãos que aguardam a volta de Jesus tentar se atentar a sinais mais literais e físicos, como o escurecimento do sol, queda das estrelas, etc. No entanto, existem outros fatores tão evidentes quanto, mas que por sua natureza subjetiva são menos observados. Mas talvez sejam os mais evidentes.
Na segunda carta a Timóteo, no capítulo 3, Paulo fala sobre o estado do homem no tempo do fim. Cada sentença poderia virar um texto diferente desta coluna, mas vou me ater a apenas uma dessas afirmações. Paulo diz que “nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis”. O que há de difícil nesses dias Paulo?
“Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem amor pela família, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem, traidores, precipitados, soberbos, mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando o seu poder”.
É verdade que o autor da epístola se refere a todo o período entre a primeira vinda de Cristo e Sua segunda vinda (período nomeado pela Bíblia como “os últimos dias”, a última fase de tempo da história do pecado). Porém, suas palavras são, como toda profecia, para cumprimento imediato e futuro. Sendo assim, temos aqui uma afirmação que narra o que Timóteo está vivendo. E o que nós também estamos vivendo, aqueles que estão na ponta do tempo mais próximos da segunda vinda.
Cada dia mais vemos as características que Paulo mencionou na humanidade. Nosso egoísmo se agrava com o tempo e nossa presunção também. Amamos mais o entretenimento que a Deus, os prazeres pessoais que o Criador. E aqui está a frase que quero destacar: Neste tempo, temos a forma de piedade, a aparência de piedade, mas negamos o poder de Deus.
Cada vez mais escuto discursos de amor. Todos vazios, embora muito coloridos e deslumbrantes. Fala-se muito dessa palavra. Bandeiras são erguidas e balançadas no horizonte em nome desse tal amor. Mas o que é amor sem Deus?
Sem Deus, o amor é a suposta benfeitoria do eu. É aqui que ele se esvazia. Se o que você faz de bom para o próximo não vem de Deus, então quem fez? Você, certo? Então quem é bom? Você! A usurpação do amor pelo eu é o ego procurando um enfeite para si mesmo. O amor legítimo esconde o ego. Deus nos deu o único meio de amarmos de verdade mesmo no estado do pecado: “Nós amamos porque ele nos amou primeiro” (I João 4:19). “E ele morreu por todos para que aqueles que vivem já não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2 Coríntios 5:15).
Deus nos deu o único caminho possível para amarmos sem a interjeição do eu. Amamos por causa dEle. O que conseguirmos fazer de bom pelos outros, não veio de nós, mas do nosso Pai. É Ele quem nos dá do Seu amor para que possamos compartilhar. A fonte, a inspiração e mais do que tudo isso, a razão para amar. A única. Qualquer outra coisa parece amor, mas fica só na aparência.
Porque, sem Deus, não há razão para o amor que não esteja no próprio eu. E o eu é todo o problema do homem, tanto nas palavras de Paulo, como no tempo em que vivemos. Que Ele nos salve do nosso eu, todos os dias (Lucas 9:23 – desafio a ir ler).
Os cristãos, ao longo dos séculos, têm aceitado a Bíblia Sagrada como a Palavra da verdade. Porém, especialmente desde o Iluminismo no século 17, muitos estudiosos afirmam que a Bíblia contém uma variedade de erros – equívocos doutrinários, erros científicos, contradições, discrepâncias relacionadas a nomes e números, bem como linguagem imprecisa. Antes de analisar essa ideia, precisamos compreender qual é a origem da Bíblia. De acordo com o próprio testemunho das Escrituras, “toda a Escritura é inspirada por Deus” (2Tm 3:16). Pedro afirmou que “nenhuma mensagem profética veio da vontade humana” (2Pe 1:21, Nova Tradução na Linguagem de Hoje). Essa verdade não se limita ao Antigo Testamento, porque os apóstolos consideravam sua mensagem como possuindo autoridade divina. Paulo, por exemplo, escreveu: “Ao receberem de nossa parte a palavra de Deus, vocês a aceitaram, não como palavra de homens, mas conforme ela verdadeiramente é, como palavra de Deus” (1Ts 2:13, Nova Versão Internacional).
A Bíblia foi dada por inspiração de Deus, mas os escritores bíblicos não foram meramente a pena ou caneta (instrumento de escrita) de Deus, e sim verdadeiros autores. Em outras palavras, eles escreveram os 66 livros da Bíblia usando seu próprio estilo pessoal, linguagem e forma de pensar – mas tudo sob a direção do Espírito Santo. Todos os livros da Bíblia, portanto, carregam as marcas da autoria humana. Podemos considerar isso como “o rosto humano da Bíblia”.
Alguns livros, tais como Reis, Crônicas e o evangelho de Lucas afirmam claramente que foram escritos por meio de pesquisa histórica (1Rs 22:39, 45; 1Cr 29:29; Lc 1:1-4). Alguns escritores bíblicos chegam a citar autores pagãos (At 17:28) e Judas parece se referir a um livro não inspirado (Jd 14, 15).
Ao lidar com declarações bíblicas, precisamos nos lembrar de que os escritores bíblicos frequentemente utilizam linguagem não técnica, comum, do dia a dia, para descrever o que aconteceu. Por exemplo, eles falam sobre nascer do sol (Nm 2:3; Js 19:12) e pôr do sol (Dt 11:30; Dn 6:14), ou seja, utilizavam a linguagem baseada na observação e não uma linguagem científica precisa. Não podemos ler esses textos e concluir que a Bíblia ensina que o Sol gira em torno da Terra. Mesmo cientistas e outros estudiosos usam essa linguagem popular em seu dia a dia. Portanto, imprecisão técnica não significa erro ou mentira.
Os escritores bíblicos utilizavam também diferentes recursos literários, tais como poesia, parábolas, metáforas, símbolos, etc. Muitos livros bíblicos, especialmente no Antigo Testamento, são narrativas históricas; outros contêm textos jurídicos, ditos de sabedoria ou profecias apocalípticas. Diferentes tipos de materiais exigem diferentes métodos de interpretação; portanto, distinguir esses recursos literários nas Escrituras ajuda a evitar interpretações equivocadas. Não seria correto entender ao pé da letra uma metáfora e dizer que determinado texto bíblico contém um erro.
Muitas passagens bíblicas refletem costumes antigos, e conhecê-los pode ser muito útil para interpretar um texto. Por exemplo, na Antiguidade era comum dar diferentes nomes à mesma pessoa. Assim, Esaú também era conhecido como Edom, e Gideão como Jerubaal.
Outro exemplo é que eram utilizados diferentes métodos para contar o período de governo dos reis. Durante muito tempo, aqueles que não acreditavam na Bíblia calculavam a duração de governo dos reis de Israel e Judá e encontravam várias contradições. Até que, em 1943, o estudioso adventista Edwin Thiele conclui sua tese doutoral na Universidade de Chicago e mostrou que as informações bíblicas estão em perfeita harmonia com os métodos de contagem antigos.[1]
É um fato bastante conhecido que todos os manuscritos originais dos autores bíblicos se perderam. Embora os judeus fossem muito cuidadosos ao copiar os manuscritos bíblicos, ocorreram alguns erros de escrita ao longo do processo de transmissão e cópia dos manuscritos. No entanto, esses erros são tão insignificantes que nenhuma pessoa honesta precisa ficar confusa ou entender a Bíblia de maneira errada. Em realidade, a Bíblia é o documento mais bem transmitido e preservado da Antiguidade. Nenhum livro antigo foi tão bem preservado quanto a Bíblia, em que algumas cópias foram produzidas poucos anos depois que o original foi escrito.[2]
Durante o período em que a Bíblia era copiada a mão, surgiram várias discrepâncias entre os manuscritos. Por isso, alguns manuscritos dizem que Davi tomou 700 cavaleiros de Hadadezer, enquanto outros dizem que foram 1.700 (2Sm 8:4). Já outro texto bíblico afirma que foram 7 mil (1Cr 18:3, 4). A origem desse problema é que esses números têm um som muito parecido em hebraico. Quando um escriba ditava o texto para outro, às vezes surgia essa confusão. É importante observarmos, no entanto, que esses erros nunca estão relacionados à mensagem ou às doutrinas da Bíblia, mas apenas a detalhes periféricos, como números e nomes de pessoas.
Algumas dessas discrepâncias possuem explicações perfeitamente satisfatórias; outras podem ter sua origem nos erros dos copistas. Quase todos os supostos “erros” da Bíblia podem ser explicados pelas razões acima.
Na Bíblia existem pequenas discrepâncias do ponto de vista técnico de nossos dias, mas isso não significa que ela não seja confiável sobre a história e os fatos que descreve. Não podemos questionar a historicidade de Gênesis capítulos 1 a 11, as histórias dos patriarcas ou os eventos relatados nos livros proféticos ou nos evangelhos. A fé cristã é histórica no sentido de que ela depende essencialmente daquilo que, de fato, aconteceu (veja 1Co 15:12-22).
Os aspectos históricos da Bíblia, portanto, não podem ser separados de seu conteúdo teológico. Em realidade, “remover o aspecto histórico das Escrituras é remover o que demonstra a fidelidade de Deus”, porque Deus atua na história.[3] Jesus Cristo e os apóstolos aceitavam como verdadeiros os eventos históricos registrados no Antigo Testamento, inclusive os relatos sobre Adão e Noé (Mt 19:4, 5; 24:37; At 24:14; Rm 15:4), porque esses e os demais eventos históricos são parte da história da salvação apresentada na Bíblia.
Existem erros na Bíblia? Se “erro” quer dizer que a Bíblia não utiliza a linguagem moderna, científica ou técnica, então podemos dizer que ela contém erros. Mas isso seria impor sobre a Bíblia um conceito estranho a ela e que é irreal até mesmo para o nosso dia a dia. Mas se “erro” significa que a Bíblia ensina mentiras em sua mensagem ou sobre a história humana, a resposta é: “Não, a Bíblia não contém erros.” A Bíblia é a revelação da verdade e vontade de Deus. Muitos dos assim chamados “problemas” da Bíblia não estão com o texto bíblico, mas com o leitor.
Sem dúvida, encontramos declarações desafiadoras e mesmo discrepâncias em detalhes na Bíblia. Mas nenhuma delas interfere no ensino e confiabilidade histórica das Escrituras. Podemos estar certos de que a Bíblia que temos em nossas mãos é a verdade de Deus e que ela pode nos tornar sábios para a salvação.
(Frank M. Hasel, Ph.D., é professor de Teologia no Seminário de Bogenhofen, Áustria. Fonte: Gerhard Pfandl, ed., Interpreting Scripture: Bible Questions and Answers, Biblical Research Institute Studies, v. 2 [Silver Springs, MD: Biblical Research Institute, 2010], p. 33-41).
[1] Edwin R. Thiele, The Mysterious Numbers of the Hebrew Kings, 3ª edição (Grand Rapids, MI: Zondervan, 1983).
[2] Sobre os manuscritos do Novo Testamento, veja Wilson Paroschi, Crítica Textual do Novo Testamento (São Paulo: Vida Nova, 1999).
[3] Noel Weeks, The Sufficiency of Scripture (Edimburgo: Banner of Truth, 1988), p. 50.
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A questão do pecado contra o Espírito Santo é mencionada por Cristo no contexto da cura de um endemoniado cego e mudo (Mateus 12:22-32; Marcos 3:20-30). Essa cura levou "toda a multidão" que seguia a Jesus a indagar se não seria Ele, "porventura, o Filho de Davi". Mas os fariseus, invejosos da popularidade de Jesus, contestaram: "Este não expele demônios senão pelo poder de Belzebu, maioral dos demônios" (Mateus 12:23 e 24). É evidente que os fariseus atribuíam a Satanás a obra que o Espírito de Deus realizava através de Cristo.
Para entender melhor o assunto, é preciso lembrar que uma das obras mais importantes do Espírito Santo é levar os seres humanos ao arrependimento dos seus pecados e à aceitação de Cristo como Salvador e Senhor. Mas essa obra acaba sendo neutralizada na vida daqueles que resistem persistentemente aos apelos do Espírito Santo. Assim, entristecem o Espírito Santo (Efésios 4:30) e apagam a Sua influência sobre a consciência individual (1 Tessalonicenses 5:19). Com o coração endurecido pelo orgulho (Hebreus 3:7-15), perdem a sensibilidade espiritual e as percepções morais, e acabam formando uma escala de valores distorcida, na qual a obra do Espírito Santo é muitas vezes atribuída a Satanás e a de Satanás, ao Espírito Santo.
Nas Escrituras encontramos vários casos de pessoas que pecaram contra o Espírito Santo. Por exemplo, Faraó, diante do qual Moisés e Arão realizaram grandes sinais e maravilhas, endureceu o seu coração a ponto de o Espírito de Deus não mais ter acesso a ele (Êxodo 5 a 12). Judas Iscariotes não permitiu, a despeito das advertências de Cristo (Mateus 26:21-25), que o Espírito Santo o dissuadisse de trair o Mestre. Já Ananias e Safira mentiram ao Espírito Santo e foram punidos por isso (Atos 5:1-11). Sem dúvida, essas pessoas se perderam porque não permitiram que o Espírito Santo as levasse ao arrependimento.
O problema dos fariseus, mencionados acima, é que o orgulho e a auto-suficiência os haviam endurecido a ponto de não mais perceberem os milagres de Cristo como sinais operados "pelo Espírito de Deus" para evidenciar a chegada do "reino de Deus" (Mateus 12:28). Como o arrependimento é a condição para o perdão dos pecados (Atos 2:38), eles jamais seriam perdoados enquanto continuassem atribuindo a Satanás a própria obra do Espírito Santo efetuada para levá-los ao arrependimento.
Diante disso, podemos concluir que o pecado contra o Espírito Santo é jamais reconhecer os próprios erros. Enquanto a pessoa reconhece que está errada e que deve mudar, ela pode ter certeza de que não foi longe demais. Aqueles que indagam se por acaso não cometeram o pecado imperdoável demonstram por essa atitude que sua consciência não perdeu completamente a sensibilidade. Quando a pessoa não mais reconhece seus próprios erros, ela se encontra no caminho perigoso. Mesmo assim, não podemos perder a esperança. Experiências como as de Sansão e Manassés revelam que mesmo pessoas totalmente degeneradas podem voltar a Deus, se derem ao Espírito Santo a oportunidade de realizar a Sua obra regeneradora.
Jesus se utilizava de uma arma poderosa contra a corrupção do gênero humano. A Bíblia afirma que ele “muitas vezes se afastava para lugares desertos, a fim de orar” (Lucas 5:16, NBV). Esses momentos não aconteciam casualmente. Normalmente, eles aparecem na narrativa bíblica depois de um dia de muita atividade ou antes de enfrentar uma maratona de pregações, curas, conversas pessoais e enfrentamentos contra forças do mal.
Nesta sociedade super-estimulada, a hiperatividade e a hiper-conectividade, que levam à fadiga física e espiritual, abrem as portas para que a natureza corrupta de todos nós continue reinando. O contexto dos primeiros cristãos não se aproximou, nem de longe, do ritmo que a existência humana assumiu no século 21 na cultura ocidental. Portanto, se Jesus fazia da solitude, do silêncio e da oração práticas de sobrevivência espiritual, o que dizer de nós hoje?
O vício da atividade ininterrupta condicionou o homem moderno a pensar que a inatividade é um inimigo ou um luxo. De acordo com essa lógica, esse momento de interrupção é chato e depressivo. Isso afeta até mesmo a maneira como os cristãos compreendem o papel do sábado. O afastamento constante de Cristo para “lugares desertos” derivava do entendimento da importância desse dia (Mateus 14:23; Marcos 1:35) não apenas como interrupção semanal, mas como descanso integral do ser humano – dia de adoração, de repensar o fluxo da vida, nossas atitudes e valores.
O que se percebe no mundo contemporâneo, no entanto, são pessoas tentando manter a sanidade em meio ao frenesi. Exaustas, tornam-se presas fáceis para a corrupção que corre nas veias e habita a mente humana.
Precisamos de “sábados” diários, mesmo que duvidemos que temos tempo para isso. Um tempo de solitude e silêncio não significa uma dose diária de solidão depressiva. Tomar tempo para a reflexão espiritual é liberdade contra a tirania capitalista e reconhecimento de que Deus é quem controla todas as coisas. Nele encontramos a fonte do equilíbrio, algo tão raro em nossa sociedade. Além disso, é na solitude com Deus que descobrimos uma nova dimensão do tempo.
Alguns têm medo do silêncio porque ele revela o vazio da alma. Mas é preciso lembrar que tudo o que existe foi gerado a partir do vazio – “No princípio criou Deus… A Terra era sem forma e vazia” (Gênesis 1:1,2). Nesse santuário no tempo, em que Deus não enfrenta concorrência, a cura acontece e a vida brota em abundância, linda e espiritual.
Ignorar a solitude e silêncio diários com Deus é trapacear a nós mesmos. Portanto, mãos à obra. Mas por onde começar? As palavras de Jesus apontam o caminho: “Venham comigo para um lugar deserto e descansem um pouco” (Marcos 6:31).
A quantidade de tempo não é tão importante quanto o fato de esse tempo ser sistemático. É possível começar com 15 minutos. Aceitar o convite de ir com Deus a um lugar tranquilo requer entrega e submissão. Não pare quando terminar suas tarefas ou quando tiver um tempo livre. Pare no exato momento que você definiu com Deus.
O estímulo constante ao qual nos submetemos faz com que nossa mente e corpo vivam em ritmo acelerado. Com a velocidade, a sensibilidade e a capacidade para reconhecer detalhes são severamente diminuídas. Acontece que a Bíblia ensina que a voz de Deus é uma suave voz (1 Reis 19:12,13). Então, afaste toda distração, desligue o celular e o computador. Respire fundo e peça a Deus que o inunde com sua presença e luz.
Fale menos e escute o que Deus está falando por meio das Escrituras. Em alguns dias, talvez você não queira ler. Então, apenas fique na presença de Deus como uma criança descansa no colo do pai. O ato de estar na presença de Deus não requer uma atividade, apenas a consciência de sua presença.
Silêncio e solitude com Deus revelam a riqueza do companheirismo experimentado por Enoque, Noé e Moisés, entre outros. O companheirismo com Deus transformou corruptos como Zaqueu. Por que não transformaria as pessoas hoje?
Essa é uma questão muito comum entre os que se amam e, com certeza, necessita de esclarecimento. Sentir ciúmes, por si só, não é sinal de pecado ou de problema.
O apóstolo Paulo, em sua primeira epístola aos coríntios (1 Coríntios 13:4), fala que "o amor não arde em ciúmes". O termo grego zeloo (ciúmes) empregado nesta passagem abrange o conceito de "ser zeloso" tanto no bom quanto no mau sentido. No bom sentido pode significar um “cuidado zeloso” que busca o bem, a proteção, o acolhimento a integridade e a felicidade da outra pessoa. O próprio Deus expressa Seu zelo e cuidado por aqueles que criou, dizendo: "Não terás outros deuses diante de Mim. [...] Porque Eu sou Deus zeloso" (Êxodo 20:3, 5). Deus rejeita a adoração e o serviço de um coração dividido. O próprio Jesus disse: "Ninguém pode servir a dois senhores" (Mateus 6:24). Portanto, esse é o aspecto positivo: "quem ama, cuida!"
É preciso destacar que a natureza humana foi corrompida pelo pecado e que, inevitavelmente, podem surgir distorções cognitivas e afetivas. O ser humano é naturalmente egoísta, e o egoísmo é a base do pecado. A atitude de desconfiar de Deus, de colocar o eu e a vontade própria acima de Deus e de Sua vontade é, na verdade, a essência do pecado. O problema do ser humano é o pecado, e o ciúme, no aspecto negativo, reflete essa realidade.
Esse tipo de ciúme é um sentimento que gera sofrimento em relação a outra pessoa de quem se espera amor exclusivo. É o temor de que ela dedique sua afeição a outra pessoa. Quando esse sentimento é justificado por um motivo real o ciúme serve como um alerta emitido para que o problema seja confrontado em amor, visando o bem e a integridade.
Um exemplo que pode ser dado é o de um marido atarefado, desatento e até mesmo ingênuo, que não percebe insinuações de outra mulher. A esposa, por outro lado, percebe a situação e imediatamente pode tomar providências para alertar o esposo sobre o risco que ele está correndo de prejudicar a si e a toda família. Se o esposo acolhe a advertência, o problema está certamente resolvido. Contudo, se ele acha que a esposa está “vendo” o que não existe, pois ele mesmo não consegue enxergar isso, pode dizer que ela está delirando. Então o ciúme pode aumentar, pois existe um risco iminente diante dos fatos evidenciados. Esse ciúme é normal, pois visa proteger o casamento, o lar, a família, os filhos, a integridade do casal e a felicidade. Quando o ciúme excede à razão pode ser patológico e danoso.
Outro exemplo para descrever o ciúme patológico pode ser extraído do mesmo caso acima, com apenas uma diferença: o ciúme da esposa não possui fundamento, ou não se justifica. Ela se sente insegura porque não confia no esposo, não porque ele seja desconfiável, mas porque ela não consegue acreditar nele, mesmo diante de provas que ele lhe dá de seu amor, compromisso e fidelidade.
“O ciúmes (normal) é o zelo das pessoas em relação aos seus objetos de amor, sejam eles, pessoas ou coisas. Uma pessoa zelosa defende tudo o que possa invadir esta relação de amor de maneira proporcional a ameaça. O ciúme patológico é a reação desproporcional e angustiante frente à qualquer ameaça aos seus objetos de amor. Na relação com pessoas, o ciúme patológico está sempre ligado à entrada de um terceiro elemento na relação amorosa que vai roubar o objeto de amor do ciumento. Esse terceiro elemento aparece como um rival invencível e permanece constantemente na cabeça do ciumento, que se vê ameaçado o tempo todo. Há uma expectativa permanente de ameaça na relação de amor. Dizemos que o terceiro elemento está ‘na cabeça do ciumento’, pois é uma ameaça desproporcional à realidade.”[1]
Por não conseguir confiar na pessoa amada o ciumento pode se tornar possessivo, desconfiado e inseguro, gerando um grande desgaste na relação. Esta é uma situação confusa, pois pode levar o ciumento a produzir o seguinte tipo de pensamento: “se não for meu, não será de ninguém!” O ciúme pode se tornar um pesadelo de regras, condições e restrições, que desgraçam a vida, tanto dele como de sua vítima, podendo chegar ao ponto de, literalmente, destruir a própria vida (suicídio) ou a vida do outro (homicídio). Os pensamentos típicos nesses casos podem ser:
(1) Suicídio: “Vou me matar na frente dele só para ele ver o quanto me fez sofrer.”
(2) Homicídio: "Como não aguento vê-lo com outra, e não posso dominá-lo, então eu o mato.”
(1) na experiência de Caim ao matar seu irmão Abel e se rebelar contra o próprio Deus (Gênesis 4);
(2) na história dos irmãos de José do Egito, quando venderam José, seu próprio irmão, aos mercadores (Gênesis 37);
(3) na experiência de Absalão, ao tentar tomar o trono do próprio pai, Davi (2 Samuel 15);
No aspecto religioso, quando uma pessoa deixa-se dominar pelo ciúme que “arde”, torna-se difícil para ela aceitar a graça salvadora de Deus em Jesus Cristo. Isto pode levar o indivíduo a rejeitar qualquer forma de religião onde a salvação esteja fora dele mesmo. É por isto que tantas pessoas confiam muito em seus próprios esforços, regras e preceitos, para alcançar a salvação. É preciso aprender a deixar Deus controlar. Isso envolve confiança e entrega. O resultado será a paz, o descanso e a certeza do cuidado e proteção divinos. Há muitas provas de que Deus é amor, de que Ele nos ama e de que Ele é digno de confiança. A maior evidência reside no fato de que Cristo morreu pelos nossos pecados. Que tal desenvolver uma amizade íntima com Jesus? Confie a Ele seus sentimentos, angústias, medos, ciúmes. Confronte seus pensamentos com a realidade. Pergunte-se: por que estou com ciúmes? Há algum motivo concreto para me sentir assim? Que evidências eu tenho de que a pessoa com quem me relaciono gosta de mim e me ama? Analise os fatos reais e não os distorcidos. O problema está em minha percepção ou a pessoa com quem me relaciono me dá motivos reais para ter ciúme?
Se você consegue identificar esse ciúme como patológico, confronte seus pensamentos distorcidos com os fatos reais e concretos. Faça esse exercício. Buscar ajuda profissional com um terapeuta cristão certamente ajudará a superar essa questão. Mas ressaltamos que é em Cristo, através de Sua palavra, mediante o contínuo trabalho do Espírito Santo, que podemos ter uma compreensão mais ampla sobre nós mesmos, sobre a nossa condição de pecado e o plano de Deus para nos restaurar. Por meio da fé que é desenvolvida nessa relação com Deus, recebemos as virtudes de Cristo e passamos a refletir o Seu caráter (2 Pedro 1:3-7).
[1] Dias, Victor R. C. Silva. Análise Psicodramática - Teoria da Programação Cenestésica, São Paulo, Ágora, 1994. Disponível em: https://www.epp.psc.br/triangulacao.htm. Acessado em 27/09/2016.
[2] Sugestão de leitura: Timothy R. Jennings. Simples Demais -Um Modelo Bíblico para a Cura da Mente, Tatuí, Casa Publicadora Brasileira, 2013.
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[post_content] => Deus responde a todas as orações? Por que às vezes sentimos como que se Ele tivesse tempo para todos, menos para nós? Alguma vez você já se sentiu tão pequeno, tão indigno e tão pecador que pensou não ter direito de que Deus prestasse ouvidos à sua oração? Então existe algo que você precisa entender hoje: seu senso de insuficiência é a sua melhor oração. O primeiro passo para começar a perceber em nós a resposta divina é sentir que somos fracos e carentes.
Quando oramos e contamos a Deus tudo que acontece em nossa vida, quando chega a noite e Lhe abrimos o coração para falar sem a preocupação do relógio, não é porque devamos fazer um relatório do que fizemos ao longo do dia, mas para criar em nós o sentido de dependência e necessidade dEle.
Ainda que não falássemos nada, se simplesmente caíssemos de joelhos reconhecendo que precisamos dEle, o Senhor Jesus ouviria e atenderia nossas necessidades.
Você que é mãe, talvez consiga entender o que estou dizendo. Olhe para esse nenê maravilhoso que você tem no colo. Não sabe falar, mas tem necessidades, precisa de alimento, de atenção e do calor da mãe. Tudo que sabe fazer é chorar, mas você não está esperando que ele fale para atender suas necessidades. Você se esforça para adivinhar o que ele está precisando, porque o ama. Você é mãe em função dele. Esse pequeno bebê é objeto de todo seu carinho e atenção, não importando se é oito da noite ou duas da madrugada.
É mais ou menos assim que Deus nos trata. Ao orar, você para de fugir de Deus. Você abre o coração e Lhe permite entrar. Permite que Ele participe de seus sonhos e planos. Permite que Ele faça parte dos detalhes mais íntimos de sua vida. Você nunca mais está só. Ele e você tornam-se uma só pessoa. Ele em você santificando sua vontade e vivendo em você as grandes obras de vitória.
Agora que ambos são um e vivem juntos, aprenda a confiar nEle. Aprenda a não se desesperar quando as respostas divinas não são conforme suas expectativas humanas. Orar é sentir a insuficiência humana e abrir o coração a Deus como a um amigo. Muitas vezes Ele terá de dizer-lhe: “O que Eu faço, tu não o sabes agora, mas depois o entenderás”.
(...) E o futuro se encarregará de mostrar-nos como as horas em que pensávamos que Deus não atendia as nossas orações, foram as horas em que Ele esteve mais próximo de nós.
https://biblia.com.br/curso/ensinos-de-jesus
* Alejandro Bullón é evangelista e escritor.
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[post_content] => A despeito de todo sofrimento que teve de enfrentar, Jesus podia e ainda pode oferecer algo que todos nós precisamos: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas" (Mateus 11:28, 29).
Deus está ao seu lado neste momento e ao lado de cada pessoa que sofre uma dor emocional. Ele é pleno de misericórdia e amor: “Compassivo e justo é o SENHOR; o nosso Deus é misericordioso” (Salmos 116:5).
“Mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR" (Jeremias 9:24).
“Todas as veredas do SENHOR são misericórdia e verdade para os que guardam a sua aliança e os seus testemunhos” (Salmos 25:10).
Sua compaixão é infinita: “Pois a tua misericórdia se eleva até aos céus, e a tua fidelidade, até às nuvens” (Salmos 57:10).
Deus lhe ama e sempre está pensando em você. O Salmos 139:17-18 diz: “E quão preciosos me são, ó Deus, os teus pensamentos! Quão grande é a soma deles! Se eu os contasse, seriam mais numerosos do que a areia; quando acordo ainda estou contigo”.
Deus promete-lhe um futuro maravilhoso. A Bíblia diz em Jeremias 29:11: “Pois eu bem sei os planos que estou projetando para vós, diz o Senhor; planos de paz, e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança”.
Acreditamos que nenhum ser humano possa responder sobre como Deus irá julgar as atitudes de uma pessoa, pois este tipo de julgamento pertence a Deus (ver Ez 18:30, 34:20, Mt 16:27, Ap 14:7, 22:12), o ÚNICO que é capaz de sondar o íntimo de cada criatura (cf. Sl 7:9, 17:3 e 139:1). Não temos como avaliar plenamente até que ponto uma pessoa depressiva tem responsabilidades por seus atos na visão do Senhor. Sabemos, sim, que Ele dá a todos nós forças para que cortemos maus pensamentos, de modo que estes não venham a criar maus frutos (cf. Fp 4:8 e 13). Entretanto, é bom atentarmos para o fato de que há diferentes fases na depressão, e por mais forte que possam ser, elas jamais serão capazes de afastar alguém do amor de Deus:
Na Bíblia, encontramos a história de Sansão, que após perder a visão do propósito de Deus pra sua vida, acaba perdendo a liberdade e, estando refém de seus inimigos, tem os olhos vazados (Juízes 16:21). Parece que ao perder a visão de mundo e da realidade física, Sansão passa a enxergar o propósito e chamado de Deus pra ele. O relato bíblico diz que ele ora a Deus e pede forças para se vingar de seus inimigos e acaba morrendo junto com eles (Juízes 16:27-30). Sansão está na galeria dos heróis da fé (Hebreus 11:32).
Deve-se ressaltar, que ninguém será condenado por um ato isolado, assim como, biblicamente ninguém tem o direito de tirar a própria vida pois enquanto há vida, há um propósito divino para a existência da pessoa. De algo tenho absoluta certeza: tudo o que poderia ter sido feito para a salvação de alguém que cometeu suicídio, o Espírito Santo o fez, e Jesus irá julgar (João 5:22) da maneira mais justa que existe. O Salmo 7:11 diz que “Deus é justo juiz”. O mesmo pensamento é descrito também no Salmo 98:8-9: “Os rios batam palmas, e juntos cantem de júbilo os montes, na presença do SENHOR, porque ele vem julgar a terra; julgará o mundo com justiça e os povos, com equidade."
Uma das dores emocionais mais devastadoras é a de ter sido traído pelo cônjuge. Isto porque quando se casa por amor o vínculo afetivo formado ao longo do namoro, noivado e casamento é muito forte e o nível de confiança depositado no cônjuge passa a ser um dos mais profundos nas relações humanas. Quando ocorre a infidelidade, quebra-se muita coisa e o perdão se faz necessário em algum momento no futuro. Vamos pensar sobre isto.
Qualquer pessoa, religiosa ou não, está sujeita à paixões afetivas. Quando ela é religiosa, o compromisso de fidelidade é assumido não só para com o cônjuge, mas para com Deus também. Ocorrendo adultério, além da quebra da fidelidade com o companheiro(a), ocorre também a quebra do relacionamento com Deus. Claudia Bruscagin, psicoterapeuta familiar, com doutorado em Psicologia Clínica pela PUC-SP e professora no Curso de Especialização em Terapia Familiar e de Casal do Núcleo de Família e Comunidade da PUC-SP, diz, no livro “Religiosidade e Psicoterapia”, Editora Roca, p.59 e 60, 2008:
“No contexto religioso, a infidelidade parece denunciar uma falta de compromisso não somente com o casamento, mas também com Deus, com a religião e seus preceitos. Para o casal religioso, a reconstrução do relacionamento após um caso de infidelidade exige que não somente a dinâmica da relação seja revista, mas também a interação de cada um dos membros do casal com Deus, pois o perdão de Deus é tão importante quanto o perdão do cônjuge traído.”
Cada cônjuge tem um papel quanto ao perdão ao ocorrer a infidelidade. O do traído é oferecer o perdão, o do traidor é buscá-lo. Claudia comenta: “Ambos devem avaliar seu relacionamento e restaurar a relação, mudando o que erraram e acima de tudo perdoando verdadeiramente.” Mas o que é o perdão verdadeiro? Depende dos sentimentos? Depende de esquecer o fato?
É muito importante entender que o perdão cura a pessoa que perdoa. Viver ressentido é viver com a dor agarrada em você. A palavra “ressentimento” significa “re-sentir”, ou seja, sentir de novo. O perdão interrompe sentir a dor contínua. Quando você perdoa, a dor vai embora e você se sente melhor, mesmo que o perdão não possa produzir o restabelecimento do relacionamento interrompido pela quebra da fidelidade e confiabilidade na vida do casal.
Claudia cita M. Pereyra, doutora em Psicologia (Argentina), autora de um livro sobre o perdão: “A única forma de curar a dor que não se cura por si mesma é o perdão à pessoa que o magoou. O perdão cura a memória ao trabalhar a mudança de pensamentos. Aquele que vive remoendo sua dor pode ser mais prisioneiro que o agressor e, ao perdoar, liberta-se da prisão.” (p.60)
Ainda citando Pereyra: “… perdoar não é passar por cima dos próprios sentimentos, ou simplesmente ‘dar a outra face’. É um processo longo e dolorido, pois é um ato voluntário de renúncia ao direito legítimo de estar ressentido, de julgar negativamente o ofensor ou agressor e demonstrar uma atitude de compaixão e generosidade para com ele, apesar de não merecer. Perdoar não é a negação dos sentimentos de mágoa, ira e rancor. É reconhecer os sentimentos e então escolher não agir por eles. Também significa que os maus sentimentos podem voltar e que talvez seja preciso perdoar mais de uma vez.” (p.60,61)
Diz-se que quem perdoa, esquece. Na verdade, quem perdoa genuinamente, primeiro lembra, analisa, desabafa a dor, depois trabalha para esquecer por decisão consciente de fazer isto.
Perdoar não é desculpar o erro da pessoa. Claudia explica: “A desculpa ocorre quando há a compreensão de que a pessoa não é culpada pelo que fez.” Você não desculpa no sentido de tirar a culpa, porque ela é real. Procura perdoar escolhendo fazer isto independente do sentimento porque “o perdão não é um sentimento, é uma escolha.” Escolha de não cultivar a mágoa contra a pessoa que machucou você. (p.61)
Há ritmo e estágios diferentes para cada um viver o processo de perdoar. Se alguém der um sôco no seu rosto, produzirá uma marca visível na pele. Pode sangrar, fica roxo, inchado, etc. e a cura desta pancada demora um tempo, se você perdoou o agressor ou não. Algo parecido ocorre no processo de cura da dor da “pancada” da traição. Claudia fala de estágios para se alcançar o perdão: mágoa, rancor, cura e reconciliação. O primeiro passo é reconhecer os sentimentos e assumi-los. Ela afirma que na fase de reconciliação em casos de infidelidade (ou outros) é importante que o cônjuge que traiu, se quiser seguir na reconciliação: (1)Aceite sua responsabilidade pelo ocorrido; (2)expresse sincero pesar e arrependimento; (3)de alguma forma ofereça compensação conveniente; (4)prometa não repetir a conduta, e (5)peça perdão. (p.61)
Ela conclui: “Na reconciliação, quando possível, o ofendido convida a pessoa que o machucou de volta para sua vida. Se o outro vem honestamente, o amor pode atuar e juntos podem desenvolver um novo relacionamento. Esse estágio depende tanto da pessoa a ser perdoada quanto da que perdoa; às vezes a pessoa não volta e é preciso se curar sozinho.” (p.61)
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César Vasconcellos é cristão, médico psiquiatra e psicoterapeuta, especialista em Psiquiatria pela Associação Brasileira de Psiquiatria e Associação Médica Brasileira, membro da American Psychosomatic Society, consultor psiquiatra da revista Vida & Saúdee Diretor Médico do Portal Natural. Também é autor dos livros “Casamento: o que é isso?“, “Consultório Psicológico“, “Saúde Total” e do audiolivro “Casamento: o que é isso? Comentado“.
Era intuito de Deus que a história da queda de Davi servisse como advertência de que mesmo os que Ele abençoou e favoreceu grandemente não se devem sentir livres de perigo, e negligenciar a vigilância e a oração. E isso tem feito esta história àqueles que humildemente têm procurado aprender a lição que Deus tencionava dar.
De geração em geração, milhares têm sido levados a compenetrar-se do perigo que correm em virtude do poder do tentador. A queda de Davi, que foi tão grandemente honrado pelo Senhor, despertou neles desconfiança do próprio eu. Sentiram que apenas Deus os poderia guardar pelo Seu poder, mediante a fé. Sabendo que nEle estavam sua força e segurança, recearam dar o primeiro passo no terreno de Satanás.
Mesmo antes que a sentença divina fosse pronunciada contra Davi, começara ele a colher o fruto da transgressão. Sua consciência estava inquieta. A aflição de espírito que então suportava é apresentada no Salmo 32. Diz ele:
“Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa maldade, e em cujo espírito não há engano. Enquanto eu me calei, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia. Porque de dia e de noite a Tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio” (Salmos 32:1-4).
E o Salmo 51 é uma expressão do arrependimento de Davi, quando lhe veio de Deus a mensagem de reprovação:
“Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a Tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das Tuas misericórdias. Lava-me completamente da minha iniquidade, e purifica-me do meu pecado. Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim. [...] Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve. Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que gozem os ossos que Tu quebraste. Esconde a Tua face dos meus pecados, e apaga todas as minhas iniqüidades. Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto. Não me lances fora da Tua presença, e não retires de mim o Teu Espírito Santo. Torna a dar-me a alegria da Tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário. Então ensinarei aos transgressores os Teus caminhos, e os pecadores a Ti se converterão. Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação, e a minha língua louvará altamente a Tua justiça” (Salmos 51:1-14).
Dessa forma, em um cântico sagrado que havia de ser entoado nas assembleias públicas de seu povo, na presença da corte — sacerdotes e juízes, príncipes e homens de guerra — e que conservaria até a última geração o conhecimento de sua queda, relatou o rei de Israel o seu pecado, o seu arrependimento e sua esperança de perdão pela misericórdia de Deus. Em vez de se esforçar por ocultar seu crime, desejou que outros pudessem instruir-se pela triste história de sua queda.
O arrependimento de Davi foi sincero e profundo. Não houve esforço para atenuar seu delito. Nenhum desejo de escapar dos juízos ameaçados inspirou sua oração. Viu, porém, a enormidade de sua transgressão contra Deus; viu a contaminação de sua alma; repugnou-lhe seu pecado. Não era unicamente pelo perdão que ele orava, mas pela pureza de coração. Davi não abandonou a luta em desespero. Nas promessas de Deus aos pecadores arrependidos, via a prova de seu perdão e aceitação.
“Porque Te não comprazes em sacrifícios, senão eu os daria; Tu não Te deleitas em holocaustos. Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus” (Salmos 51:16, 17).
Embora Davi tivesse caído, o Senhor o levantou. Estava agora em mais completa harmonia com Deus e simpatia para com seus semelhantes do que antes de cair. No júbilo de seu livramento, cantou: “Confessei-Te o meu pecado, e a minha maldade não encobri; dizia eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e Tu perdoaste a maldade do meu pecado. [...] Tu és o lugar em que me escondo; Tu me preservas da angústia; Tu me cinges de alegres cantos de livramento” (Salmos 32:5-7).
Roberto Badenas[*]
A tragédia nos atinge inesperadamente. Um acidente. Um ataque terrorista. Um terremoto. Uma doença terrível. Quando o inesperado e a dor nos atingem, nossa reação imediata é perguntar: Por quê?
PRINCIPAIS TEORIAS[**]
Ao serem confrontados com a questão do mal, os seres humanos já tiveram várias explicações ao longo da História. Aqui estão algumas das mais representativas:
- O mal não existe. Embora o mal pareça onipresente, alguns acreditam que ele realmente não existe. Para o filósofo Spinoza, como também para amplas seções da espiritualidade oriental, o mal é uma ilusão. Dessa visão otimista da vida, deduzimos que o mal existe porque não podemos compreender o Universo em sua totalidade. “O mal é simplesmente um erro de perspectiva que vem de nossa finitude e de nossa limitada visão das coisas.”[1] Assim, o homem sábio vê além da realidade imediata e entende que o que chamamos de “mal” faz parte da ordem do mundo. “Tudo o que existe é bom.”[2] Como muito é ignorado nessa linha de lógica, também podemos nos perguntar se o frio existe. Claro, todos nós sentimos frio em algum momento. No entanto, de acordo com as leis da física, o frio não existe realmente. O que consideramos frio é apenas um estado produzido pela ausência de calor em um determinado objeto ou lugar. O calor é de fato uma realidade mensurável, resultante da transferência de energia. As pessoas cunharam a palavra frio para expressar os vários graus de falta de energia. O mesmo acontece com a escuridão, que também não existe em si mesma. “Escuridão” é a ausência de luz. Assim, podemos estudar a luz, podemos medi-la e dividi-la em cores, mas não podemos analisar a escuridão, uma vez que é pouco mais que uma palavra, um termo reservado para descrever o que acontece quando não há luz. Da mesma forma, dizemos que o mal existe porque ao nosso redor vemos incontáveis formas de injustiça, violência e dor. Mas, na realidade, assim como o frio e a escuridão, o mal não tem existência objetiva. Mal é o nome que inventamos para descrever a ausência do bem.
- O mal é positivo. Outros argumentam que o mal existe, mas apenas como uma realidade negativa, uma vez que está a serviço do bem. Aquilo que em dado momento parece ser um mal, sempre é, a longo prazo, útil e necessário, embora não o entendamos. Tomás de Aquino explicou o mal pela sua utilidade, dentro de um plano divino abrangente, no qual o mesmo pecado acaba por originar uma felix culpa (culpa feliz), porque permitiu que nos fosse dado o plano da salvação, que inclui a obra do Redentor. Assim, Deus usa o mal para o bem maior.[3] Interpretando a realidade de uma perspectiva hegeliana, evolucionista ou marxista, o mal é um inevitável subproduto da luta pela vida – da lei da selva ao conflito de classes – com o triunfo do mais forte e mais hábil sobre os outros. Mas, apesar dos danos colaterais que isso acarreta, o mal é, em última instância, uma realidade positiva que move a humanidade para níveis mais elevados e mais justos de desenvolvimento. Assim, eles argumentam, o bem e o mal são conceitos relativos e ambíguos. O que parece mal para nós pode ser nada mais do que um passo em direção a algo melhor. O mal é necessário para o progresso da História.
- O mal é inevitável. Outros ainda afirmam que o mal é consequência da liberdade. A partir de uma perspectiva meramente humana, se analisarmos as causas diretas de nossos infortúnios, descobrimos que a maioria deles vem da violação das leis naturais ou de nossa flagrante agressão. Quando agimos livremente, podemos ferir outras pessoas e a nós mesmos. A falta de respeito para com os outros, na forma de mil e uma injustiças, traz miséria, desigualdade econômica, opressão social e política. Para o crente, se Deus respeita a liberdade de Suas criaturas, então Ele não tem escolha senão deixar a opção aberta para que elas ajam em seu próprio detrimento. Nosso livre-arbítrio é “o abismo que Deus não controla”.[4] Criar seres livres é correr o risco de que eles irão agir mal.[5] É claro que nós mesmos causamos a maior parte de nosso sofrimento com o nosso próprio egoísmo, ignorância, ganância e/ou ódio. Mas também é verdade que, embora a maioria de nossos infortúnios resulte mais ou menos diretamente de nossos atos, há outras formas de sofrimentos que não são explicadas tão facilmente. Nossa inteligência insiste em tentar explicar tudo, incluindo o enigma do mal. Mas nossos esforços fracassam. Todas as nossas teorias sobre a origem do mal se desmoronam quando são confrontadas com barreiras lógicas e áreas cinzentas, como se o mal fosse finalmente inexplicável. Toda essa dor injusta nos deixa perplexos quando tentamos compreendê-la, porque há sempre algo além de nossas capacidades analíticas. A “dimensão inexplicável” do mal que nos rodeia constitui um mistério sobre o qual não podemos calar nem falar baixinho, porque sentimos que nele, além do que é humano, há muito que é desumano e, talvez, algo sobre-humano.
- Um Universo imparcial. Se existe um ser superior responsável pela ordem do Universo, ele deve ser infinitamente justo e, portanto, responsável por haver algum tipo de relação entre o que fazemos e o que acontece conosco. Se tudo o que acontece no mundo é devido à vontade divina, argumenta-se, então o sofrimento deve fazer parte desse plano; portanto, a coisa mais razoável a fazer é não lutar contra ela, mas suportá-la estoicamente, sem reclamar ou se rebelar contra o destino. Assim, a tensão desconfortável entre a bondade divina e o sofrimento humano terá uma explicação e será finalmente resolvida dentro de um plano universal. Dentro dessa perspectiva, o conforto para a dor deve ser buscado na submissão aos eventos, já que tudo é fruto da vontade divina. Inclusive o sofrimento dos inocentes? Antes de decidirmos a favor ou contra qualquer dessas teorias, devemos concordar que o mundo em que vivemos é governado por leis naturais, inescapáveis e imparciais, que nos afetam a todos – os bons, os maus e os não tão maus. Se eu cair de um penhasco, a lei da gravidade acelerará a minha queda, sendo eu um crente impecável ou se cair involuntariamente. Se o meu vizinho ficar bêbado e dirigir enquanto estiver intoxicado pela bebida, ele poderá perder o controle de seu carro, poderá se acidentar ou bater em alguém, mesmo não querendo. O ponto focal sobre as leis naturais é que elas são universais: funcionam da mesma maneira para todos. Na verdade, o que acontece no mundo depende tanto do funcionamento normal dessas leis quanto da violação das leis básicas da existência, ou do que chamamos de padrões morais. Se for devido à ignorância, estupidez, ou malícia, todos nós cometemos erros e causamos vários tipos de danos, voluntária ou involuntariamente. Seria possível um universo no qual as leis naturais operassem de acordo com a moralidade da pessoa que as desafiasse? Seria concebível – ou preferível – se os atos de um agressor contra sua vítima não tivessem consequências, caso a vítima fosse inocente? Da perspectiva de um cristão, levando-se em consideração a liberdade humana, deve a providência divina intervir para prevenir as consequências negativas das ações humanas? Considere este exemplo: um garoto derrama suco na camisa ao tomar seu desjejum. A mãe lhe diz para mudar de camisa antes de ir para a escola. O menino sai correndo de casa para não se atrasar e conseguir pegar o ônibus. O ônibus atropela a criança. De quem é a culpa? Do menino que não deveria ter sujado a camisa? Da mãe, por fazê-lo mudar a camisa? Do motorista do ônibus, por não estar atento? Em que nível desejaríamos que Deus tivesse interferido para evitar o acidente? Poderia ter ajudado a criança a comer sem sujar a roupa? Deveria ter tirado a obsessão da mãe com limpeza? Poderia ter freado o ônibus escolar no lugar do motorista? Se o Ser Supremo fosse intervir em qualquer desses níveis, Ele não estaria respeitando a nossa liberdade.[6] E “sem liberdade este mundo passaria a ser nada mais que uma máquina”.[7]
O PREÇO DA LIBERDADE
O filme Bruce Almighty narra a história de um jovem desesperado que, por causa de seus muitos fracassos na vida, deseja resolver seus problemas, mas possuindo poderes divinos. O Todo-Poderoso permite que ele tenha tais poderes por alguns dias. No entanto, os resultados são piores do que antes. O jovem descobre que há coisas que nem mesmo o próprio Deus pode fazer, porque essas são as regras do jogo para o nosso Universo: a vontade das pessoas não pode ser quebrada, nem as pessoas podem ser forçadas a amar. Essa parábola moderna nos ajuda a compreender o que acontece com o mal. A liberdade exercida sem que haja amor, isto é, fora do plano divino, prejudica nossos relacionamentos criando injustiça, sofrimento e dor.
[8]
Se Deus é o Pai de todos nós, e Ele nos fez seres livres, é normal que nos deixe agir livremente, não importando o quanto possa nos doer e nos ferir. Sem liberdade não podemos falar de amor, considerando que o verdadeiro amor não pode ser forçado.
[9]
No entanto, poderíamos ter a impressão de que “o mundo se desviou” do Criador, no sentido de que Ele não o controla completamente. Não porque Ele não possa, mas por respeito à liberdade de Suas criaturas. Criados à Sua imagem e dotados de inteligência suficiente, somos capazes de cuidar deste mundo e levá-lo na direção certa. Mas também somos capazes de destruí-lo e de destruirmos a nós mesmos. A fim de nos dar a nossa liberdade, Deus deve ter, temporariamente, “renunciado a ser onipotente”. Por essa razão, Ele pouco tem a ver com as nossas desgraças. Talvez, na teoria, Ele poderia nos poupar do sofrimento, mas, por respeito às nossas decisões, não o faz. Sua onipotência manifesta-se em Sua capacidade de prover um espaço para o exercício de nossa liberdade.
Alguns podem se perguntar por que o Criador não nos colocou em uma Terra de Cockaigne, uma espécie de Utopia, onde seria impossível sofrer, onde não teríamos escolha senão cumprir a vontade divina sem pensar ou tentar agir de modo diferente. Viveríamos sem responsabilidades e sem sofrimento. Seria essa uma situação mais desejável, significando uma existência sem liberdade e, portanto, sem consciência e sem amor?
Se existe liberdade, existe a possibilidade de tomarmos decisões erradas e de agirmos em detrimento de nosso próprio bem ou de nossos semelhantes. E então corremos o risco de sofrer ou fazer os outros sofrerem. Mas parece que um mundo com liberdade e, portanto, com o risco de haver sofrimento, é preferível a viver toda uma existência sem ela.
[10]
UM GRANDE CONFLITO CÓSMICO
A Bíblia coloca o enigma do mal no contexto de um grande conflito cósmico entre o bem e o mal. O conflito começou com Lúcifer, o comandante dos anjos, que liderou uma rebelião no Céu contra o Deus Criador (Isaías 14:12-15, Apocalipse 12:7-9). Deus poderia ter destruído Satanás e seus seguidores instantaneamente, mas os demais seres inteligentes do Universo teriam duvidado de Seu amor e teriam obedecido a Ele por medo e não por amor.
Foi com essa rebelião de Satanás que o pecado teve sua origem. E assim Satanás introduziu o pecado na Terra. De acordo com o relato de Gênesis, Satanás tentou Adão e Eva, nossos primeiros pais, e eles caíram em desobediência contra a lei de Deus (Gênesis 3). Quando a lei de Deus foi quebrada, o pecado e sua consequente desordem e sofrimento apareceram.
O mal é, portanto, um intruso na criação perfeita de Deus. Empregamos o termo caído para descrever a situação da humanidade depois de usar sua liberdade de escolha para fazer o mal, e empregamos o termo
pecado para denotar o estado dos seres humanos que estão separados de Deus. Podemos lutar contra as consequências dessa situação, mas, escapar delas, não é uma opção. Enquanto o conflito persistir, sofreremos as consequências. Um dia, porém, ficará provado, de uma vez por todas, que nossas aflições são o resultado do nosso afastamento de Deus.
Essa explicação do grande conflito cósmico pode ser bastante esclarecedora, desde que não seja usada para justificar o sofrimento. Sem dúvida, o sofrimento dos inocentes mostra quão dolorosas são as consequências da nossa insensatez e quanto melhor seria para todos se respeitássemos as leis de Deus. Mas justificar o sofrimento com base no Grande Conflito implicaria que o fim justifica os meios. Então, Elie Wiesel estaria certo ao se perguntar quanto sofrimento é necessário para provar aos habitantes do Universo que Deus é amor e que o diabo é um impostor.
[11] Precisamos mais do que já temos? Quantas crianças abusadas, quantas vítimas da guerra, quantas pessoas que sofrem de fome precisamos para convencer a humanidade de nossa necessidade de colocar o amor em prática? Já não há sofrimento suficiente para Deus demonstrar que Ele está certo?
Na verdade, nós nos questionamos por que está demorando tanto para que o mal se acabe. Mas, quando paramos para pensar sobre isso, percebemos que esse problema, em certo sentido, se refere a nós pessoalmente, mais ainda do que a Deus.
Quantos anos precisamos para extrair algo da história de Caim e Abel? Quantas pessoas precisam morrer de fome para que nos tornemos solidários com aqueles que sofrem pela falta de comida? Quantos inocentes têm de ser torturados para nos convencermos de que a crueldade é um horror?
SOFRIMENTO E RESPONSABILIDADE
É claro que a degradação da harmonia do nosso ambiente aponta para a má gestão, pela qual, de alguma forma, todos nós somos responsáveis. O que está acontecendo na Terra, longe de ser fruto da vontade divina, é o resultado da soma absurda de todas as nossas vontades. Se Jesus nos ensinou a pedir a Deus na Oração do Senhor: “Seja feita a Tua vontade, assim na Terra...” (Mateus 6:10), é porque ela não é feita.
Somente por vivermos no mesmo mundo, com as consequências de nossas escolhas acumuladas, criamos um ambiente que molda as situações que perpetuamos. Ou seja, cada um de nós está implicado, desde o início, num contexto inevitável de solidariedade, para o bem ou para o mal. Embora sejamos as vítimas inocentes dos infortúnios herdados, cada um de nós cometemos nossas próprias iniquidades e erros, e assim, fazemos parte da “culpa” pela situação presente no mundo.
Reconheço que minhas respostas são insuficientes para responder à pergunta: “Por que o mal existe no mundo?” Descobri isso com meus alunos centenas de vezes. Mas, antes de voltar a isso, gostaria de salientar que, até agora, ninguém nunca me perguntou: “Por que o bem existe?” Nossos gritos de protesto – “Por que eu?” – quando algo ruim nos acontece, sugerem que todos nós nos consideramos, em maior ou menor grau, vítimas inocentes de balas perdidas.
De maneira marcante, podemos notar que o menor problema que temos que suportar nos deixa indignados, mas não levamos em conta todo o bem que recebemos no mundo. Considerando que somos capazes de criar a maior parte dos danos que vemos ao nosso redor, a questão pertinente não é: “Por que sofremos injustamente?”, mas, “Por que ainda estamos vivos?” Se acreditássemos que tudo vem do acaso e do caos, teríamos que concluir que
o maior mistério não é por que o mal existe, mas por que o bem existe.
Se o mal não é um poder paralelo comparável ao bem, uma vez que não faz parte da criação original, então é, em certo sentido, evitável. Digamos que Deus permite que as coisas aconteçam como quando eu deixo meu filho andar de bicicleta. Uma coisa é permitir o prazer, durante o qual um infortúnio pode ocorrer, e outra coisa é causar ou querer que esse infortúnio aconteça.
[12] É perigoso, portanto, falar do mal que Deus “permite” e que Ele poderia “prevenir” devido à Sua onipotência, pois Deus não exerce agora a plenitude de Seus poderes (ou está limitando o exercício deles até o fim do Grande Conflito), nem estamos respeitando Suas leis. Esse atributo divino se manifestará no final dos tempos, uma vez que inclui também o poder que Ele tem para tornar Sua realidade ideal.[13] Entretanto, devemos observar o que Deus fez especificamente na História, o que Ele está fazendo e o que promete fazer para resolver o problema do sofrimento. Se Deus continua a respeitar nossa liberdade, podemos escolher respeitar a dEle também e nEle confiar.
VISLUMBRES DE ESPERANÇA
Uma vez que Deus é amor (1 João 4:8), Ele só pode desejar o melhor para as Suas criaturas. Portanto, podemos confiar em Sua bondade e, ao mesmo tempo, lutar contra os erros que há no mundo, causados por nosso afastamento de Seus planos. Confiamos na misericórdia divina, apesar de experimentarmos o sofrimento, porque sabemos que o Criador também abomina a dor (Romanos 8:31-39), e Ele planejou o seu final (Apocalipse 21:1-4). Sabendo que o mal só pode ser superado pelo bem (Romanos 12:21), procuramos soluções temporárias, enquanto esperamos o cumprimento das promessas divinas no futuro. O que já sabemos e entendemos sobre Deus nos permite ter fé nEle, apesar de não sabermos ou entendermos tudo.
[14]
Os grandes mestres da espiritualidade viram um caminho de volta à solidariedade para com os outros e ao reconhecimento da bondade do plano divino. C. S. Lewis, por exemplo, escreveu: “Deus não Se importa em ser o último recurso para Suas criaturas.”
[15] Muitos de nós teríamos nosso orgulho ofendido se as pessoas batessem em nossa porta somente quando precisassem de algo. Mas Deus nos aceita de qualquer maneira, porque Ele nos ama com um amor absoluto.
A religião pode realmente trazer às pessoas o alívio ou o encorajamento de que necessitam em seu estado de sofrimento. Entretanto, o sentimento de necessidade de ajuda, incluindo a ajuda divina, não é uma fraqueza. A consciência de nossos limites não é apenas realista, mas também necessária para viver uma vida plena. Uma pessoa que nunca sente sede e, portanto, não bebe água provavelmente morrerá, porque a água é essencial para a sobrevivência, e a sede é o mecanismo de proteção que nos lembra periodicamente de nossa necessidade de água. Uma vez que não podemos atingir objetivamente nosso destino final sem Deus,[16] nossa sede por Ele é um sinal de saúde espiritual. Não sentir essa necessidade seria um sinal perigoso de que algo não está funcionando bem.
A descoberta de nossa necessidade de Deus é o primeiro passo para obtermos Sua ajuda.
É por isso que nossos esforços são gastos da melhor maneira não tentando explicar o mal,
[17] mas tentando combatê-lo. Ao assim fazermos, nós nos unimos nessa luta cósmica pelo bem, encorajados pela convicção de que o Criador compartilha de nosso sofrimento, de alguma forma. Esperamos, aguardando o fim da guerra, mas sabemos que a batalha crucial já foi vencida e “que nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada” (Romanos 8:18). Enquanto isso, enquanto as escaramuças continuam com seus devastadores danos colaterais, Deus nos diz:
Persevere. Confie em Mim. Um dia a dor desaparecerá. Eis que faço novas todas as coisas. Enquanto isso, Eu estou com você!
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_________________________
[*]Roberto Badenas PhD pela Universidade Andrews, Berrien Springs, Michigan, EUA, aposentou-se em 2010, depois de uma vida de serviço à Igreja Adventista do Sétimo Dia na Europa, ocupando vários cargos como pastor, professor, administrador, decano do Seminário Teológico na Universidade Adventista da França (Collonges-sous- Salève), presidente do Comitê de Pesquisa Bíblica . O Dr. Badenas é autor de inúmeros livros. Suas publicações foram traduzidas para o espanhol, francês, alemão, italiano, português, romeno e catalão.
[**] Este artigo é uma versão editada e abreviada do original publicada no livro Facing Suffering: Courage and Hope in a Challenging World (Madrid, Sapain: Safeliz, 2013). Impresso com permissão e postado em
https://dialogue.adventist.org
NOTAS E REFERÊNCIAS
[1] Ethics, III, prefácio; cf. Metaphysics 1072. Ver também, Jonathan Bennett, A Study of Spinoza’s Ethics (Indianápolis, Ind.: Hackett, 1984), p. 276-277; para discussão, ver R. L. Delahunty, Spinoza (London: Routledge & Kegan, 1999), p. 227-231.
[2] Alexander Pope (1688-1744). Cf. Augustine, Confessions, livro 7, Capítulo 12.
[3] Tomás de Aquino, Summa Theologica, Pergunta 48.
[4] Nikolai Berdyaev, Slavery & Freedom (Hillsdale, N.Y.: Sophia Perennis, 1939, 2009).
[5] “O pecado surge porque as pessoas deliberadamente violam a ordem de Deus. Com certeza, Deus poderia haver impedido isso criando seres humanos de forma diferente. Mas então seríamos como bonecos ou máquinas obedientes, incapazes de experimentar a bem-aventurança que só pode ser alcançada ao escolhermos livremente o bem” (S. Singh, Wisdom of the Sadhu [Robertsbridge, UK: Plough Publishing House, 2011], p. 77).
[6] Ver Richard W. Coffen, Where Is God When You Hurt? (Hagerstown, Md.: Review and Herald, 1995), p. 3-29.
[7] Citação atribuída a Henri Lacordaire (1802-1861), padre francês que ficou notabilizado por seu comprometimento social.
[8] Viver em liberdade, embora seja importante, não é tudo: o respeito mútuo é essencial. “Devemos aprender a viver juntos como irmãos ou morrer juntos como tolos” (Martin Luther King Jr.). “A liberdade não é o direito de fazer o que queremos, mas o que devemos” (Abraão Lincoln, 1809-1865).
[9] O amor verdadeiro “não é forçado” (1 Coríntios 13:5, The Message).
[10] Ver Lawrence W. Wilson, Why Me? Straight Talk About Suffering (Kansas City, Mo: Beacon Press, 2004), p. 35.
[11] Elie Wiesel, Night (New York: Bantam Books, 1982), p. 61-62.
[12] Ver Elie Wiesel, The Trial of God (New York: Shocken Books, 1995).
[13] Para discussão da teodiceia e outras questões, ver Jürgen Moltmann, The Crucified God: The Cross of Christ as the Foundation and Criticism of Christian Theology (London: SCM Press, 1973).
[14] “No final, todas as razões serão reveladas, todo o sofrimento explicado, todas as perguntas respondidas. Entretanto, o desafio da dor não é buscar respostas, mas encontrar fé, confiar em Deus não por causa do que sabemos, mas apesar do que não sabemos” (Wilson, Why Me? p. 54).
[15] C. S. Lewis, The Problem of Pain (Glasgow: Fount Paperbacks, 1990).
[16] Agostinho de Hipona: “Senhor, Tu nos criaste para Ti, e nosso coração está inquieto enquanto não descansa em Ti.”
[17] Cf. Alvin Plantinga, God, Freedom and Evil (New York: Harper & Row, 1974), 54; C. S. Lewis, Mere Christianity (New York: Touchstone, 1980), p. 45, 46.© Comissão de Apóio a Universitários e Profissionais Advenstistas (CAUPA)
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Pr. Alberto R. Timm
Alguns textos falam realmente que “o Senhor endureceu o coração de Faraó” (Êxodo 4:21, 7:3, 9:12, 10:1, 20, 27, 11:10, 14:4 e 8). Outros afirmam que o próprio Faraó “endureceu o seu coração” (Êxodo 8:32, 9:34 e 35, 13:15). E há um terceiro grupo de textos que declaram simplesmente que "o coração de Faraó se endureceu" (Êxodo 7:13, 22, 8:19, 9:7).
Ezequiel 33:11 afirma que o Senhor não tem "prazer na morte do perverso, mas que o perverso se converta do seu caminho e viva". Pedro acrescenta que o Senhor não quer "que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento" (2 Pedro 3:9). Sendo assim, só podemos concluir que o endurecimento do coração de Faraó não derivou de um arbitrário decreto divino de predestinação para a perdição, e sim de uma atitude de obstinada rebeldia por parte do próprio Faraó.
No mundo natural, "o mesmo sol que derrete a cera endurece o barro". O problema não está no sol, mas na forma diferente com que a cera e o barro reagem ao calor. De modo semelhante, o problema de Faraó não estava em Deus, mas na forma como o próprio Faraó reagia às mensagens divinas de admoestação e arrependimento. Em vez de se humilhar e arrepender, Faraó se fechava cada vez mais aos apelos divinos. Cada novo apelo para abrandar o coração acabava gerando o efeito contrário, de endurecimento.
É nesse sentido que Deus é descrito como causando a Faraó o que Ele apenas permitiu que ocorresse. É preciso reconhecer também que chegou um ponto na vida de Faraó em que ele acabou extrapolando os limites da misericórdia divina. A partir desse ponto, os apelos ao arrependimento cessaram e os juízos divinos tomaram lugar (Êxodo 7 a 12), culminando na destruição final de Faraó e do seu exército (Êxodo 14). Em tudo isso, Faraó simplesmente colheu o fruto de sua própria obstinação (ver Gálatas 6:7).
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Alberto R. Timm é Ph.D. em Religião pela Andrews University.
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Pr. Amin Rodor, Ph.D.[1]
"Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça."Romanos 4:5 – Durante os anos que trabalhei como pastor em Toronto, minha igreja apoiava o programa de televisão Está Escrito, em português, dirigido e apresentado pelo pastor Henry Feyerabend. Por estratégia evangelística, apresentei alguns desses programas. Lembro-me de que num deles procurei responder a perguntas comuns feitas por pessoas vindas do catolicismo. Uma delas era a seguinte: “Quanta mudança tenho que fazer antes de ir a Cristo?” Minha resposta começava com outra pergunta: “Quanta mudança uma pessoa doente tem que fazer antes de ir ao médico?” A resposta é óbvia. Se alguém precisa melhorar primeiro para só então ir ao médico, nesse caso, já não precisará dele. Então, acrescentava: “Os leprosos foram a Cristo como leprosos; os cegos, como cegos; e os aleijados, como aleijados. Era Ele que iria operar a mudança.”
Parece muito simples, não é mesmo? Mas temos uma enorme dificuldade em praticar isso em relação a nós e também aos outros. Durante a Idade Média, a igreja ensinava que uma pessoa deveria primeiro santificar-se para então ser justificada. Segundo essa mentalidade, primeiramente era necessário alguém fazer tudo o que estava ao alcance, ou seja, andar sozinho metade do caminho. Era preciso provar-se digno da assistência divina. Só então Ele viria ao seu encontro. A confusão teológica entre santificação e justificação não é heresia nova. Ela vem desde Agostinho, prevaleceu em todo o período medieval e ainda persiste entre muitos hoje. O grande problema dessa teoria é que, nesse caso, Deus não “justifica o ímpio”, como dizem as Escrituras no texto de hoje, mas o “justo”.
Preste atenção na mensagem de um poderoso sermão de Charles Spurgeon sobre Romanos 4:5: “Se você não está perdido, de que serve um Salvador? Sairia um pastor em busca daqueles que nunca se extraviaram? Por que varreria a mulher toda a casa a fim de procurar moedas que não caíram de sua bolsa? Não é o remédio para os doentes, a vivificação para os mortos, o perdão para os culpados, a liberdade para os que estão em cativeiro e a abertura dos olhos para os que jazem na cegueira? De que serviriam o próprio Salvador, a Sua morte sobre a cruz, o evangelho e o perdão se não existissem homens culpados e dignos de condenação? O pecador é a razão de ser do evangelho.”
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[1] Meditações Matinais Encontros com Deus (Tatuí, SP:
Casa Publicadora Brasileira, 2014).
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César Vasconcelos
Uma das dores emocionais mais fortes é a que resulta do saber de uma traição conjugal ao se amar o cônjuge que traiu. A dor pode ser ainda mais devastadora se ocorre entre amigos do casal, o que não é raro, infelizmente.
Quando a pessoa está envolvida numa “paixão proibida”, por ser solteira e se envolve com pessoa casada, ou por ser casada e se envolve com alguém fora do casamento, ela fica cega e possuída por emoções que dominam muito o raciocínio. É como o efeito de uma droga no cérebro. A pessoa fica fissurada, obsessiva, dominada pelo sentimento. Perde a razão.
O traído pode sentir ira e canalizá-la para o rival, inocentando o traidor. Isto pode aliviar a dor e diminuir o sofrimento. Assim, o vilão é considerado a pessoa rival. O traído age assim logo após descobrir a traição, protegendo o cônjuge e atacando o rival, para diminuir a dor, pois fica menos pior pensar que o cônjuge é inocente e que a culpa toda é do rival que teria tido a iniciativa da sedução. Com tal crença, o traído se protege da dor de se sentir rejeitado. Mas se trata de uma defesa que não funcionará mais adiante. À princípio perdoa-se com mais facilidade, apega-se ao cônjuge traidor, se lança mão de meios de reconquista (roupas sedutoras no caso da mulher traída, e dedicação intensa à esposa, no caso do homem traído). Estas atitudes servem para bloquear a raiva de ter sido traído. Perceber a verdade de que o cônjuge também é culpado, pode ser insuportável neste momento. Daí a necessidade de jogar a verdade sob o tapete da consciência, de que a culpa e a responsabilidade pelas escolhas são de todos.
Este mecanismo de defesa da dor esmagadora de ter sido traído, pode produzir doenças psicossomáticas (reações no corpo), também depressão e finalmente levar à explosões de raiva, cobranças, o que piora tudo.
Para a mulher que foi traída, existe dor maior se seu marido se apegou afetivamente à rival, não sendo só algo sexual, porque a mulher vivencia como mais significativo o lado afetivo da relação. É, por isso, mais devastador para ela se seu marido passou a gostar da outra do que apenas ter sexo com ela.
Mas para um homem traído, o mais devastador parece ser sua esposa ter sexo com o rival, ou seja, quando ela entrega seu corpo para outro homem. Isto gera forte ameaça na masculinidade no traído, deixando-o com dolorosos sentimentos de humilhação, depreciação de si e inferioridade.
Parte da resolução da infidelidade envolve o perdão, a promessa e o cumprimento de não mais ocorrer qualquer tipo de traição, e tempo para a cura da ferida pessoal, que é de difícil cicatrização. Também é importante que o traído viva sua dor, experimente-a, expresse-a e finalmente a deixe ir. O tempo necessário para isto ocorrer irá depender do tipo de pessoa, da qualidade do relacionamento que o casal tinha, do temperamento, etc.
O cônjuge que traiu, agora precisará tolerar a angústia da culpa e esperar pelo tempo necessário para curar a ferida do relacionamento. Isto pode significar que terá que enfrentar solidão e angústia não só pela presença da culpa, como pelo fato de que seu cônjuge poderá ficar não afetivo, não para fazê-lo sofrer ou por vingança, mas porque a confiança foi quebrada, o que requer um tempo de cicatrização da ferida, às vezes mais longo do que ambos gostariam de experimentar, a fim de terminar a dor e a distância afetiva.
Trair é uma escolha. Amar também. Não é algo só emocional. Pessoas imaturas, especialmente na filosofia pós-moderna, se baseiam só no sentimento ao realizar coisas na vida. O paradigma desta filosofia é: se dá prazer, então tudo vale!
As pessoas em processo de amadurecimento têm, por outro lado, como base filosófica da existência, a crença de que o sentido da vida e o prazer real vêm pelo servir, ser útil dentro da ética, ser verdadeiro e viver afetividade saudável. Testemunhos têm mostrado que o prazer da traição não compensa a dor que surge e que pode demorar para desaparecer, em todos os envolvidos.
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Fonte: Portal Natural
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Frederico Branco, editor*
Era uma manhã normal, como muitas mães já vivenciaram. Ela pegou as chaves do carro, correu porta afora, certificou-se de que o filho de cinco anos estava afivelado no banco da frente, colocou as chaves na ignição e se preparou para sair. De repente, ela percebeu que tinha esquecido sua bolsa, então correu de volta para a casa. Um telefonema indesejado parou-a em seu caminho. "Eu posso fazer isso rápido", ela deve ter raciocinado, e terminou a chamada o mais rápido possível.
Correndo para fora, ela ficou horrorizada ao descobrir que seu filho havia sido atropelado pelo carro. Aparentemente, ele conseguiu se soltar; subir no banco do motorista e ligar o carro. Quando o veículo começou a se mover, ele deve ter entrado em pânico e saltado. Ela pediu ajuda imediatamente, mas já era tarde demais. Os próximos dias pareciam um pesadelo interminável para a mãe enlutada, enquanto ela lidava com o seu choque.
Seria ela curada de uma ferida tão permanente? Em seu livro, “The Healing Path” [O Caminho da Cura], o conselheiro cristão Dan Allender termina a história: "Dois anos depois do acidente a mulher estava muito melhor, mas ainda sofria ondas de náusea e culpa que ameaçavam afogá-la. Seu casamento estava em grande perigo, e ela continuou tomando medicação para a depressão. Sua história e a tristeza embutidas em seus olhos me abalaram. Mas um comentário em particular me agitou:
"Obrigado’, ela disse, ‘por me avisar que não é errado sofrer’. Todos queriam que ela ficasse ‘bem’, ela explicou. Eles queriam que ela seguisse em frente com sua vida. Ela disse que costumava ter sentimentos semelhantes em relação àqueles que sofreram perdas trágicas; ela não tinha entendido a profundidade da dor com a qual eles lutavam. Agora ela compreendia. Com tristeza, ela comentou: "Eu simplesmente nunca pensei que a tragédia pudesse, em realidade, chegar à minha porta".
Muitas vezes, durante essas tragédias inesperadas, nos perguntamos: Onde está Deus em tudo isso? Em tragédias em massa, como terremotos ou outras calamidades, Deus recebe a culpa e pouco crédito. Desastres naturais são chamados de "atos de Deus". Histórias milagrosas de sobrevivência são creditadas a "boa sorte".
Não é culpa de Deus
Mas isso não é realmente a verdade. Deus nunca planejou que Seus filhos sofressem quando Ele criou a vida na Terra. Morte e sofrimento foram introduzidos à humanidade quando Adão e Eva aceitaram a oferta do inimigo de uma suposta vida melhor (veja Gênesis 3: 1-19). Mesmo que o salário do pecado trouxesse a morte como o destino final de todo ser humano, Deus introduziu a vida eterna novamente através do sacrifício de Seu Filho. Seu plano garantiria a estabilidade para sempre erradicando o pecado e protegendo completamente Seus filhos de Satanás, o autor do pecado e da morte (veja Romanos 6:23; Naum 1: 9).
Deus sabia que, para o universo ficar para sempre livre da rebelião contra as Suas leis, Satanás precisaria de tempo para demonstrar quão terrível é a rebelião e os resultados que ela traz. Então, quando os filhos da terra forem finalmente redimidos, eles nunca mais desejarão provar a terrível experiência do pecado novamente.
Portanto, é importante entender que, mesmo que haja uma razão para o sofrimento e a morte que suportamos, não é culpa de Deus. A boa notícia é que Deus está conosco através dessas circunstâncias difíceis. Nós nunca planejamos que a tristeza chegasse ao lar, mas quando isso acontece, temos um Salvador que é capaz de compreender a grande perda da morte. Ele deseja nos confortar e sustentar mesmo em meio às ondas de dor que ameaçam nos engolir (João 14:18). A Bíblia nos diz que "Jesus chorou" quando perdeu um amigo (João 11:35). Mesmo que Ele planejasse ressuscitar Lázaro, Aquele que disse ser “a vida e a ressurreição” chorou antes de realizar uma ressurreição. Ele dedicou tempo para lamentar a experiência desagradável da morte.
Seus entes queridos estão dormindo
Olhando um pouco mais de perto, vemos algo mais impressionante sobre a história da morte de Lázaro. Jesus sabia que Seu amigo estava doente por vários dias antes de realmente morrer, mas Jesus continuou curando os outros. Os discípulos ficaram preocupados e duvidaram da sinceridade do amor de Jesus por seu amigo. Por essa razão os discípulos ficaram surpresos, pois, finalmente, foi a morte de Lázaro o que motivou Jesus a agir.
A Bíblia diz que Jesus, quando “soube que Lázaro estava doente, ainda ficou dois dias onde estava. Então disse aos seus discípulos: — Vamos voltar para a Judéia.” Jesus explicou aos seus discípulos que “nosso amigo Lázaro está dormindo, mas eu vou lá acordá-lo”. Seus discípulos responderam, “Senhor, se ele está dormindo, isso quer dizer que vai ficar bom!” ... Então, ele lhes disse claramente: "Lázaro morreu" (João 11: 6, 7, 11:14).
E essa não é a única vez em que Jesus comparou a morte ao sono. Mateus, Marcos e Lucas contam a história de outra ressurreição que Jesus realizou. Desta vez, o homem chamado Jairo tinha uma filha de 12 anos que estava gravemente doente. Ele veio a Jesus como um último esforço e Jesus concordou em acompanhar Jairo à sua casa. No entanto, a multidão de pessoas que buscavam a cura impediu seu progresso, e a viagem em direção à casa de Jairo se tornou uma jornada irritantemente lenta.
Finalmente, um mensageiro veio com a notícia avassaladora: "Não incomode o Mestre, é tarde demais, sua filha está morta" (veja Marcos 5:35). Apesar do aperto da multidão, Jesus fez contato visual com Jairo, dizendo: "Não tenha medo, apenas acredite" (versículo 36). Jesus tinha um plano. Ao entrar na casa Ele disse: “Por que tanto choro e tanta confusão? A menina não morreu; ela está dormindo” (Marcos 5:39).
Esses supostos amigos, que fingiam lamentar, na verdade riram de Jesus (Marcos 5:40). Eles riram porque podiam ver se os sinais vitais da vida estavam presentes ou não. Eles sabiam fazer distinção entre morte e vida. Mas eles perderam o maior conforto nas palavras de Jesus. A Bíblia nos diz que "os mortos nada sabem" (Eclesiastes 9: 5) e no dia em que eles morrem, "perecem os seus pensamentos” (Salmo 146: 4, ACF).
Jesus nos revela através dessas duas histórias o simbolismo do sono de que a morte é apenas uma inconsciente e pacífica espera da ressurreição. A Bíblia também nos diz que algumas pessoas serão ressuscitadas na primeira ressurreição para a vida e algumas enfrentarão o julgamento na segunda ressurreição (ver Apocalipse 20:6). Mas, felizmente, essa decisão depende de um Deus misericordioso que não deseja que ninguém pereça (veja 2 Pedro 3:9).
Só Ele pode ler o coração nos últimos momentos de vida de uma pessoa. Não podemos julgar, mesmo quando uma pessoa parece viver totalmente fora da vontade de Deus. Que conforto saber que nossos entes queridos não estão queimando no inferno, ou desfrutando da bem-aventurança do céu enquanto nos observam a sofrer ao longo da vida na Terra sem eles. Eles estão simplesmente descansando até que Deus os chame de volta à vida no dia da ressurreição.
Você vai se encontrar novamente
Jesus provou que Ele é um doador de vida. Sabemos que Ele ama restaurar os mortos para suas famílias e amigos. Portanto, podemos nutrir a esperança de que nos reuniremos um dia com nossos entes queridos, ainda que sejamos chamados a esperar com fé pela vitória final de Deus sobre a morte.
O artista cristão Steven Curtis Chapman conhece a dor da perda e a esperança do reencontro. Há alguns anos, ele perdeu sua filha de cinco anos, Maria, em um trágico acidente. Aparentemente, quando um adolescente saiu de sua garagem em um SUV, ele não viu a criança brincando. Essa tragédia aconteceu apesar do fato de os Chapmans terem feito trabalho missionário em orfanatos no exterior. Como pode ser justo que aqueles que estavam ajudando os filhos de outras pessoas perdessem um filho? Isso parecia tão errado. Como algo mal assim poderia acontecer com pessoas boas? Chapman e sua esposa devem ter ficado amortecidos pela tristeza, do mesmo modo como aquela mãe que nunca pensou que uma tragédia assim chegaria à sua porta até que ela perdesse o filho em um acidente semelhante.
No entanto, os Chapmans escolheram confiar em Deus, mesmo quando não compreendiam nada. Logo após essa perda terrível, Chapman compôs a canção "Beauty Will Rise" [A Beleza se Levantará], que é comovente e mostra a profunda saudade do coração para o dia do reencontro com seus entes queridos. Enquanto Chapman percorria as emoções daquela ferida aberta, tenho certeza de que isso influenciava a urgência de sua esperança de ver aquela menininha preciosa de novo. Ele diz: "Dessas cinzas ... a beleza se levantará. Pois sabemos que a alegria está chegando de manhã ... de manhã".
Sim, a Bíblia diz: "O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã" (Salmo 30:5). Esta noite de agonia terminará para você um dia, pois a abençoada manhã da ressurreição virá. E quando Deus restaurar a beleza e a alegria para nós, quando recebermos nossos entes queridos, iremos para um lugar onde nunca mais sentiremos a dor da morte. A Bíblia promete que Deus "enxugará toda lágrima de seus olhos. Não haverá mais morte, luto, choro ou dor, pois a velha ordem das coisas já passou" (Apocalipse 21: 4). Naquele tempo Deus finalmente destruirá o pecado, Satanás e o último inimigo – a morte – não existirá mais (veja 1 Coríntios 15:25, 26). A bondade de Deus terá a vitória completa sobre o mal. O grito ascenderá: “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” (verso 55).
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*Este artigo foi publicado originalmente na revista Signs of the Times, maio de 2010. Traduzido do site adventists.org por Frederico Branco.
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Pr. Frederico Branco
MORTE: CHORO, CONSOLO E ALEGRIA
Desde que conheci os ensinos da Palavra de Deus tenho tido esperança no coração de reencontrar amigos e parentes queridos que já descansaram. Sei que parece impossível superar a profunda dor causada pela morte, mas raios de luz nos trazem esperança e alegria quando nos voltamos para Deus e Sua Palavra, pois Ele “é o nosso refúgio e a nossa força, socorro que não falta em tempos de aflição” (Salmos 46:1, NTLH). O próprio Cristo nos deu essa certeza quando fez a seguinte promessa: “Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados” (Mateus 5:4, ARA). Tenho convicção de que as lágrimas de hoje podem ser transformadas em alegria! Quero destacar três palavras: “choro”, “consolo” e “alegria”.
Não nos acostumamos com o choro do luto
Dizem que a morte faz parte da vida, mas essa é uma realidade com a qual nunca nos acostumaremos, sabe por quê? Simplesmente pelo fato de que não fomos criados para morrer! O sábio Salomão escreveu: “Ele [Deus] fez tudo apropriado ao seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade; mesmo assim ele não consegue compreender inteiramente o que Deus fez” (Eclesiastes 3:11, NVI). Consciente ou inconscientemente estamos insatisfeitos com a realidade deste mundo transitório, pois fomos criados para uma vida sem fim. Foi o próprio Deus que colocou o anseio da eternidade no nosso coração e Ele fez isso porque nos ama e deseja nos conceder vida eterna. Portanto, a morte não é o fim e o pranto de hoje se converterá em alegria no amanhã (João 16:20). Isso nos leva a segunda palavra: consolo.
As promessas de Deus nos consolam
“Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras”, escreveu o apóstolo Paulo (1 Tessalonicenses 4:18, ARA).
“Não queremos [...] irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança. Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem. Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor” (1 Tessalonicenses 4:13-17, ARA).
A esperança cristã se concentra nos eventos relacionados à Segunda Vinda de Jesus. Quando Ele voltar, conforme prometeu (João 14:1-3), aqueles que morreram em Cristo ressuscitarão, irão se unir aos vivos e, juntos, encontrarão Jesus nos ares. A bênção de estar junto a familiares, amigos e ao próprio Salvador trará alegria indescritível (Tito 2:13). Imagine a cena do reencontro, a intensa manifestação das emoções, beijos, abraços apertados e a grande alegria que vibrará em cada fibra do nosso ser! Emociono-me toda vez que vejo vídeos de soldados voltando para casa. Quando se reencontram com os seus queridos, a dor da partida inesperada fica pequena em comparação com a enorme alegria do reencontro! (Romanos 8:18). É com essa esperança bíblica que somos consolados por Deus, mediante a qual podemos nos alegrar.
É possível voltar a ser feliz?
Embora soframos a dor do luto, podemos desfrutar da alegria como um dom espiritual (Gálatas 5:22). Através das Escrituras Sagradas o Espírito Santo nos consola e nos encoraja a prosseguirmos com fé e esperança no cumprimento das promessas divinas. O salmista escreveu que “o choro pode durar a noite inteira, mas de manhã vem a alegria” (Salmo 30:5, NTLH). A ideia do texto é que “ao anoitecer o choro vem para se abrigar, ou passar a noite, mas a alegria vem pela manhã”. Assim como o sol irrompe de manhã em glória dissipando toda escuridão, a luz do amor de Deus dissipa a escuridão da tristeza. A noite escura vai passar, e quando Cristo voltar com poder e glória, cumprir-se-á o que foi dito:
“Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade. E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” (1 Coríntios 15:51–55, ARA).
Se mantivermos nossa confiança em Deus, a noite de tristeza se dissipará com a manhã de alegria. Foi assim quando Cristo ressuscitou naquela manhã de domingo, e assim será quando Ele regressar. Então, “a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram” e “estaremos para sempre com o Senhor” (Apocalipse 21:4; 1 Tessalonicenses 4:17). “Portanto, animem uns aos outros com essas palavras” (1 Tessalonicenses 4:18, NTLH).
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Inevitavelmente, a morte faz parte da nossa vida, não é mesmo? Todos nós, pelo fato de sermos pecadores, passaremos pela triste experiência de sepultarmos nossos queridos. A realidade da morte chegará para todos nós, querendo ou não. Será que é possível nos prepararmos para esses momentos de separação? Como agir diante de uma tragédia causada pela morte?[1]
Não é direito dizer aos que estão de luto: “Não chore! Não é direito chorar.” Estas palavras pouca consolação encerram. Não há pecado em chorar. [2] Jesus chorou junto ao sepulcro de Lázaro, e identifica Seus pesares com os dos filhos pesarosos.
O luto na Bíblia
O sábio Salomão escreveu: “É melhor ir a uma casa onde há luto do que a uma casa em festa, pois a morte é o destino de todos; os vivos devem levar isso a sério!” Eclesiastes 7:2
Entre os judeus, o período de luto era de sete dias (Gênesis 50:10, 1 Samuel 31:13), com carpideiras para confortar os aflitos (Marcos 5:38; João 11:19,31) [3]
Processo necessário quando se perde um ente querido
A morte de alguém próximo é uma das dores emocionais mais fortes que uma pessoa pode sentir. Quando perdemos alguém muito importante para nós, nossa resposta é o sofrimento. Toda perda dói. Não é fácil nos desfazermos de uma realidade que não volta mais. O sofrimento nestas ocasiões é, então, algo natural e até mesmo saudável, porque é a forma de expressarmos aquilo que estamos sentindo.
O impacto provocado sobre o indivíduo ou família devido à morte de um ente querido é um dos acontecimentos mais estressantes da vida, gera profundo efeito emocional, cria uma crise, todo o sistema se desorganiza e se desestrutura, tentando adaptar-se ao evento traumático da dor e do sofrimento que recebe o nome de luto.
Cada um dos membros da família irá reagir de forma diferente. Essas diferenças individuais devem ser respeitadas, visto que a gama de emoções nem sempre segue uma ordem cronológica, mas aparece e some a partir do estado de choque ou estupor (primeira etapa), para um estado de desconhecimento, desespero, ações automáticas, incapacidade de aceitar a realidade e negação do fato.
Ocorre também um estado de raiva ou de agressividade, sentir-se culpado por estar vivo, acusar a si mesmo: se eu estivesse lá; se tivesse feito isso ou aquilo, (segunda etapa) com sentimento de injustiça, desamparo e confusão. Depois vem o estado da desorganização ou de desesperança (terceira etapa), e então começamos a tomar consciência de que nosso ente querido não mais estará entre nós, e assim ocorrem a tristeza apática, nostalgia, desinteresse ou até mesmo uma tendência ao abandono, até a instrumentação de certos mecanismos de autocontrole que permitem à pessoa superar o fato que lhe causou tanta dor (quarta etapa).
Depois de passar por todas essas sensações de dor, a vida já não voltará a ser a mesma porque a perda de um ente querido deixa um vazio que nada pode preencher. Nosso objetivo é analisar algumas situações que ocorrem nesse processo e como podemos acompanhar os enlutados, reconstruindo-lhes a existência com novo significado.
Toda essa gama de emoções e de sentimentos que ocorre nesse processo é normal e previsível em uma situação de perda. A aflição e a dor são intensas. Essa dor pode ser expressa de forma física: chorar, sentir dor no peito, transtornos intestinais, perda do apetite, problemas com o sono, etc.; e de forma emocional e psicológica: tristeza, ataques de ansiedade, fadiga crônica, depressão, pensamentos suicidas, etc.
Não é fácil seguir adiante depois da morte de um ente querido. A dor diminui com o tempo e isso terá que ser aceito como um processo natural. É importante não esconder as emoções e não negar a realidade.
Quanto tempo dura o luto?
O luto é pessoal e pode durar meses ou anos, dependendo da capacidade de elaboração da pessoa e da família de superar a dor. A finalidade do luto é dar expressão e manter os sentimentos sãos, abrandar o sofrimento, dominar a dor da separação, aceitar a morte e amar o falecido com uma nova linguagem do amor. Nesse processo é preciso encontrar novo significado para a vida.
Para concluir o processo de cura deve-se passar por todas as etapas já mencionadas. Poderá haver dias melhores ou piores e, às vezes, o sentimento que se imaginava estar superado volta a se manifestar.
Eu já perdi alguns entes queridos como meus pais, alguns amigos próximos e, como psicólogo profissional, acompanhei muitos de meus pacientes nesse processo.
Ao escrever este artigo, não posso deixar de lembrar do ocorrido em Buenos Aires, quando acompanhei uma família amiga que perdera seu filho mais velho. Era uma linda família cristã com três filhos, dois homens e uma mulher que ajudavam o pai nos negócios da família que passava por um momento de prosperidade. Certo dia, quando a filha estava na porta da empresa, dois rapazes a assaltaram e o irmão mais velho, que fazia caratê, tentou defendê-la. Um dos assaltantes disparou dois tiros contra o peito do rapaz, que morreu na hora.
O que fazer? Como avisar o pai que voltava de uma viagem? Como dar a notícia ao filho, de sete anos, de que seu pai não mais estaria entre eles? Esses foram os momentos de maior desestruturação no sistema daquela família. Somente a sabedoria divina para dar prudência diante de emoções tão fortes.
Cada membro da família reagiu e manifestou a dor pela perda de forma diferente. Nesse momento aparecem as perguntas e os porquês – processos previsíveis diante de uma tragédia dessa magnitude, a despeito de nossa religiosidade, fé e crença.
Senhor, onde estavas que não protegeste meu filho? Senhor, por que permitiste? O que queres de mim? Perguntas sem respostas. É aqui que surge a luta entre a desesperança da dor e a esperança do reencontro na manhã da ressurreição.
A despeito da dor e da amargura pelo fato, meu amigo e sua família focaram sua confiança em Deus e disseram como Jó em seu sofrimento: “Porque eu sei que o meu Redentor vive [...]” (Jó 19:25)
Encontrar forças nesse momento de tanta amargura requer fé e confiança muito especiais que não podem ser construídas da noite para o dia. É o desenvolvimento da virtude da transcendência na ligação com o Superior, que faz com que as preocupações e os problemas sejam enfrentados com coragem, persistência, integridade, moderação e esperança, inspirando-nos a manter a vida com sentido, a despeito da dor que sentimos.
A tarefa daqueles que acompanham esse processo é favorecer o pensamento no futuro e minimizar o permanecer no passado e na nostalgia. [4]
Jesus está perto
(…) o bendito Salvador está ao lado de muitos cujos olhos estão de tal modo cegados pelas lágrimas que não O distinguem! Ele almeja apertar firmemente nossa mão, enquanto a Ele nos apegarmos com fé simples, implorando-Lhe que nos guie. É privilégio nosso alegrar-nos em Deus. Se dermos entrada em nossa vida ao conforto e à paz de Jesus, seremos conservados bem perto de Seu grande coração de amor. [5]
Os melhores consoladores
Os que têm suportado as maiores tristezas são freqüentemente os que levam aos outros os maiores confortos, introduzindo a luz do Sol aonde quer que vão. Esses (...) não perderam a confiança em Deus quando assaltados pelas dificuldades, mas se apegaram mais intimamente ao Seu protetor amor. Esses são uma viva prova do terno cuidado de Deus (…) [6]
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[1] Fique Leve, p. 60
[2] EGW, Carta 103, 1898
[3] Comentário Bíblia de Estudo Andrews, pgs. 50 e 390.
[4]Dr. José Enrique Muñoz Olivares,Ph.D. Psicólogo, mestre em Saúde Pública. É terapeuta de família, docente e diretor do curso de Psicologia da UnACh. (Revista Afam 3º trimestre de 2012. pgs. 14-15)
[5] The Review and Herald, 25 de Novembro de 1884.
[6] The Health Reformer, Outubro de 1877, p. 12.
Saiba mais ↓
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Como é a morte?
É como um sono. A Bíblia diz em 1 Tessalonicenses 4:13 “Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais como os outros que não têm esperança..”
Onde dormem os mortos?
A Bíblia diz em Daniel 12:2 “E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno.”
Os mortos sabem de alguma coisa?
A Bíblia diz em Eclesiastes 9:5-6, 10 “Pois os vivos sabem que morrerão, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco têm eles daí em diante recompensa; porque a sua memória ficou entregue ao esquecimento. Tanto o seu amor como o seu ódio e a sua inveja já pereceram; nem têm eles daí em diante parte para sempre em coisa alguma do que se faz debaixo do sol. Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças; porque no Seol, para onde tu vais, não há obra, nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.”
A morte não é o fim?
A Bíblia diz em Isaías 26:19 “Os teus mortos viverão, os seus corpos ressuscitarão; despertai e exultai, vós que habitais no pó; porque o teu orvalho é orvalho de luz, e sobre a terra das sombras fá-lo-ás cair.”
Que promete Jesus aos que morrem?
A Bíblia diz em Oséias 13:14 “Eu os remirei do poder do Seol, e os resgatarei da morte. Onde estão, ó morte, as tuas pragas? Onde está, ó Seol, a tua destruição? A compaixão está escondida de meus olhos.”
O poder da ressurreição vem de Cristo?
A Bíblia diz em 1 Coríntios 15:21-22 “Porque, assim como por um homem veio a morte, também por um homem veio a ressurreição dos mortos. Pois como em Adão todos morrem, do mesmo modo em Cristo todos serão vivificados.”
Por que Deus deu o Seu Filho ao mundo?
A Bíblia diz em João 3:16 “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”
Ambos os justos e os ímpios serão ressuscitados?
A Bíblia diz em João 5:28-29 “Não vos admireis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida, e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo.”
Os justos serão ressuscitados na Segunda Vinda de Cristo?
A Bíblia diz em 1 Tessalonicenses 4:16-17 “Porque o Senhor mesmo descerá do céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos seremos arrebatados juntamente com eles, nas nuvens, ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor.”
Que acontecerá depois da ressurreição?
A Bíblia diz em Filipenses 3:20-21 “Mas a nossa pátria está nos céus, donde também aguardamos um Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o corpo da nossa humilhação, para ser conforme ao corpo da sua glória, segundo o seu eficaz poder de até sujeitar a si todas as coisas.”
Por quanto tempo viverão os justos ressuscitados?
A Bíblia diz em Lucas 20:36 “Porque já não podem mais morrer; pois são iguais aos anjos, e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição.”
Quanto tempo têm que esperar os ímpios depois da primeira ressurreição para que eles mesmos sejam ressuscitados?
A Bíblia diz em Apocalipse 20:4-5 “E eles [os justos] reviveram, e reinaram com Cristo durante mil anos. (Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se completassem.).”
Qual é o destino dos ímpios?
A Bíblia diz em Apocalipse 20:9 “Mas desceu fogo do céu, e os devorou.”
Quem são os ímpios?
A Bíblia diz em Apocalipse 21:8 “Mas, quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos adúlteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago ardente de fogo e enxofre, que é a segunda morte.”
Que diz a Bíblia sobre o céu?
A Bíblia diz em João 14:2-3 “Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar. E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos tomarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.”
O conceito de céu é algo que já conhecemos?
A Bíblia diz em 1 Coríntios 2:9 “Mas, como está escrito: As coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam.”
Como descreveu Isaías o céu?
A Bíblia diz em Isaías 65:21-23 “E eles edificarão casas, e as habitarão; e plantarão vinhas, e comerão o fruto delas. Não edificarão para que outros habitem; não plantarão para que outros comam; porque os dias do meu povo serão como os dias da árvore, e os meus escolhidos gozarão por longo tempo das obras das suas mãos: Não trabalharão debalde, nem terão filhos para calamidade; porque serão a descendência dos benditos do Senhor, e os seus descendentes estarão com eles.”
Haverá paz até no reino animal?
A Bíblia diz em Isaías 65:25 “O lobo e o cordeiro juntos se apascentarão, o leão comerá palha como o boi; e pó será a comida da serpente. Não farão mal nem dano algum em todo o meu santo monte, diz o Senhor.”
Os deficientes serão curados?
A Bíblia diz em Isaías 35:5-6 “Então os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se desimpedirão. Então o coxo saltará como o cervo, e a língua do mudo cantará de alegria.”
Quando a morte, lamento e dor vão acabar?
A Bíblia diz em Apocalipse 21:3-4 “E ouvi uma grande voz, vinda do trono, que dizia: Eis que o tabernáculo de Deus está com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e Deus mesmo estará com eles. Ele enxugará de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem lamento, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.”
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Fonte BibleInfo.com
[post_title] => O que a Bíblia diz sobre a Morte?
[post_excerpt] => 20 perguntas sobre a Morte respondidas pela Bíblia.
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Infelizmente enquanto Jesus não voltar, teremos que conviver com aflições, e talvez a maior de todas seja a morte de pessoas queridas. Jesus prometeu estar com você em todos os momentos e em breve voltará para por um fim nesse sofrimento e dor.
Uma das razões porque Jesus vai voltar é justamente para lhe explicar algumas questões que lhe causam sofrimento e Ele deseja respondê-las olhando em seus olhos.
"O justo perece, e ninguém pondera sobre isso em seu coração; homens piedosos são tirados, e ninguém entende que os justos são tirados para serem poupados do mal. Aqueles que andam retamente entrarão na paz; acharão descanso na morte" (Isaías 57:1, 2).
Prepare-se para reencontrar-se com os seus amados muito em breve na manhã da ressurreição. A promessa bíblica diz que "Felizes são aqueles que morrem no Senhor" (Apocalipse 14:13). Eles estão guardados, dormindo, não mais sofrem. Na volta de Jesus serão trazidos à vida para um grande reencontro e a vida na eternidade sem mais dor, sem despedidas, sem morte.
"Em meio de todas as nossas provações, temos um infalível Ajudador. Não nos deixa lutar sozinhos com a tentação, combater o mal, e ser afinal esmagados ao peso dos fardos e das dores. Conquanto Se ache agora oculto aos olhos mortais, o ouvido da fé pode-Lhe ouvir a voz, dizendo: Não temas; Eu estou contigo. 'Eu sou... o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre' (Apocalipse 1:18). Suportei as vossas dores, experimentei as vossas lutas, enfrentei as vossas tentações. Conheço as vossas lágrimas; também Eu chorei. Aqueles pesares demasiado profundos para serem desafogados em algum ouvido humano, Eu os conheço. Não penseis que estais perdidos e abandonados. Ainda que vossa dor não encontre eco em nenhum coração na Terra, olhai para Mim e vivei. "As montanhas se desviarão, e os outeiros tremerão; mas a Minha benignidade não se apartará de ti, e o concerto da Minha paz não mudará, diz o Senhor, que Se compadece de ti" (Isaías 54:10).[1] "Nenhum suspiro se desprende, nenhuma dor é sentida, desgosto algum magoa a alma, sem que sua vibração se faça sentir no coração do Pai."[2] (DTN, p. 248)
Faça um de nossos cursos bíblicos e entenda melhor o que a Bíblia ensina sobre este assunto.
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_________________
[1] Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira), p. 483.
[2] Idem, p. 248.
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“Oh! Se a minha queixa, de fato, se pesasse, e contra ela, numa balança, se pusesse a minha miséria, esta, na verdade, pesaria mais que a areia dos mares” (Jó 6:2, 3).
Vemos aqui Jó expressando sua dor através de uma metáfora. E você, como expressa sua dor?
Essa imagem nos dá uma ideia de como Jó enxergava seu sofrimento. Se toda a areia do mar estivesse em um lado da balança e sua “dor” e a “calamidade” no outro, os seus sofrimentos excederiam o peso de toda a areia.
O sofrimento de Jó era muito real para ele. Esse sofrimento era apenas dele e de ninguém mais. Às vezes ouvimos falar do conceito da “soma do sofrimento humano”.
Porém, isso não expressa bem a verdade. Não sofremos em grupos. Não sofremos a dor de ninguém, apenas a nossa própria. Conhecemos somente nossa dor, nosso sofrimento. A dor de Jó, por maior que tenha sido, não foi maior do que a dor que outras pessoas poderiam sofrer.
Algumas pessoas bem-intencionadas poderiam dizer a alguém: “Eu sinto sua dor”. Não sentem; elas não podem sentir. Tudo o que podem experimentar é a própria dor, que pode vir em resposta ao sofrimento de outra pessoa. Mas é sempre e somente isso, a dor própria, não a de outra pessoa.
Ouvimos falar em desastres provocados pelo próprio ser humano ou por outras causas, com alto número de mortes. O número de mortos ou de feridos nos choca.
Mal podemos imaginar um sofrimento de tamanha proporção. Mas no caso de Jó, e também de toda a humanidade caída desde Adão e Eva até o fim deste mundo, todos os seres caídos que já viveram puderam conhecer somente seu próprio sofrimento e não mais que isso.
É evidente que jamais devemos menosprezar o sofrimento individual e, sendo cristãos, somos chamados a aliviar o sofrimento quando e onde pudermos:
"A religião pura e imaculada para com Deus e Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo" (Tiago 1:27).
"Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e foste me ver.
Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos? E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes" (Mateus 25:34-40).
Entretanto, não importa quanto sofrimento exista no mundo, podemos ser gratos pelo fato de que nenhum ser humano caído sofre mais do que pode suportar.
Reflita sobre a ideia de que o sofrimento humano está limitado apenas a cada indivíduo. Isso pode lhe ajudar a enxergar o problema do sofrimento em uma perspectiva diferente?
Jó ao final de sua angústia testemunhou: "Meus ouvidos já tinham ouvido a teu respeito, mas agora os meus olhos te viram." Jó 42:5
A apóstolo Paulo foi alguém que experimentou o sofrimento, em uma dimensão bem diferente da que Jó vivenciou. Que tal conhecer um pouco dos seus ensinos?
https://biblia.com.br/curso/paulo-o-mensageiro-da-cruz/
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_________________________
[1] LES, O livro de Jó , 4º Trimestre de 2016, p. 34.
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Por Silvia Scholtus de Roscher*
A história de um monge alemão que prega teses na porta de uma igreja em 31 de outubro de 1517 é a história do início do grande debate teológico que nos trouxe a Reforma Protestante. A epístola de Paulo aos Romanos carrega uma culpa justa por isso.
A Carta de Paulo aos Romanos
Textos como
Romanos 1:17 e
5:1,
2 foram fundamentais para o entendimento teológico de Martinho Lutero, de vital importância para seu argumento teológico. No prefácio de seu comentário aos Romanos, Lutero ressalta a necessidade de apreender certos termos fundamentais como
justificação, fé, paz, graça, esperança e
glória, antes de abordar um estudo da epístola.
[1] Esses termos, todos encontrados nas passagens mencionadas acima, são apenas tantas palavras-chave para descrever o processo de salvação do começo ao fim.
De acordo com Romanos 5, Deus pode nos fazer pessoas diferentes: “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, nosso Senhor Jesus Cristo, por meio de quem obtivemos acesso pela fé a esta graça na qual agora estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus” (
Romanos 5:1,
2). Os crentes podem estar em paz com Deus, embora para alguns, encontrar a paz pode demorar toda a vida.
A nova e maravilhosa luz de Lutero que ele foi conduzido a brilhar em todo o mundo era como os pecadores podem aceder à graça: não pela circuncisão; não por nossas obras meritórias; mas apenas pela fé em Jesus Cristo.
Compreendendo a Graça de Deus
Por que o foco em Jesus Cristo? Porque Ele faz toda a diferença: somos “justificados gratuitamente… por meio da redenção que há em Cristo Jesus” (
Romanos 3:24).
Justificação é um termo judicial. Ser justificado é o oposto de ser condenado. A mensagem do evangelho é que, embora o pecado nos condene, aceitar o sacrifício de Cristo pela fé nos absolve. O juízo final permite apenas duas possibilidades: justificação ou condenação. Sem Cristo, todos estão condenados; mas todos os que estão em Cristo são justificados. Para eles, não há mais condenação; eles estão em paz com Deus (
Romanos 5:1;
8:1). Esse é nosso entendimento da Bíblia, que se explica e cuja explicação é autossuficiente. Deus gostaria que entendêssemos a partir de Sua Palavra tudo relacionado com nossa salvação, inclusive termos fundamentais como:
Propiciação—um termo culto, o sacrifício que Deus ofereceu para satisfazer a justiça: Deus sacrifica Seu Filho como “
propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça. Em sua tolerância, havia deixado impunes os pecados anteriormente cometidos” (
Romanos 3:25).
Redenção—um termo comercial, o preço que Deus pagou por nosso resgate: somos “justificados gratuitamente por sua graça [de Deus], por meio
da redenção que há em Cristo Jesus” (
Romanos 3:24,; veja também
Colossenses 1:14).
Justificação—um termo judicial, a defesa legal de Deus que nos declara inocentes (como acima,
Romanos 3:24).
Reconciliação—um termo familiar, o abraço de Deus nos restaura para um relacionamento com Ele mesmo: Deus “nos
reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo” (
2 Coríntios 5:18).
Compreender o uso de Deus desses termos bíblicos é motivo de abundante ação de graças: podemos agradecer a Deus por Seu sacrifício; pelo preço que Ele pagou por nosso resgate; por nos declarar inocentes quando sabemos que não somos, e por Seu abraço restaurador.
Na parábola de Jesus sobre o filho pródigo, ouvimos, na história do abraço desse pai ao seu filho uma vez perdido, a narração de Jesus sobre a história de nossa salvação.
As 95 teses de Lutero
Lutero não era o único interessado nos tópicos discutidos em suas teses. Mas ele era um intérprete magistral do sentimento penetrante entre outros estudiosos de seu tempo. Outros tentaram introduzir mudanças,
[2] muitas vezes através de conselhos da igreja, mas também através de esforços individuais e coletivos.
[3]
As teses de Lutero impactaram a sociedade do final da Idade Média porque elas incorporavam os sentimentos de muitos alemães daquela época.
As motivações religiosas influenciaram poderosamente a jornada interna e a ação externa de Lutero; o monge agostiniano havia sofrido ansiedade agonizante com respeito a assegurar sua salvação. Porém, então, a declaração categórica de Paulo, “o justo viverá pela fé” (
Romanos 1:17), tirou-o de sua profunda crise. Ele entendeu que um Deus misericordioso nos justifica através da fé. À luz deste princípio, toda a Escritura assumiu um novo significado. Todos—vendedores de indulgências, compradores de indulgências, pregadores (de fato, especialmente pregadores)—estavam interessados no “como” da salvação. Lutero estava “coçando onde coçava”. Seus escritos se espalharam.
Começando em 1514, Lutero pregava contra o abuso de indulgências, e como elas fizeram a graça barata em vez de levar a um verdadeiro arrependimento. Em 1517, seus paroquianos estavam retornando da compra das indulgências de Tetzel, acreditando que não precisavam se arrepender e mudar suas vidas para receber o perdão dos pecados. Lutero aprofundou seu estudo sobre o tema e buscou conselhos de especialistas. Ele pregou sobre o tema várias vezes em 1517, explicando que o verdadeiro arrependimento era melhor do que comprar indulgências. Ele mesmo ensinou que comprar indulgências pressupõe o verdadeiro arrependimento e a confissão, de outra forma, isso era inútil.
A fé se tornou uma mera mercadoria ligada a compras de justiça e estadias encurtadas no purgatório.
Entre abril e outubro de 1517, Lutero parou de pregar esses sermões, talvez porque ele estivesse se preparando para escrever suas teses.
Por que 31 de outubro?
Em 1º de novembro, na Igreja de Todos os Santos em Wittenberg, seriam distribuídas muitas relíquias coletadas por Frederico III, Eleitor da Saxônia. As pessoas que visitaram a igreja em 1º de novembro, “Dia de Todos os Santos”, receberam promessas de indulgências, algo que a igreja oferecia como “uma maneira de reduzir a quantidade de punição que alguém tem que suportar pelos pecados”,
[4] ou mesmo um sistema de convertibilidade.
5
O dia 31 de outubro era a véspera do dia em que a igreja ficaria cheia de pessoas participando de celebrações, vendo e buscando relíquias sagradas e, em troca, dispensando os pecados.
Com muita hesitação e angústia, Lutero postou as teses. Alguns amigos o encorajaram. As teses eram uma proposição acadêmica expressa em latim, não em alemão. Lutero queria que elas fossem discutidas na Universidade de Wittenberg, onde ele ensinava. Inicialmente, ele não tinha mais nada em mente. O documento começou assim:
“Por amor à verdade e pelo desejo de elucidá-lo, o Reverendo Padre Martinho Lutero, Mestre em Artes e Teologia Sagrada, e palestrante ordinário na Wittenberg, pretende defender as seguintes declarações e contestar sobre elas nesse local. Portanto, ele pede que aqueles que não puderem estar presentes e contestar com ele oralmente o façam em sua ausência por carta”.
Sua introdução concluiu: “Em nome do nosso Senhor Jesus Cristo, amém”.
Em seguida, seguiram as 95 teses. Depois que o documento foi impresso em latim, fixado no quadro branco da universidade e enviado às autoridades, as pessoas começaram a fazer e compartilhar cópias das teses de Lutero.
Tópicos das teses
Em primeiro lugar, as teses abordam a base bíblica do perdão. Discutindo o valor das indulgências, eles examinam os motivos pelos quais os seres humanos são perdoados pelos seus pecados. O que a Bíblia diz sobre isso?
Em segundo lugar, elas se concentram nas indulgências e na autoridade para administrá-las; também, na possibilidade de fazer favores para aqueles que já morreram e sobre a eficácia desses meios. A concessão de Deus de liberdade completa e perdão ao cristão verdadeiramente arrependido faz com que seja uma blasfêmia considerar as indulgências como um presente de Deus.
Em terceiro lugar, Lutero aborda as relações dessas indulgências com a ética cristã, explorando a possibilidade de abuso de líderes religiosos.
De suas 95 teses, duas em particular, a 1ª e a 62ª, expressam o pensamento de Lutero. Ambas são declarações breves. Na primeira tese, ele escreve: “Quando nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo disse: ‘Arrependam-se’ (
Mateus 4:17), Ele quis que a vida inteira dos crentes seja de arrependimento”. Lutero cita
Mateus 4:17 da Vulgata [versão em latim]. Ele insiste que o verdadeiro arrependimento que Cristo exige para experimentar o perdão dos pecados é uma ação espiritual interior e não uma confissão sacramental externa. As indulgências levaram os cristãos a evitar o verdadeiro arrependimento e a dor pelo pecado, acreditando que as indulgências compradas poderiam substituir o verdadeiro arrependimento. As indulgências desencorajaram os cristãos de dar aos pobres e realizar outros atos de misericórdia, pois eles acreditavam que as indulgências eram de mais valor espiritual.
As lutas de Lutero contra a penitência lhe deram uma clara compreensão das ansiedades e preocupações de seus públicos. Em sua própria vida, ele lutou muito para distinguir entre contrição e arrependimento sincero, uma contrição nascida do medo do fogo do inferno. Após anos de tormento em que a fé se tornou uma mera mercadoria ligada a compras de justiça e estadas encurtadas no purgatório, ele encontrou o evangelho renovador, refrescante, libertador, incomparável. Sua 62ª tese declara: “O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo evangelho da glória e da graça de Deus”.
Lutero cita Jesus, que começa Seu ministério dizendo: “Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo” (
Mateus 4:17). No cristianismo verdadeiro, a solução para o problema do pecado implica o arrependimento. Mas na Idade Média, outros elementos foram adicionados: esforços espirituais, substitutos materiais, sacrifícios monetários. E houve abusos do sistema que Lutero achava que estavam afetando o serviço sacerdotal. Algumas pessoas deixaram de confessar seus pecados, achando erroneamente que as indulgências haviam resolvido seus problemas.
Mas viver uma vida cristã exige que mudemos o curso errado que nos leva ao pecado, voltemo-nos para Deus e aceitemos Seu esforço para nos abraçar e restaurar. É impossível comprar entrada no reino espiritual de Cristo, ou experimentar “sem arrependimentos” em relação ao nosso status e conduta prévios na vida. Jesus diz que entrar em Seu reino começa com o arrependimento—lamentar nosso passado—em si um presente de Deus, juntamente com Seu perdão dos nossos pecados (
Atos 5:31).
Outro ponto marcante da 62ª tese é que a igreja tem um tesouro. Lutero discute a teologia do mérito, o baú do tesouro dos méritos que poderia ser oferecido. Ele escreve: “Não se esqueça de que o maior tesouro da igreja é o santo evangelho da glória e da graça”. O tesouro da igreja é o evangelho, ou seja, as boas-novas de Jesus Cristo. Não há outro tesouro além de Cristo e das boas-novas de Sua graça—o favor imerecido que Ele estende para nós para nos tirar de nossos estado e condição desastrosos e nos oferecer a segurança de Seu perdão, paz e esperança da glória eterna. Em Sua parábola do tesouro, o homem que o encontra vende tudo para comprar o campo onde o tesouro está enterrado. O tesouro do evangelho vale mais do que qualquer outra coisa na Terra.
As teses de Lutero e nós
As teses de Lutero de 1517 são relevantes para nós, 500 anos depois? Podemos aprender com eles uma ou duas coisas sobre a salvação? Sim, podemos: as teses de Lutero explicam como os cristãos podem obter perdão, justificação e salvação pela fé em Jesus. Ainda mais, elas nos levam a uma melhor compreensão do Deus da Bíblia.
As reflexões de Lutero continuam a indicar a importância do estudo individual da Escritura. O estudo da Bíblia em seus próprios termos nos apresenta o único Deus de amor que oferece perdão e vida eterna através de Cristo. Conhecê-Lo através da Escritura elimina todas aquelas barreiras erguidas por falsos professores e doutrinas torcidas que estão entre Deus e nós, filhos de Seu amor abnegado e sacrificante. Ouvir Sua Palavra dizer como Ele Se sente sobre nós nos ajuda a respeitar e valorizar nós mesmos e uns aos outros como Deus nos valoriza.
A missão de Lutero continua muito além de seu tempo. Sua obra tornou a Bíblia mais acessível; a liberdade religiosa tornou-se importante; e muitas estruturas sociais discriminatórias foram abolidas. Mas muitos ainda não sabem que “sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo” (
Romanos 5:1).
[6]Muitas pessoas ainda não foram inspiradas por este texto fundamental tão importante para Lutero e os Reformadores. Nós, que já ouvimos, compartilhamos seu dever de espalhar a luz do evangelho para que homens e mulheres em todos os lugares possam provar a paz de Deus que ultrapassa toda a compreensão humana. O privilégio desse trabalho é uma dívida que devemos ao mensageiro medieval que Deus usou para nos trazer a verdade de nossa própria reconciliação.
Biblia.com.br
_________________________
*
Silvia Scholtus de Roscher ensina Teologia do Novo Testamento na Universidade Adventista del Plata, Argentina.
Referências
[1] Vorrede auff die Epistel S. Paul: an die Romer, in Martin Luther, Die gantze Heilige schriftDeudsch 1545 aufs new zurericht, Hans Volz and Heinz Blanke (Munich: Roger & Bernhard, 1972), vol. 2, pp. 2254-2268. Veja
https://www.biblestudytools.com/commentaries/luther/romans/1.html
[2]Os acontecimentos que levaram à ruptura de Lutero—em última instância, uma revolução teológica e política—incluíram doutrinas conciliadoras, fatores políticos tais como os conflitos entre papas e imperadores, e outras causas derivadas do estado de coisas alemão—decadência moral dentro do clero (especialmente do episcopado), o monopólio da nobreza, a fraqueza do poder soberano em um império fragmentado em um número infinito de principados e cidades, e especialmente, ressentimento contra Roma.
[3]Considere João Huss, Jerônimo, John Wycliffe, Girolamo Savonarola, os Valdenses, the Cátaros, Francisco de Assis e outros.
[4]Edward Peters,
A Modern Guide to Indulgences: Rediscovering This Often Misinterpreted Teaching (
Um Guia Moderno para as Indulgências: Rediscobrir Esse Ensinamento Frequentemente Mal Interpretado – Mundelein, Ill.: Hillenbrand Books, 2008), p. 13. Veja também
https://www.newadvent.org/cathen/07783a.htm.
[5]Martinho Lutero, “Disputación acerca de la determinación del valor de las Ingulgencias: Las 95 tesis,” Spanish translation by Rodolfo Olivera Obermüller, Chile, 2011. In
https://es.scribd.com/document/142485872/Las-95-Tesis-Indulgencia-y-Gracia-1517-Adap-2011. Acessado no dia 2 de agosto de 2017.
[6]Mesmo a fé para crer em Seu amor é um dom gratuito dEle (
Romanos 12:3;
Efésios 2:8).
[post_title] => Mas o que Lutero queria dizer?
[post_excerpt] => As teses de Lutero impactaram a sociedade do final da Idade Média, e hoje continuam a impressionar pessoas ao redor do mundo com as verdades de que é possível podem obter perdão, justificação e salvação pela fé em Jesus.
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Denis Versiani
Ele se sentou do lado dela no sofá naquela noite chuvosa. O coração dele estava em pedaços. “Me perdoa! Eu errei!” ele disse baixinho, com lágrimas nos olhos. Dois dias antes, ele perdeu a calma e gritou com ela na frente das crianças. Ele achava que estava com a razão, mas, mesmo que estivesse, nada justificaria falar aquele monte de lixo para a mulher da vida dele na frente dos seus tesouros mais preciosos. Ele até havia forçado uma conversa com ela como se nada tivesse acontecido. Mas ele via nos olhos dela, não raiva ou ira, mas uma tristeza profunda de um coração partido. “Eu amo você! Você sabe disso, mas eu sou egoísta. Eu errei e preciso de ajuda... preciso de perdão”. Demorou para fechar a ferida no coração dela, mas aquela dura experiência foi o primeiro passo para a restauração de um casamento que estava a ponto de fracassar.
Essa história verdadeira é um claro exemplo de que a culpa surge do erro. É tanto uma situação de alguém que faz alguma coisa errada, como um sentimento que acusa uma consciência suja. Também é uma condição jurídica e moral de alguém que comete um crime. A culpa pode ser positiva, pois pode ensinar o culpado. Quando um garotinho de 8 anos derruba o seu copo de água sobre o prato cheio de comida, depois de ter sido alertado pelo pai, e o prato transborda sobre o uniforme que o pai já havia pedido para tirar, a culpa que ele sente lhe mostra que foi muito errado desobedecer. Assim, ele aprende que obedecer é o certo a fazer, e pode livrá-lo da bronca e do castigo! Logo, na medida certa, a culpa pode ser uma boa ferramenta para ensinar tanto o adulto quanto a criança “no caminho em que deve andar”.
Mas, acredite, a culpa também é terrivelmente destruidora. Ela corrói a alma. Da mesma forma que Satanás enganou Eva, ele nos engana hoje, disfarçando o pecado com prazer, êxtase, sensação de poder, aventura e uma falsa liberdade. Mas quando pecamos, nossa mente e nosso corpo são degradados pelos seus efeitos destrutivos. E é o próprio diabo que não hesita em apontar o dedo para nós e nos declarar culpados diante de Deus. Satanás é culpado pelo nosso pecado? Em grande parte. Mas há um outro lado: não vamos pecar se não consentirmos com o erro. Por isso, sempre que nós consentimos em pecar, enganados ou não, somos responsáveis por nossos erros.
Não importa a infração: pode ser um papelote de cocaína, um site pornográfico, um relatório financeiro adulterado, um olhar proibido, uma carícia proibida, uma conversa indiscreta no WhatsApp, aquela fofoquinha ou uma palavra “atravessada” para quem você ama. Qualquer erro que você faça, grande ou pequeno, vai gerar o sentimento de culpa, porque você sabe que não deveria ter feito isso. Se a culpa leva você a um arrependimento genuíno, glórias a Deus! Mas, geralmente não é isso que acontece. O ser humano, em sua tolice exacerbada, força os limites da consciência. É aqui que a culpa começa a nos corroer de dentro para fora.
Pode ser que você finja que nada aconteceu. Você se ocupa de outras atividades esperando que o tempo varra a sujeira para baixo do tapete da alma. Às vezes, você tenta compensar o peso na sua consciência por um ato de bondade por alguém que você magoou, ou até mesmo por uma “boa obra” de caridade, como se isso pudesse compensar o saldo negativo na conta da vida. Mas, o problema é que a sujeira está lá, e a culpa sempre volta para atormentar a sua memória.
A realidade da culpa hoje e nos tempos bíblicos
Pode ser que você já tenha se apoiado no orgulho algumas vezes. Seu discurso, muitas vezes inflamado, é que há muita gente que faz pior, ou são as circunstâncias que forçam você a fazer isso. Afinal, você se considera um cidadão honesto, cuida da casa, trabalha para sustentar a família; então, não há motivo para sentir culpa por um “pecadinho qualquer”. E que ninguém ouse tocar no assunto, porque você já vem com uma resposta pronta e o dedo em riste! Assim, com o acumular de infrações, você viola a sua consciência. Foi essa atitude que levou Saul a ter o seu reinado rejeitado por Deus, e o levou ao suicídio (veja 1 Samuel 15 e 31).
Pode ser que você disfarce, mas os seus erros voltam à sua mente, uma vez por ano ou várias vezes por dia. A culpa por tudo isso traz um sentimento de angústia tão grande que você começa a ficar constantemente triste. A tristeza leva ao estresse, o estresse leva ao desânimo, e o desânimo, à depressão. Toda essa carga negativa causa distúrbios psicossomáticos. Insônia, cansaço, irritabilidade, dores físicas, doenças como osteoporose, artrite e câncer podem ser causados por um sentimento de culpa profundamente arraigado (Provérbios 17:22).
Foi exatamente isso que aconteceu com Davi. Ele adulterou com Bate-Seba, a esposa de Urias um dos seus mais fiéis generais. Ela ficou grávida de Davi, e para tentar esconder o erro, o rei mandou o general para ser morto em uma emboscada na guerra contra os amonitas (1 Samuel 11). Seria um plano perfeito, se Deus não enviasse o profeta Natã para esfregar toda a sujeira bem na cara de Davi (1 Samuel 12). Diante da culpa do seu pecado, Davi exclamou: “Enquanto eu mantinha escondidos os meus pecados, o meu corpo definhava de tanto gemer... minhas forças foram-se esgotando como em tempo de seca” (Salmo 32:3, 4). Então, não se engane: a culpa, quando não admitida, é um ácido corrosivo que destrói lentamente a mente e o corpo.
O primeiro registro de culpa da história
A culpa infectou a humanidade quando Adão e Eva decidiram desconfiar de Deus e desobedecê-lo (Gênesis 3:1-7). Desde Adão, o coração de todo ser humano se tornou “mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável” (Jeremias 17:9). A Bíblia diz que todos nós, sem exceção, somos judicialmente culpados, porque todos nós infringimos a lei da vida (1 João 3:4). Mas a culpa também é o estado físico e moral da natureza humana, pois a separação de Deus afeta nosso corpo e mente até o nível genético. Paulo deixa claro essa condição dizendo que “todos estão debaixo do pecado; como está escrito: Não há nenhum justo, nem um sequer. Não há ninguém que busque a Deus; todos se desviaram, tornaram-se juntamente inúteis; não há ninguém que faça o bem...” (Romanos 3:9-18). Desde que Adão e Eva abandonaram a Deus no Éden, a culpa do pecado se tornou uma doença incurável e hereditária. Ou seja, embora você não tenha culpa dos pecados do seu pai (Ezequiel 18:20), você nasceu com a tendência natural de se afastar de Deus e fazer o que é mal, logo, você carrega sua própria culpa. Por causa do pecado, nós começamos a morrer desde que nascemos (Romanos 3:23; 6:23; 7:7-24). Por isso, não importa quão sublimes sejam nossas intenções, todas elas estão infectadas pela culpa do pecado, e não há nada que nós possamos fazer para pagar essa dívida.
A solução divina para a culpa
“Mas Deus demonstra seu amor por nós, pois Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores” (veja Romanos 5:8-21). Não havia perdão para nossa culpa! Então João Batista viu aquele homem surgindo na colina e disse: “Vejam! É ele, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29)! Quando Jesus se tornou humano e viveu entre nós, isento de qualquer traço de pecado (Hebreus 4:15), ele carregou sobre si a culpa de todos nós, desde Adão. Voluntariamente, ele pagou a nossa dívida e ofereceu perdão e justiça para todo aquele que nele crê (Romanos 5:1).
Na cruz, Jesus carregou o castigo que nos traz a paz, e as feridas que nós deveríamos sofrer foram o remédio com que Jesus nos curou da culpa (Isaías 53:4, 5). Jesus morreu a nossa morte, morte eterna, e, em troca, nos devolveu o dom da vida e a conexão direta com Deus, perdida no Éden. Na cruz, a misericórdia e a paz se beijaram! Ele fez tudo isso por amor a você (João 3:16)!
Essa é a razão para que você não deixe a culpa corroer a sua alma. Jesus já conquistou perdão para você no Calvário! Talvez você pense que já foi longe demais para ser alcançado pela sua graça. Não caia nesse engano de Satanás! Cristo foi até a morte para resgatar você. Então saiba que é possível se livrar da culpa, pois o perdão está a uma oração de distância.
Leia também:
https://biblia.com.br/artigos/3-passos-para-livrar-se-da-culpa/
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Denis Versiani é Mestre em Teologia.
[post_title] => Culpa – Não a deixe corroer a sua alma
[post_excerpt] => A culpa, quando não admitida, é um ácido corrosivo que destrói lentamente a mente e o corpo.
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Pr. Alberto R. Timm, Ph.D.[1]
Em Mateus 19:16-30 (ver também Mc 10:17-31; Lc 18:18-30) aparecem o relato do jovem rico, que não conseguiu se desvencilhar de suas posses materiais, e as declarações de Cristo sobre o perigo das riquezas. Depois que o jovem “retirou-se triste”, Cristo afirmou: “Em verdade vos digo que um rico dificilmente entrará no reino dos céus. E ainda vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus” (Mt 19:22-24).
Alguns comentaristas bíblicos procuraram minimizar o efeito paradoxal da expressão “passar um camelo pelo fundo de uma agulha” reinterpretando o significado dos termos “camelo” e “fundo de uma agulha”. Por exemplo, há quem diga que a palavra “camelo” se refira aqui não ao próprio animal conhecido por esse nome, mas a um “cabo” ou “corda” de navio. Os defensores dessa teoria se baseiam no fato de que alguns manuscritos bíblicos, produzidos vários séculos depois de Cristo, trazem nesse verso a palavra “cabo” em vez de “camelo”. Como no original grego os termos “camelo” (kámelos) e “cabo” (kámilos) possuem certa semelhança entre si, é provável que alguns copistas e tradutores do Novo Testamento tenham substituído intencionalmente o termo “camelo” por “cabo”. Outra teoria popular pretende identificar o “fundo de uma agulha” com uma suposta portinhola lateral nos muros de Jerusalém, pela qual passavam os pedestres quando os grandes portões daquela cidade já estavam fechados. Embora as portinholas de algumas cidades mais recentes da Síria fossem denominadas de “olho da agulha”, não existem evidências de que esse era o caso com Jerusalém nos dias de Cristo. Como a teoria da portinhola surgiu séculos depois de Cristo, não cremos que Ele a tivesse em mente no texto em consideração.
As palavras “passar um camelo pelo fundo de uma agulha” são, sem dúvida, uma expressão proverbial semelhante a várias outras usadas no mundo antigo para descrever uma completa impossibilidade. Mesmo na literatura judaica posterior aparecem alusões ao “elefante” como incapaz de passar pelo fundo de uma agulha. Sendo que os discípulos estavam bem mais familiarizados com o camelo do que com o elefante, Cristo decidiu contrastar o maior dos animais da Palestina (o camelo) com o menor dos orifícios conhecidos na época (o fundo de uma agulha).
As tentativas de interpretar o “camelo” como um cabo e o “fundo de uma agulha” como uma portinhola acabam enfraquecendo, portanto, a força do argumento de Cristo. O texto de Mateus 19:16-30 deixa claro que o propósito de Jesus era levar Seus discípulos a entender a completa impossibilidade de alguém, semelhante ao jovem rico, ser salvo enquanto ainda apegado às suas riquezas. O problema não está nas riquezas em si, mas no apego indevido a elas. Mas quando o ser humano aceita o convite à renúncia de si mesmo (ver Mt 16:24-26), aquilo que é “impossível aos homens” se torna possível ao poder transformador da graça divina (Mt 19:26).
https://biblia.com.br/curso/ensinos-de-jesus
Equipe Biblia.com.br
_____________________
[1] Alberto Ronald Timm,
Sinais dos Tempos, janeiro/fevereiro de 2003, p. 30.
[post_title] => O que Jesus quiz dizer com a expressão “passar um camelo pelo fundo de uma agulha” (Mateus 19:24)?
[post_excerpt] => As palavras ‘passar um camelo pelo fundo de uma agulha’ são uma expressão proverbial semelhante a várias outras usadas no mundo antigo para descrever uma impossibilidade.
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Algumas pessoas ilustram o fruto do Espírito descrito em Gálatas 5:22 e 23 como um cacho de uvas onde cada parte seria uma "uva" do mesmo cacho. Isso talvez se dê por pensar nas palavras de Jesus ao dizer:
“Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. Nenhum ramo pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Vocês também não podem dar fruto, se não permanecerem em mim.
"Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma.” João 15:4,5
Já pensou nesse fruto como o caráter de Cristo impresso na vida de quem experimenta o novo nascimento a cada dia através do batismo do Espírito Santo?
"Todos quantos recebem a Cristo pela fé, se tornarão um com Ele. Os ramos não estão unidos à vinha por nenhum processo mecânico ou ligação artificial. Estão unidos à vinha e tornaram-se parte dela. São nutridos por suas raízes. Assim, aqueles que recebem a Cristo pela fé tornam-se um com Ele em princípio e ação. Estão unidos com Ele, e a vida que têm é a vida do Filho de Deus. Obtêm sua vida dAquele que é vida.
O homem regenerado tem uma união vital com Cristo. Assim como o ramo extrai seu sustento do tronco principal, e por causa disto produz muito fruto, assim o verdadeiro crente está unido com Cristo, e revela em sua vida os frutos do Espírito. Os ramos se tornam um com a vinha. A tormenta não pode levá-lo para longe. Geadas não podem destruir suas propriedades vitais. Nada é capaz de separá-lo da vide.
É um ramo vivo, e produz o fruto da vinha. Assim se dá com o crente. Por boas palavras e boas ações ele revela o caráter de Cristo. Como o ramo extrai seu nutrimento da vide, assim todos que são verdadeiramente convertidos extraem vitalidade espiritual de Cristo."[1]
O início do capítulo 5 de Gálatas começa com uma lembrança de que Cristo nos libertou para um propósito: “Com liberdade Cristo nos libertou: permanecei firmes, portanto...” (v.1). Já os versos finais falam sobre o fruto do Espírito, característica de pessoas verdadeiramente livres, concorda?
"Fruto é o sinal certo da vida saudável da árvore, e «o fruto do Espírito» é a linda, calma e sempre progressiva manifestação por meio da conduta, e até à idade avançada (Sl 92.14), daquela nova vida que foi comunicada por Deus. Paulo não escreve sobre «frutos» e, sim, sobre «fruto»; cf. «fruto da justiça» (Filipenses 1.11, grego) e «fruto da luz» (Efésios 5.9).
Um belo cacho de nove variedades de fruto é aqui descrito. "semelhante à cadeia das graças, em 2 Pe 1.5-7, todas estas variedades estão ligadas como que para sugerir que a ausência de qualquer delas significa a anulação de todas. A tríplice classificação feita por Lightfoot, em hábitos mentais, qualidades sociais e princípios gerais de conduta, uma vez mais é de grande ajuda.
Hábitos mentais (22).
Amor. O Espírito Santo inspira na alma aquele amor a Deus e aos homens que é o cumprimento da lei (v. 14). Examinar o admirável elogio de Paulo ao amor, em 1Co 13.
Alegria. Profundo regozijo de coração, tal como as bebedeiras e outras obras da carne jamais podem produzir. Essa alegria é a alegria «no Senhor» (Filipenses 4.4), e não por causa das circunstâncias.
Paz. O senso de harmonia no coração no que tange a Deus e ao homem, aquela paz de Deus que guarda o coração contra todas as preocupações e temores que pretendem invadi-lo (Filipenses 4.7).
Qualidades sociais (22).
Longanimidade. Paciência passiva debaixo das injúrias ou danos sofridos.
Benignidade. A bondosa disposição para com o próximo.
Bondade. Beneficência ativa, sendo assim um passo além da benignidade. Nenhum tributo mais excelente poderia ser pago a Barnabé do que ter sido dito dele que era «homem bom», e isso por estar «cheio do Espírito Santo e de fé» (Atos 11.24).
Princípios gerais de conduta (22-23).
Fidelidade; cf. Tito 2.10, onde a palavra é também assim traduzida. Algumas versões dizem «fé»; mas certamente esta versão é mais correta.
Mansidão. O temperamento especialmente Cristão de não defender de unhas e dentes os próprios direitos. Nosso Senhor associa bênção a essa virtude (Mateus 5.5), sendo um de Seus próprios atributos (Mateus 11.29 e 2Coríntios 10.1).
Domínio próprio. Geralmente traduzido por «temperança» noutras versões; equilíbrio. A ideia sugerida é a do indivíduo que sabe controlar firmemente seus desejos e paixões; a palavra ocorre em Atos 24.35 e 2Pedro 1.6.
Contra essas coisas... (23). A lei existe para propósitos de restrição, mas, quanto a estas virtudes, nada existe para limitá-las (cf. 1 Tmóteo 1.9-10)."[2]
Quer aprofundar conhecer o significado dessas características no grego? Então, leia mais:
Equipe Biblia.com.br
____________
[1] Olhando para o Alto, 195
[2] Gálatas (Novo Comentário da Bíblia) 37
[post_title] => Fruto do Espírito - Gálatas 5:22-23 (1/2)
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Denis Versiani
Primeiro Passo
O primeiro passo para se livrar da culpa é humildade. Tome a coragem de admitir o erro diante de Deus e de quem você ofendeu. Salomão diz que “o que encobre as suas transgressões nunca jamais prosperará; o que as confessa e deixa alcançará misericórdia” (Provérbios 28:13). Arrependido do seu pecado com Bate-Seba, Davi cantou essa oração: “Pois eu mesmo reconheço as minhas transgressões, e o meu pecado sempre me persegue. Contra ti, só contra ti, pequei e fiz o que tu reprovas, de modo que justa é a tua sentença e tens razão em condenar-me” (Salmo 51:3, 4). Essa é a essência do arrependimento genuíno. Não é remorso, o medo das consequências; mas é a tristeza por ter ofendido quem não merecia. Há esperança para quem quebranta o seu coração diante de Deus, pois “se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça (1 João 1:9).
Segundo Passo
O segundo passo é pedir perdão! Acredite, esse é um passo difícil, mas é um ato de grandeza que repara muitas brechas. Muitos relacionamentos quebrados por anos seriam restaurados em minutos se tão somente houvesse perdão (Lucas 17:3, 4). Às vezes a nossa tendência é a de dizer, ou até mesmo de orar: “Perdoe os meus pecados”. “Desculpe aí por qualquer coisa”. Não faça isso.
Terceiro Passo
Abra seu coração e humilhe-se diante de Deus. Diga a ele por qual pecado você se arrepende. Peça a ele o verdadeiro arrependimento. Só assim, você pode receber perdão de verdade. “Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e mais branco do que a neve serei... Cria em mim um coração puro, ó Deus, e renova dentro de mim um espírito estável” (Salmo 51:7-10).
Em seguida, peça perdão a quem você ofendeu. Essa foi a experiência libertadora de Jacó e Esaú (Gênesis 33), e de José e seus irmãos (Gênesis 45). Mas a experiência que mais me chama a atenção foi a de Pedro com Jesus. Passaram-se muitos dias da ressurreição de Jesus, até que Pedro foi confrontado com o Mestre. Aquele que orgulhosamente jurou ficar ao lado de Cristo, e o negou vergonhosamente horas mais tarde (Lucas 22:54-62), agora estava diante de Jesus naquela manhã à beira do lago. Não ousou falar qualquer coisa, mas humildemente se submeteu ao julgamento de Cristo. Ao responder pela terceira vez a pergunta de Jesus: “Tu me amas?”, Pedro rasgou o seu coração arrependido com a simples frase: “Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo” (João 21:17). Com essa frase, Pedro confessou o seu pecado e alcançou o perdão do Mestre. Então, não carregue a culpa, mas rasgue o seu coração diante de quem você ofendeu, seja ele o seu amigo ou inimigo, e peça perdão. Submeta-se ao julgamento dele e ao tempo necessário para curar as feridas.
Talvez você já tenha perdido a oportunidade de pedir perdão a quem você ofendeu. Pode ser que a distância e até a morte o impeçam de reparar as brechas com essa pessoa. Mas, não perca a esperança. Busque o perdão de Deus, e a oportunidade de encontrar essa pessoa na eternidade. O céu será um lugar de perdão e amor. Mas, se puder repara-las, faça agora, pois o céu começa aqui.
Ainda hoje, eu me lembro daquela moça que me abordou no supermercado, falando de um sermão que eu havia pregado no sábado anterior. “Pastor, obrigado pela sua mensagem sobre o perdão. Eu tomei a decisão de ligar para minha cunhada com quem eu não falava há três anos. Nesse período, seu filho sofreu um acidente que o deixou inválido na cama. Eu poderia ter ajudado e não ajudei, por orgulho. Você não sabe qual foi a sensação de liberdade quando eu pedi perdão, e ela me perdoou”, ela disse em lágrimas! Aquilo me marcou profundamente.
“Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus, porque por meio de Cristo Jesus a lei do Espírito de vida me libertou da lei da culpa e da morte” (Romanos 8:1). “Como é feliz aquele que tem suas transgressões perdoadas e os seus pecados apagados! Como é feliz aquele a quem o Senhor não atribui culpa e em quem não há hipocrisia” (Salmo 32:1, 2). Acredite, é libertador levantar novamente a sua cabeça na certeza de que Deus lançou os seus pecados no fundo do mar (Miquéias 7:19), e lavou você com o sangue de Jesus. Como é bom olhar novamente no rosto de quem você ofendeu e chama-lo “amigo” ou “meu amor”. Jesus já fez tudo o que era necessário para perdoar você. Então, olhe para a cruz, e tome posse do perdão que ele oferece a você com tanto amor! E não se esqueça: Deus é o seu Pai, um bom Pai que não mede seu amor por méritos ou deméritos, mas que oferece a sua justiça para o coração de um filho sincero.
Leia também:
https://biblia.com.br/artigos/culpa-nao-a-deixe-corroer-a-sua-alma/
Equipe Biblia.com.br
______________________
Denis Versiani é Mestre em Teologia.
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Pr. Amin Rodor, Ph.D.[1]
O jornal USA Today, em 1997, publicou uma entrevista feita com os norte-americanos mais ricos: cerca de 1 milhão de famílias, com renda anual superior a US$ 250.000 e patrimônio líquido de pelo menos US$ 2.5 milhões. O que estes ricos disseram estar dispostos a comprar e por quanto:
Para ser presidente US$ 55.000
Por grande beleza US$ 83.000
Reencontro com um amor perdido US$ 206.000
Juventude eterna US$ 259.000
Talento US$ 285.000
Grande Intelecto US$ 407.000
Verdadeiro amor US$ 467.000
Um lugar no Céu US$ 640.000
Em primeiro lugar, seiscentos e quarenta mil dólares por um lugar no céu. O irônico é que as pessoas desejam pagar uma enorme soma de dinheiro por aquilo que, em primeiro lugar, não tem preço, e, em segundo, é oferecido de graça.
Não é estranho que a religião e os religiosos, como os judeus dos dias de Jesus, tenham confundido a oferta de salvação a tal ponto que ela dificilmente se torna compreensível para a maioria das pessoas?
A salvação é baseada na graça, dom imerecido de Deus. Qualquer outro elemento, tal como arrependimento, reconciliação, regeneração, reforma, novo nascimento, ou santificação, não constituem a base da salvação. A base da salvação é a graça de Deus, estes outros elementos são, pela ação do Espírito Santo, resultados de nossa aceitação de Sua graça e amor. Devemos entender ainda que a justiça de Deus, não é primariamente uma exigência, mas um dom. Não é o que Ele pede, mas o que Ele oferece.
Com frequência utilizamos a expressão “justificação pela fé”, mas se isto não for entendido claramente, tornamos a fé um outro tipo de obra. Segundo Efésios 2:8, “pela graça sois salvos, mediante a fé”. A graça é a base da salvação, a fé é o seu instrumento, ou o meio. Quando eliminamos a graça de Deus de nossa compreensão da salvação, como o elemento primário, a porta está aberta para todo tipo de confusão. Sobre a fé devemos entender:
– A fé não é a base da salvação, mas o meio, o instrumento pelo qual nos apropriamos dela (Romanos 3:21-22, 25, 31; Efésios 2:8).
– A fé não é autogerada. A fé também é um dom. Segundo Romanos 10:17, “a fé vem pelo ouvir da Palavra de Deus”.
– A fé não é meritória (Efésios 2:8-10). Para Ellen White, “mediante a fé recebemos a graça de Deus; mas a fé não é o nosso Salvador. Ela não obtém nada (Tiago 2:24). É a mão que se apega a Cristo e se apodera de Seus méritos, o remédio contra o pecado” (O Desejado de Todas as Nações, cap. 17 – Nicodemos).
– A fé não depende do seu tamanho, mas do seu objeto (Lucas 17:6). Muitos, por exemplo, têm grande fé no dinheiro, em posições, na ciência, em prestígio, na aparência, no preparo acadêmico. Mas essa fé, grande como ela possa ser, nada vale para a salvação. A fé vale pelo seu fundamento, que deve ser única e exclusivamente a pessoa de Jesus Cristo, o seu autor e consumador (Hebreus 12:2).
– A fé bíblica não está em oposição às boas obras. As únicas obras contra as quais a fé se opõe, são aquelas entendidas ou praticadas como método de salvação (Romanos 3:20, 28). A fé não é contra a observância da lei, como alguns pensam. A fé se opõe à observância da lei como meio de salvação (Gálatas 3:1-5, 11). A lei deve ser observada como norma da conduta cristã, como a expressão da vontade de Deus, para aqueles que receberam Sua graça.
– A fé bíblica é basicamente “transferência de confiança” (Hebreus 4:14-16). Aquele que confiava em si, ou em qualquer recurso humano, passa a confiar sem reservas em Cristo.
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___________________
[1]Texto extraído do livro de Amin Rodor, O Incomparável Jesus Cristo (Engenheiro Coelho, SP: Unaspress - Imprensa Universitária Adventista, 2011).
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[post_excerpt] => Qual é a única base de nossa salvação e qual é a relação entre graça, fé e obras?
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Pr. Alberto R. Timm, Ph. D.
Como os evangelhos não mencionam explicitamente o que ocorreu com Cristo dos 12 aos 30 anos de idade, muitas pessoas se sentem na liberdade de conjecturar a esse respeito. Alguns sugerem que nesse período Cristo Se afastou da Palestina para viver em algum lugar do Extremo Oriente. Outros propõem que nessa época Ele tenha Se ausentado da Terra para visitar outros planetas. Já um terceiro grupo alega que Ele permaneceu na Palestina, vivendo uma vida moral relativamente depravada. Mas, por mais originais que sejam essas teorias não passam meras especulações humanas, destituídas de base bíblica e de comprovação histórica.
A despeito do silêncio bíblico sobre esses 18 anos da vida de Jesus, existem fortes evidências bíblicas de que Ele continuou residindo em Nazaré até o início do Seu ministério público. Somos informados de que, após a Sua visita a Jerusalém, aos 12 anos de idade, Jesus regressou com José e Maria “para Nazaré; e era-lhes submisso” (Lucas 2:51); que Ele foi criado naquela mesma cidade (Lucas 4:16); que Ele veio “de Nazaré da Galileia” para ser batizado por João Batista no rio Jordão (Marcos 1:9); e que, após o aprisionamento deste, Jesus “deixando Nazaré, foi morar em Cafarnaum” (Mateus 4:12 e 13).
Por haver residido em Nazaré todos esses anos, Jesus era conhecido pelos Seus contemporâneos como “Nazareno” (ver Mateus 2:23; 26:71; Marcos 1:24; 10:47; 16:6; Lucas 4:34; 18:37; 24:39; João 1:45; 18:5, 7; 19:19; Atos 2:22; 3:6; 4:10; 6:14; 22:8; 26:9), e os Seus seguidores, como a “seita dos nazarenos” (Atos 24:5). Próximo ao final do Seu ministério público na Galileia, Jesus retornou a Nazaré, qualificada nos Evangelhos de “a sua terra” (Mateus 13:54; Marcos 6:1), sendo reconhecido pelos próprios nazarenos como “o carpinteiro” (Marcos 6:3) e o “filho do carpinteiro” (Mateus 13:55).
Eles jamais O teriam reconhecido como tal se Ele não houvesse exercido tal profissão naquela cidade antes do início do Seu ministério público.
Algumas pessoas alegam que João Batista não conhecia a Cristo até ser este batizado por ele (ver João 1:31 e 33), porque Jesus havia Se mudado de Nazaré para outra localidade. Esse argumento não é válido, em primeiro lugar porque ambos estavam geograficamente distanciados um do outro. Enquanto Jesus permaneceu em Nazaré da Galileia (Marcos 1:9), João Batista residia na Judeia (Lucas 1:39, 40, 65 e 80). Além disso, a questão envolvida não era tanto o relacionamento pessoal entre eles, mas o fato de João não haver até então identificado quem seria o prometido Messias (comparar com Mateus 11:2 e 3; Lucas 7:18 e 19).
Embora Jesus houvesse exercido a profissão de carpinteiro em Nazaré até os 30 anos de idade, Suas atividades durante esse período não foram registradas nos Evangelhos por não serem tão significativas quanto os eventos relacionados com o próprio ministério de Cristo.
Não podemos nos esquecer de que os Evangelhos não são biografias exaustivas de Jesus, e sim “evangelhos” com um conteúdo biográfico restrito ao seu específico propósito salvífico (ver João 20:30 e 31).
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Débora Teixeira
“Que dia é hoje? Estamos famintos...” Essa foi a pergunta de um dos garotos tailandeses para o mergulhador que chegou para resgatá-los.
Que pergunta você faria numa situação semelhante?
Na escuridão de uma caverna há 15 dias, aglomerados sobre uma rocha, tentando se manter distantes da água que inundou a caverna, correndo risco de morte e na escuridão, eles não tinham a mínima noção de quanto tempo estavam ali… Mas tinham esperança e assim que conseguiram contato com a família, disseram para não se preocuparem. O técnico, pediu desculpas, e recebeu todo apoio e ânimo, e mais... uma “ordem”: não se culpe.
No momento inicial do resgate, chegaram dois mergulhadores para salvar os 12 garotos e o técnico. Eles os animam com uma promessa e uma leitura incrível do que eles eram:
“Precisamos deixar vocês aqui, porque tivemos que mergulhar para chegar até o local.” Mas acrescentam: "Somos só dois. Mas muita gente está vindo. Mais gente está vindo aqui. Vocês são muito fortes, muito fortes."¹
Em outras palavras: a Salvação está à caminho. Há muita gente preocupada com vocês e dispostas a se comprometer nesse resgate. Vocês são importantes e estão fazendo falta. Vocês são fortes e sobreviveram pra contar essa história e continuar fazendo a diferença na vida das pessoas que amam e que fazem parte da história de vocês! Valeu a pena se abrigarem na rocha!
Exatamente há 5 dias do resgate, uma morte entra para a história, não a de algum garoto, mas de um mergulhador que levava suprimentos para eles. Embora estivesse preparado com todo equipamento necessário, no retorno, ele ficou sem ar suficiente e veio a falecer. Esse fato não fez a equipe de resgate pensar em desistir, pelo contrário, só aumentou o propósito da missão. Alguém morreu na tentativa de salvá-los…
O resgate efetivo durou três dias e envolveu 90 mergulhadores: 40 tailandeses e 50 estrangeiros. Gente que decidiu sair da zona de conforto e enfrentar riscos ao seguir um caminho bem difícil até chegar ao local à 800m abaixo do solo.
Os meninos e o técnico precisaram andar nas rochas, caminhar na água, escalar e mergulhar - tudo na completa escuridão - com o auxílio de cordas colocadas ao longo do percurso para guiá-los. Cada um deles foi resgatado por dois mergulhadores basicamente.
Um dos mergulhadores ficou surpreso com uma atitude em comum, nos garotos: a calma. "Eu não consigo entender o quão calmas essas crianças são, sabe? Pensando em como elas foram mantidas na caverna por duas semanas, sem ver suas mães… São crianças incrivelmente fortes. Isso é quase inacreditável", Ivan Karadzic.²
Mais de mil pessoas de diversas áreas, vindos de todas as partes do mundo participaram do resgate. O governador da Tailândia se emocionou e agradeceu a demonstração de amor do povo tailandês.
E você, se identifica em algum aspecto com essa história real?
Talvez você sinta-se como um dos prisioneiros, preso numa caverna de circunstâncias que lhe impede de ver uma solução, uma luz que mostre o caminho de volta ao convívio com as pessoas que te amam, uma solução, enquanto convive com a falta de noção do tempo que já se passou e do tempo que falta para o resgate chegar... Contudo, tem consciência de sua necessidade, seja ela física, emocional ou espiritual. Há uma fome por algo que não não encontrará na caverna. Está além de suas possibilidades, mas não de um milagre.
Qual é a sua caverna? A depressão, o luto, as dívidas, a ansiedade, uma doença terminal? Você não está sozinho, peça ajuda, aceite ajuda. Há esperança!
Se você se vê como um dos mergulhadores ou como alguém da equipe que se doou para salvar, Deus seja louvado! De fato, são pessoas como essas que o mundo precisa para reverter os valores e mostrar a força do amor e da união. Continue vivendo essa missão! Há muita gente refém por aí aguardando um resgate! Ame! Se importe! Cuide! Faça a diferença!
Uma história como essa me faz pensar no maior resgate da história do universo: há 2 mil anos, quando um mergulho muito mais profundo aconteceu ao Jesus deixar o céu e vir às profundezas do planeta Terra, em meio à escuridão, se tornar um de nós, sofrer e morrer para salvar a mim e a você, estender a salvação a toda a humanidade.
“Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz!” (Filipenses 2:5-8).
Ele prometeu voltar para efetivar o resgate e falta pouco! Mantenha a calma!
“Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e lhes preparar lugar, virei outra vez, e os levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver, vocês estejam também. Não vos deixarei órfãos; voltarei para vocês” (João 14:2,3 e 18).
Há esperança por mais difícil que pareça, por mais escuro que esteja ao seu redor. Não desista! Abrigue-se na Rocha! O resgate final está à caminho. Quem prometeu é Fiel e tem muito amor por você! Há um propósito para tudo e você pode ajudar no resgate de alguém um dia, quem sabe hoje mesmo!
Leia mais sobre o Poder da Esperança
Equipe Biblia.com.br
___________
Foto: ilustrador tailandês publicado no twitter
¹https://www.bbc.com/portuguese/internacional-44782323
² idem
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Pr. Frederico Branco
Doze meninos entre 11 e 16 anos de idade que treinavam em um time de futebol, mais o seu técnico de 25 anos, ficaram presos em uma caverna na Tailândia. Essa notícia se espalhou pelo mundo. Depois de 9 dias eles foram encontrados por mergulhadores a 4 quilômetros de distância da entrada e cerca de 1quilômetro de profundidade. Os meninos e o técnico estavam relativamente bem, mas fracos, desnutridos, e com sinais de hipotermia. Logo eles foram atendidos com os cuidados necessários. Alguns planos de resgate foram considerados. A perfuração do solo foi descartada, pois os meninos estavam muito distantes da superfície e havia risco de desmoronamento. Cerca de mil pessoas estavam envolvidas no resgate. Muito embora as bombas continuassem drenando a água, o nível baixou muito pouco e, além disso, havia o risco de cair mais chuva podendo dificultar ainda mais o resgate. A última opção de resgate foi a de usar mergulhadores profissionais para conduzir os meninos, com a utilização de equipamentos de mergulho, fazendo o mesmo percurso que eles haviam feito para os encontrar. O desafio era enorme, pois muitos não sabiam nadar, estavam fracos e a duração do mergulho era de aproximadamente 5 a 6 horas. Infelizmente, alguns dias antes que os meninos fossem resgatados, um mergulhador recém-aposentado da Marinha tailandesa acabou falecendo no trajeto de volta. Aquela operação era de fato muito arriscada.
Certamente muito se ouvirá desses meninos resgatados, o que eles pensaram e o que fizeram para se manter vivos no interior daquela caverna. Eu sei um pouco o que é se perder em um lugar assim. Sei como uma passagem subterrânea de água e galerias podem ser repentinamente inundadas. A escuridão e a grandeza dos rochedos e da montanha sobre a minha cabeça me fizeram pensar na possibilidade de não sair vivo daquele local. Embora não estivesse sozinho e o tempo naquela situação tenha sido apenas de algumas horas, a experiência foi um tanto assustadora. Encontramos uma passagem estreita e irregular que tinha cerca de 40 a 50 centímetros de abertura. Após removermos algumas pedras conseguimos transpor aquele obstáculo e ao seguir adiante, visualizamos pequenos feixes de luz. Havíamos encontrado a saída. Que alívio!
Lembrando-me da minha experiência e relacionando-a com a dos 12 meninos presos naquela caverna da Tailândia, contei o ocorrido para os meus sobrinhos de 5 e 7 anos de idade. Estávamos em um culto familiar e perguntei: “Será que eles estavam com fome?” "Como eles estavam emocionalmente?” “Será que estavam passando por alguma angústia provocada pelo medo do pensamento de não conseguirem sair dali?” Nós tentamos nos colocar no lugar daquelas crianças e intercedemos por elas em oração. Disse que uma megaoperação resgate fora iniciada para tentar salvá-los de lá. Então lemos a maravilhosa promessa de Jesus: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. […] vou preparar-vos lugar. […] voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também” (João 14:1-3). Jesus estava partindo, mas prometeu voltar. A lição que queria deixar para os meus sobrinhos é a de que nós podemos “sempre” confiar em Deus, não importando a situação em que estivermos.
Na estrada da vida podem existir curvas desconhecidas para nós, mas não para Deus. Em certo sentido vivemos em uma caverna sombria e lamacenta. Paulo descreveu um pouco sobre suas adversidades e disse: “Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos” (2 Coríntios 5:4). O exemplo de Paulo tem inspirado milhares de cristãos a serem leais, bravos e corajosos em meio a uma série de dificuldades como a incerteza, o desapontamento, a perseguição e a morte.
Vários personagens bíblicos estiveram em situações de grande perplexidade em que, sob o ponto de vista humano, não havia saída. Sob tais circunstâncias Paulo, Daniel, Moisés, e tantos outros, aprenderam a confiar em Deus e aguardar. Você está perplexo com alguma situação ou se sente encurralado em um poço lamacento sem saída? O apóstolo Pedro diz: “Entreguem todas as suas preocupações a Deus, pois ele cuida de vocês” (1 Pedro 5:7 - NTLH). Todos nós lidamos com os limites de nossa existência, mas não precisamos temer, pois há um Deus que pode nos suster. Veja isso na experiência dos três personagens citados acima:
Experiência de Paulo
O apóstolo Paulo escreveu que nós “gememos angustiados, aspirando por sermos revestidos” pelo corpo imortal ou ressuscitado (2 Coríntios 5:2). Para ele a vida futura era tão real que ele olhava ansiosamente para o tempo quando trocaria esta vida pela outra. Ele sabia que um corpo glorioso o aguardava e gemia com ardente anseio para se apoderar dele: “Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor” (Romanos 7:24–25). Paulo sabia que quando Cristo voltar, os vivos salvos passarão pela magnífica experiência da glorificação em que o corpo mortal e corruptível será revestido de imortalidade e incorruptibilidade e isso ocorrerá em uma fração de segundo (1 Coríntios 15:52-54); e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro, dada a Sua Palavra de ordem, ressuscitarão transformados (1 Tessalonicenses 4:16). Será uma experiência extraordinária! Paulo tinha a clara compreensão de que o dia da recompensa tanto para os salvos que já haviam descansado no Senhor como para os que estivessem vivos, seria obtida somente no dia da Segunda Vinda de Jesus. Note o que ele escreveu: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda” (2 Timóteo 4:7-8).
Experiência de Daniel
Daniel estava velhinho e Deus já lhe havia revelado muitas coisas, algumas delas poderiam ser aplicadas ao seu tempo, mas outras, que ele não compreendia, eram especificamente destinadas para o “tempo do fim” (Daniel 12:4, 9). Então o ser celestial lhe disse que no tempo do fim haveria grande angústia, mas que nesse tempo Miguel, o grande Príncipe, se levantará para defender o Seu povo. “Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno” (Daniel 12:4; cf. João 5:28, 29). Portanto, de acordo com esses textos, haverá duas ressurreições principais: a primeira para os salvos – vida eterna; e a segunda para os ímpios – horror eterno. E foi dito mais para o profeta: “Tu [Daniel], porém, segue o teu caminho até ao fim; pois descansarás e, ao fim dos dias, te levantarás para receber a tua herança” (Daniel 12:13). Quando é que Daniel receberá a sua herança? No dia da ressurreição dos justos. E quando é que ocorrerá a ressurreição dos justos? Quando Jesus vier pela segunda vez (1 Tessalonicenses 4:16). Portanto, qualquer noção de que a recompensa é imediatamente após a morte contraria o ensino bíblico. Jesus declarou: “E serás bem-aventurado, pelo fato de não terem eles com que recompensar-te; a tua recompensa, porém, tu a receberás na ressurreição dos justos” (Lucas 14:14). Daniel aprendeu a confiar em Deus e nos momentos mais difíceis de sua vida ele pôde experimentar grandes livramentos (veja Daniel 1, 2, 6).
Experiência de Moisés
O autor do livro de Hebreus descreve a experiência de Moisés, quando este estava sob ameaça de faraó: “Pela fé, Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado; porquanto considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão. Pela fé, ele abandonou o Egito, não ficando amedrontado com a cólera do rei; antes, permaneceu firme como quem vê aquele que é invisível” (Hebreus 11:24-27). Alguns pontos são importantes de serem notados. Moisés “contemplava o galardão” e aprendeu a ficar “firme como quem vê aquele que é invisível”. Ao chegar à borda de Canaã, já com 120 anos de idade, Deus disse que ele não entraria na terra prometida e que ele morreria no alto do monte que o Senhor o havia instruído a subir (Deuteronômio 3:23-28; Números 27:12-14). Ao falar com Deus nesse momento crítico de sua vida, Moisés O chama de “Senhor, autor e conservador de toda vida” (Números 27:16). A Bíblia não oculta os erros e limitações desse grande líder, mas mostra como ele aprendeu a confiar em Deus e a depender totalmente de Sua orientação.
Quero convidar você a depor sobre Cristo todos os seus temores e anseios porque Ele vai cuidar de você. O Senhor dos exércitos comanda uma grande operação de resgate e prometeu vir buscá-lo. Então você poderá dizer: “Eis que este é o nosso Deus, em quem esperávamos, e ele nos salvará; este é o Senhor, a quem aguardávamos; na sua salvação exultaremos e nos alegraremos” (Isaías 25:9). Quando isso ocorrer, você receberá o dom da vida eterna. Portanto, não se turbe o seu coração. Cristo vem. Creia em Deus. Creia em Jesus. Prepare-se para esse emocionante encontro!
CURSO BÍBLICO SUGERIDO:
https://biblia.com.br/curso/verdades-para-o-tempo-do-fim/
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*Edson Nunes
Entre Gênesis 1:26 e 28, que tratam dessa imagem e semelhança, há um pequeno poema, em Gênesis 1:27, que é interessante por sua construção:
E criou Deus o homem na sua imagem
Na imagem de Deus criou ele
Macho e fêmea criou eles.[1]
O verbo criar é repetido três vezes, e o nome de Deus, duas vezes, sendo o sujeito do verbo em todas as três vezes em que este ocorre (na última linha, de maneira implícita). A expressão “na imagem” é repetida duas vezes. Por fim, em negrito estão as referências àquilo que Deus cria: o ser humano, que depois é mencionado por sinal do objeto direto mais sufixo pronominal no singular, na segunda linha, e sinal do objeto direto mais sufixo pronominal no plural, na terceira linha, em hebraico. Tudo isto para dizer que o ser humano é imagem e semelhança de Deus, que o ser humano é macho e fêmea e que ambos (juntos/separados) são imagem e semelhança de Deus.
Em Gênesis 2, a criação do ser humano segue dois estágios: primeiro do homem, depois da mulher. O homem é criado (Gênesis 2:7) do pó da terra e recebe um sopro de vida. O nome do homem está conectado diretamente à terra – ʾādām (homem) ʾădāmâ (terra) – sendo “terra” um substantivo feminino, e “homem”, um substantivo masculino, possivelmente da mesma raiz. Os animais, curiosamente, também são criados do pó da terra (Gênesis 2:19), e a ação da criação de ambos, homem e animais, é descrita com o mesmo verbo – formar/moldar (yṣr). O homem, que veio da terra recebe como missão/função cuidar dela (Gênesis 2:15). Como Deus plantou e preparou o jardim, o homem deve trabalhar nele (imitatio Dei).
Na parte final de Gênesis 2, a criação da mulher é apresentada de maneira curiosa. Deus constata que o homem necessitava de uma ajudadora (Gênesis 2:18). Ele então a forma de uma costela do homem. O verbo usado para esta operação de feitura da mulher é “construir” (bnh), bem mais elaborado do que o verbo usado para o homem. A função dada à mulher, de ajudadora, também merece nota. A palavra ajudadora, do hebraico, aparece poucas vezes no texto bíblico (cerca de 21) e na maioria esmagadora se refere a Deus; ou seja, Ele é o ajudador. Assim como Ele é o ajudador, a mulher também o será (imitatio Dei). A mulher, que veio do homem, recebe a função/missão de cuidar do homem. O nome dado a ela, inclusive, reflete esta relação: ela é ʾšh (mulher), porque veio do ʾyš (homem) – substantivo feminino e masculino da mesma raiz.
A construção da narrativa é impressionante: sua origem é também sua missão. O homem da terra trabalhará a terra. A mulher, do homem, ajudará o homem. Por isso que, em Gênesis 3, após o pecado, ao receberem a punição divina, ambos, mulher e homem, sofrerão nas “mãos” de sua missão/origem: a mulher é punida em relação ao homem (Gênesis 3:16); o homem é punido em relação à terra (Gênesis 3:17-19). A origem é também o destino, desde o princípio.
É importante realçar que, em nenhum momento, há qualquer ideia de superioridade do homem sobre a mulher. Ambos são declarados realeza em Gênesis 1 e ambos estão conectados, funcionalmente, à sua origem em Gênesis 2. Toda a ênfase, como visto, está no imitatio Dei, o que significa que ambos são criados para imitarem o Criador.
Por fim, uma última nuance ainda em Gênesis 2. Gênesis 2:15 diz: “Tomou Yahweh Deus o homem e o descansou no Jardim do Éden para o trabalhar e guardar.”[2] O homem é tomado (lqḥ) por Deus e colocado (nḥ) no Éden. O verbo usado para dizer que o homem foi colocado no Éden é da raiz nḥ. Apesar do seu uso no hipʿil poder ser traduzido como assentar, deitar, deixar, colocar ou até mesmo pacificar, essas traduções parecem partir de seu significado principal, descansar. Em Êxodo 20:8-11 e 23:12, em textos que falam sobre o sábado, o sétimo dia, nḥ aparece em paralelo à raiz šbt, também traduzida como descanso.
Apesar de certa discussão sobre traduzir nḥ como descanso, pode-se ver pela continuação do verso que é uma alternativa possível e provável. Isso porque Deus coloca o homem no jardim para trabalhar (ʿbd) e guardar (šmr). E embora os verbos usados tenham um sentido básico simples de trabalho e serviço, carregam em si uma carga alta de relação com outros textos. Por exemplo, é a justaposição deles ligados à função sacerdotal no tabernáculo em Números 3:7-8; 8:26; 18:5-6 que chama a atenção. Em especial, o último texto citado, Números 18:5-6, além de colocar šmr e ʿbd como aquilo que os sacerdotes irão desempenhar, o narrador também usa o verbo lqḥ para apontar a escolha dos levitas. Os três verbos usados juntos em Gênesis 2:15 também o são no contexto sacerdotal de Números 18:5-6.
Diante disso, indica-se a função do homem no jardim como algo sacerdotal. Portanto, o uso desses verbos, com suas conexões sacerdotais, reforça que a tradução de nḥ deveria seguir uma linha também mais sacerdotal.
O uso de nḥ ao longo da Bíblia Hebraica parece indicar uma visão de que o descanso é um presente divino, pois Deus promete a Israel posse da terra e descanso de seus inimigos. Não obstante, dois textos conectam esse descanso dos inimigos com o santuário: Deuteronômio 12 e 1 Reis 5. Neles, o fato de Deus ter concedido descanso a Israel deveria ser um marco para que eles estabelecessem um lugar específico para Deus. Em outro conjunto de textos, agora com o uso de um substantivo derivado do verbo nḥ, esse Templo é associado ao lugar de descanso de Deus, onde estaria também seu trono (Salmos 132:7-8, 13-14; 1 Crônicas 28:2; entre outros). Ou seja, no jardim o homem descansa, servindo como um sacerdote numa espécie de santuário.
Desse modo, o ser humano é criado à imagem e semelhança de Deus, homem e mulher, para desempenhar uma função real e sacerdotal. Essas funções fazem do ser humano um imitador de Deus. A imagem de Deus é a imitação dEle: imago Dei deságua em imitatio Dei.
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Fonte: *Edson Nunes é Graduado em Teologia e Letras, é mestre e doutor em Letras (Estudos Judaicos) pela Universidade de São Paulo (USP).
Referências:
BOTTERWECK, G. J; RINGGREN, H; FABRY, H. J. (eds.). Theological Dictionary of the Old Testament. 15 vols. Grand Rapids, MI: William Eerdmans Publishing Company, 2006.
CLINES, D. J. A. (ed.). The Dictionary of Classical Hebrew. Sheffield: Sheffield Academic Press; Sheffield Phoenix Press, 2011.
DOUKHAN, J. B. Genesis. Nampa: Pacific Press; Review and Herald, 2016. (Seventh-Day Adventist International Bible Commentary, 1).
EVEN-SHOSHAN, A. A New Concordance of the Old Testament: using the Hebrew and Aramaic text. Jerusalem: Kiryat Sefer Publishing House, 1989.
KÖEHLER, L.; BAUMGARTNER, W. The Hebrew and Aramaic Lexicon of the Old Testament. Study Edition. 2 vols. Leiden: Brill, 2001.
TIMMER, D. C. Creation, Tabernacle, and Sabbath: the Sabbath frame of Exodus 31:12-17; 35:1-3 in exegetical and theological perspective. Göttingen: Vandenhoeck & Ruprecht, 2009. (Forschungen zur Religion und Literatur des Alten und Neuen Testaments).
TURNER, L. A. Anúncios de Enredo em Gênesis. Engenheiro Coelho: Unaspress; Terceira Margem do Rio, 2017.
WOLDE, E. V. Words Become Worlds: semantic studies of Genesis 1-11. Leiden: Brill, 1994. (Biblical Interpretation Series, 6).
[1] Tradução própria.
[2] Tradução própria.
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Edson Nunes*
O relato da criação de homem e mulher em Gênesis 1 e 2 guarda uma série de aspectos interessantes. Em Gênesis 1:26-27, a descrição da criação do primeiro casal é feita de maneira a ressaltar a relação deles com Deus. Em Gênesis 2:5-7 e 2:18-22, a estrutura do texto indica que o objetivo é descrever a relação deles entre si e com a criação.
A criação do ser humano, no capítulo 1, segue o padrão literário da seção (1:1-2:3). Primeiramente, aparece uma espécie de anúncio do que será criado e, logo em seguida (geralmente com o uso de mesmo verbo e expressões semelhantes), o relato do que foi criado. Assim, em Gênesis 1:26, o anúncio é feito de modo a focar na função que ele (ser humano) teria: ser à imagem e semelhança de Deus. Dentre as várias possibilidades que esta expressão pode ter, uma que parece carregar um sentido mais próximo ao texto em seguida é a de que ao homem foi delegado o poder de representar a Deus na criação. Isto porque, após dizer que criaria o homem à Sua imagem e semelhança, a função deste homem é descrita como sendo “dominar sobre a criação”. Após a criação do ser humano (אדם), a ordem divina dada a ele é, além de dominar (רדה), subjugar (כּבשׁ) as outras criaturas. Esta ideia de domínio é a única que difere o homem das outras criaturas, já que, para ambos (homem e criaturas), também é ordenado que cresçam, se multipliquem e encham a terra.
A fala divina em Gênesis 1:28 ecoa a de Gênesis 1:26, pois em ambos há a ideia de domínio sobre os animais, inclusive com o uso da mesma raiz hebraica, רדה. Existem ecos também do quinto dia, com a repetição dos imperativos de Gênesis 1:22: frutificar, multiplicar e encher. Entretanto, em 1:28 há o acréscimo da ordem de subjugar a terra. Basicamente, o ser humano, criado à “imagem e semelhança” de Deus, deverá subjugar a terra e dominar sobre os seres viventes.
A raiz usada para falar da sujeição da terra é כּבשׁ, que aparece catorze vezes na Bíblia Hebraica. É uma raiz semítica e ocorre em muitas línguas semitas, como acádico, canaanita, árabe, etc. Em quase todas apresenta o mesmo significado do hebraico: subjugar, dominar.
As ocorrências de subjugar podem ser divididas em quatro grupos pelo objeto ao qual se dirige o verbo. O elemento comum ao qual o verbo se refere no primeiro grupo é a terra e é formado pelos seguintes textos: Gênesis 1:28, Números 32:22, 29; Josué 18:1; 1 Crônicas 28:18. Tirando Gênesis 1:28, já visto, e que se trata de uma referência mais geral, todos os outros falam de uma terra específica conquistada nas batalhas.
Terra subjugada
Em Números 32:22, repetido em 32:29, o assunto é a divisão futura da terra e é feito um acordo com os filhos de Rúben e de Gade para que eles se juntassem ao resto do povo na conquista da terra de Canaã e quando a mesma fosse, por fim, subjugada, eles poderiam possuí-la. Josué 18:1 lida exatamente com a divisão da terra de Canaã e, já que naquele momento boa parte dela estava subjugada, Josué resolve dividi-la com as tribos que ainda não tinham recebido sua herança. A ideia sugestiva nestes textos é de que a terra está subjugada porque Deus a entregaria (e em Josué, entregou) a Israel e cumpriria a Sua promessa.
Por fim, nos mesmos moldes, está I Crônicas 22:18. Na fala de Davi para Salomão, onde ele discursa sobre a incumbência da construção do Templo, agora que toda a terra estava “subjugada” e em “paz”. A raiz כּבשׁ também pode estar conectada a nações e isso ocorre apenas uma vez, em 2 Samuel 8:11. Trata-se da narrativa de diversas vitórias militares de Davi e de tudo que ele ia consagrando a Deus de “todas nações que subjugava”, culminando com o final do verso 14: “e o Senhor dava vitórias a Davi, por onde quer que ia”. Há, portanto, a relação entre “subjugar” e o agir divino no mesmo contexto: Davi subjuga as nações porque Deus vai lhe dando vitórias.
Um terceiro uso tem relação com quem desempenha a ação: Deus. Acontece em Miquéias 7:19, onde o profeta promete que Deus se voltará para o povo e terá misericórdia, e irá “subjugar nossas iniquidades”. A ação de subjugar é, nesse caso, não só mais abstrata que nos outros, como é feita por Deus. Em Zacarias 9:15, num oráculo de castigo às nações e a promessa de um rei para Sião, YHWH garante proteção e vitória sobre os que combatem com fundas, pois esses serão subjugados por ele. Deus subjuga homens maus, inimigos de Israel. Aqui, o uso de “subjugar” é uma ação concreta executada por Deus. Em todos os outros versos a ação de subjugar está envolvida com alguma promessa de Deus, ou ordem dele, mas somente nesses dois versos aparece executada por ele.
O grupo mais numeroso é o que trata de “subjugar” outros homens (ou mulher – Ester 7:8). Em II Crônicas 28:10, após uma guerra, Israel, vitorioso, leva homens de Judá cativos e é repreendido pelo profeta Oded por “subjugar os filhos de Judá”, tornando-os em escravos, levando Deus a irar-se contra Israel. Na ocorrência dupla de Jeremias 34, versos 11 e 16, o contexto é de opressão também. Judá havia resolvido arrepender-se e liberar os escravos, mas volta atrás e retoma a escravidão logo em seguida, subjugando-os contra a vontade divina. Amós 8:4 é um oráculo contra Israel porque gosta de subjugar os miseráveis. Ainda nesse conjunto, Neemias 5:5 traz “subjugar” relacionado à escravidão, mas agora como fruto de uma reclamação dos israelitas dirigida a Neemias, dizendo que o projeto para a reconstrução de Jerusalém fez com que eles subjugassem os filhos e os tornassem escravos. Todos esses textos tratam da realidade da escravidão e usam a raiz כּבשׁ num sentido de opressão.
Ou seja, de maneira clara, os verbos usados para descrever o domínio do ser humano sobre a criação é o senhorio completo dele sobre a mesma. O homem é a imagem e semelhança de Deus porque, como Deus é o Rei, Ele concede ao homem o poder de reinar. Isto significa que o princípio
imago Dei deságua em
imitatio Dei.
Equipe Bíblia.com.br
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Fonte: *Edson Nunes é Graduado em Teologia e Letras, é mestre e doutor em Letras (Estudos Judaicos) pela Universidade de São Paulo (USP).
Bibliografia:
BOTTERWECK, G. J; RINGGREN, H; FABRY, H. J. (eds.). Theological Dictionary of the Old Testament. 15 vols. Grand Rapids, MI: William Eerdmans Publishing Company.
CASSUTO, U. A Commentary on the Book of Genesis: from Adam to Noah. Jerusalem: Magnes Press, 1959.
CLINES, D. J. A. (ed.). The Dictionary of Classical Hebrew. Sheffield: Sheffield Academic Press; Sheffield Phoenix Press, 2011.
DOUKHAN, J. B. Genesis. Nampa: Pacific Press; Review and Herald, 2016. (Seventh-Day Adventist International Bible Commentary, 1).
EVEN-SHOSHAN, A. A New Concordance of the Old Testament: using the Hebrew and Aramaic text. Jerusalem: Kiryat Sefer Publishing House, 1989.
FREEDMAN, H.; SIMON, M. (eds.). Midrash Rabbah. 3ª impressão. 10 vols. London: The Soncino Press, 1961.
KÖEHLER, L.; BAUMGARTNER, W. The Hebrew and Aramaic Lexicon of the Old Testament. Study Edition. 2 vols. Leiden: Brill, 2001.
TURNER, L. A. Anúncios de Enredo em Gênesis. Engenheiro Coelho: Unaspress; Terceira Margem do Rio, 2017.
_________. Genesis. 2ª ed. Sheffield: Sheffield Phoenix Press, 2009. (Readings: A New Biblical Commentary).
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Neila Oliveira*
Recentemente comecei a participar de um curso sobre o ministério com as novas gerações. Fiquei impressionada com as valiosas lições sobre educação de crianças que um dos professores conseguiu extrair em um único capítulo do livro de Deuteronômio. Enquanto ele lia diretamente da Bíblia, as verdades pareciam saltar aos nossos olhos. A conclusão à qual chegamos é óbvia. Os riscos a que a geração atual está exposta são os mesmos do passado: esquecer-se de quem é Deus e, com o tempo, deixar de se relacionar com Ele.
Moisés foi orientado a transmitir ao povo de Israel os caminhos mais eficazes para manter a nação ligada ao Senhor, o único Deus. Já nos primeiros versos fica evidente a responsabilidade que repousa sobre as famílias e o papel que os pais desempenham no processo da formação espiritual da criança. Destaco aqui pelo menos três aspectos fundamentais:
- Os pais são os principais discipuladores dos filhos e netos (verso 2).
- Há uma mensagem a ser transmitida; a história dos feitos de Deus precisa ser contada e recontada, muitas e muitas vezes. Se ela estiver em nosso coração, será mais fácil passarmos adiante (versos 6, 7).
- Os mandamentos, os testemunhos e os estatutos que o Senhor ordenou precisam ser compreendidos e obedecidos, tanto pelos pais como pelos filhos (verso 17).
O próprio Deus nos dá a razão para ouvirmos as Suas palavras: “Para o nosso perpétuo bem, para nos preservar a vida” (verso 24) – a presente e a eterna. Os israelitas estavam prestes a entrar em Canaã. Logo, estariam desfrutando as bênçãos que o Senhor havia prometido. Quando o período de paz e conforto chegasse, não deveriam cair na tentação de esquecer quem os conduzira até ali. A lembrança dos milagres divinos deveria manter o nome do Senhor permanentemente vivo na memória da nova geração. Quando, no futuro, os filhos perguntassem sobre o significado dos testemunhos, estatutos e juízos de Deus, os pais deveriam estar habilitados a contar tudo o que havia acontecido, desde que foram libertados do Egito (versos 21-23).
Um exemplo de desafio atual
Relembrar as lições de Deuteronômio 6 trouxe à minha memória uma experiência que tive em uma das minhas viagens em 2017. Está ligada ao episódio de um desenho sobre o qual eu ouvira falar, mas que ainda não tinha assistido. Como ficaria pelo menos uma hora e meia dentro do avião, resolvi ver o que estava sendo exibido nos canais infantis. E ali estava o tal desenho.
Justamente aquele episódio mostrava os personagens principais apreciando a exposição de peças do Egito antigo em um famoso museu da França. O que aconteceu em seguida pareceu mais um filme de terror do que um desenho destinado a crianças entre 4 e 11 anos de idade. Um rapaz inteligente, filho do organizador do evento, ficou profundamente magoado quando o pai demonstrou não acreditar em seu potencial e não lhe deu o devido valor. Percebendo ali uma oportunidade, o vilão enfeitiçou o jovem e o dominou com o espírito de Akhenaton. Usando os poderes mágicos do faraó da antiguidade, o rapaz transformou as pessoas na rua em múmias e começou um ritual macabro para trazer de volta à vida sua amada princesa Nefertiti. O que estava envolvido no ritual? A oferta de uma ingênua e pura adolescente como sacrifício humano.
Por fim, com os respectivos trajes de heróis (que miraculosamente ocultam sua verdadeira identidade), a garota e o mocinho conseguem enganar o vilão e desfazer o feitiço, salvando tanto o “sacrifício” quanto o rapaz que estava possuído pelo espírito do faraó.
A música tema, ressaltando o poder e a autossuficiência da personagem que dá nome ao desenho, cumpre seu papel de fixar a mensagem, tanto no início quanto no fim: “Eu sou sempre a melhor. Contra o inimigo, eu vou lutar…”
O que as crianças não sabem e o que os adultos esquecem
Sempre haverá pessoas defendendo a ideia de que tudo não passa de um simples desenho e que as crianças têm a capacidade de separar a realidade da ficção. No entanto, gostaria de chamar a atenção para o que é fato, não suposição. No processo de criação de qualquer desenho – não importa a que público se destina ou que conteúdo se intenciona apresentar – a história vem antes de tudo. Ela será a base para o desenvolvimento de um roteiro e para a execução até se transformar em um produto finalizado. O desenho é apenas o recurso, o meio, o canal pelo qual a história será transmitida. A questão aqui não é o desenho como veículo e sim o conteúdo que ele carrega.
O ponto de partida do desenho mencionado é algo que aconteceu milhares de anos atrás quando um mago ajudou os Kwamis (seres semelhantes a fadas) a interagir com os seres humanos por meio de joias mágicas, chamadas Miraculous. Duas delas são mais poderosas do que as demais: a que representa o poder da criação e a que representa o poder da destruição. Quando elas se unem, o usuário ganha poderes semelhantes a um Deus. Coincidência ou não, no enredo há um livro com as informações registradas em forma de código. De acordo com a homepage, como poucos sabem decifrar o código, a maioria permanece na ignorância desses poderes.
Interessante, não é? Miraculous, livro, código… Lembra alguma coisa? Que história está sendo contada?
No passado, Deus disse que os israelitas deveriam usar todos os recursos disponíveis, incluindo livros e sinais, para que a miraculosa história do livramento do Egito não fosse esquecida pelas novas gerações. O objetivo era que o nome de Deus e Seus feitos fossem constantemente lembrados. Essa seria a melhor proteção contra as práticas pagãs com as quais eles teriam contato.
Queridos, não descuidemos da missão a nós confiada. Tendo a Bíblia como a fonte original e a base da nossa fé, usemos todos os recursos disponíveis para contar a verdadeira história da salvação do ser humano e apresentar quem realmente a tornou possível, não só para as crianças, mas também para os jovens, os adultos e os idosos. O Espírito Santo não deixará ninguém na ignorância. Decifrar o código é uma possibilidade estendida a todos.
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*Neila Oliveira é autora de livros infanto-juvenis e coordenadora editorial para o público adolescente na CPB.
[Geração Escolhida]
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Julián Melgosa e Michelson Borges
A ira e o ódio podem se manifestar ocasionalmente e, como sentimentos humanos, podem se tornar inevitáveis. Porém, quando ultrapassam o nível esporádico, são reações que causam devastação nos relacionamentos familiares, sociais e de trabalho. A agressividade física é inaceitável em qualquer grupo humano e deve ser prevenida.
Como evitar a ira e a agressividade
Observando a si mesmo e adotando hábitos simples de calma e tranquilidade, cada um pode, com a ajuda divina, dominar os impulsos de ira e agressividade. Veja algumas sugestões:
Considere a verdadeira importância da situação – Se você observar friamente, quase sempre os motivos da raiva são insignificantes. Pergunte a si mesmo:
É realmente importante o motivo da minha ira? O que acontecerá se as coisas não saírem do meu jeito? Vale a pena esbanjar tanta adrenalina? Terei que me arrepender se perder a compostura?
Respire fundo e acalme-se – A respiração relaxa. Use-a pausadamente e de modo profundo quando sentir que a ira se aproxima. Dê instruções a você mesmo: “Calma, não vai acontecer nada! Controle-se, pois isso já vai passar.”
Foi Thomas Jefferson quem disse a famosa frase: “Quando está zangado, conte até 10 antes de falar. Se estiver muito irritado, vá até o 100.” Uma dica: nunca envie um e-mail quando estiver com raiva. Se quiser, até escreva, mas salve-o como rascunho e leia a mensagem, de novo, horas depois.
Procure se distrair – Pensar no que lhe causa ira é jogar lenha na fogueira. Ore a Deus, pedindo que o ajude a superar o sentimento negativo, e faça alguma atividade que ocupe sua mente com outras coisas, até a raiva diminuir.
Escolha a solução certa – Evite dizer aos outros frases como estas: “Você é egoísta.” “Sua atitude é sempre a mesma comigo.” “Você não se importa com o que penso.” Procure se expressar com frases positivas: “Eu gostaria que você tentasse fazer de outra forma”, “Fico muito triste com essa atitude”, “Talvez devêssemos fazer isso ou outra coisa; eu posso ajudar de alguma forma.”
Não considere o oponente um inimigo – Quando alguém o irritar com sua conduta ou palavras, não pense que o está provocando. Pense em outros motivos e circunstâncias que expliquem esse comportamento. Se ele ou ela realmente tem más intenções, você admitirá que é uma pessoa infeliz e merece compaixão pela sua conduta inconveniente.
Pratique o perdão – Perdoar não significa perder a batalha. Um antigo provérbio diz: “Perdoe o ofensor, e sairá vencedor.” Perdoar não somente produz calma e paz em você, mas também na outra pessoa, que, além disso, acabará respeitando você por sua nobreza e generosidade.
Seja grato – A Bíblia diz: “Deem graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus” (1 Tessalonicenses 5:18).
Pesquisas confirmam que o simples fato de se mostrar grato por algo torna alguém mais feliz. Pesquisadores da Universidade da Califórnia afirmam que praticar constantemente a gratidão pode até melhorar a saúde.
Ore – A Bíblia também diz: “Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem” (Mateus 5:44). Pesquisadores mostraram que, se a pessoa orar pelo indivíduo que a deixou com raiva, isso ameniza o sentimento ruim, dissipando os pensamentos negativos.
Efeitos da ira
Embora, no passado, fosse considerado vantajoso destampar a “panela de pressão” quando se estava irado, hoje está claro que os riscos ultrapassam qualquer pequena vantagem que se possa alcançar com essas más atitudes. Comparados com as pessoas de hábitos pacíficos, os que ficam irados, em geral, enfrentam as seguintes situações:
• Têm quatro vezes mais propensão a sofrer de doença coronariana.
• Correm maior risco de morrer jovens.
• Experimentam sentimentos de culpa após suas atitudes explosivas.
• Seus familiares e amigos os evitam por causa de seu mau gênio.
• Mantêm uma relação matrimonial mais conflituosa.
• São mais propensos ao uso de substâncias nocivas (fumo, álcool, drogas, etc.).
• Correm maior risco de comer em excesso e sofrer aumento de peso.
Antes de ficar enraivecido, pense duas vezes, pois é possível deter essa conduta e evitar mais prejuízos.
Profetas irritados
A Bíblia traz alguns exemplos interessantes de pessoas que se deixaram vencer pela ira. Aliás, este é outro detalhe especial das Sagradas Escrituras: seus autores não “douram a pílula” nem posam de heróis infalíveis. Seus defeitos estão todos ali registrados. Sabe por quê? Sempre há esperança para quem se submete à vontade e ao poder divinos. Vamos falar de dois profetas: um, do Antigo Testamento; outro, do Novo Testamento.
Jonas recebeu de Deus uma missão tremendamente difícil: pregar aos moradores da cidade de Nínive. Para você ter uma ideia do que isso implicava, basta saber que, na época, essa cidade com mais de 100 mil habitantes era a capital do terrível Império Assírio. Esse povo era tão mau que não se contentava em matar seus oponentes; eles os torturavam de forma requintada. Eram inimigos de Israel, e Deus queria que Seu profeta fosse até a capital deles levar uma mensagem. Aí já era demais!
Jonas fugiu da missão. Tomou um navio para o lado oposto. E o desenrolar da história é mais conhecido que seu desfecho. Quase todo mundo sabe que o profeta foi engolido por um “grande peixe”, sendo, depois de três dias, regurgitado na praia. Na barriga do “peixe”, Jonas orou e se arrependeu. Foi à cidade dos assírios, disse que ela seria destruída, caso seus moradores não se arrependessem, deu meia-volta e sentou-se para ver o que aconteceria. Mas não aconteceu nada.
Melhor dizendo, aconteceu: os ninivitas se arrependeram e mudaram de atitude.
Toda a cidade! Isso deixou o profeta irritado. Afinal, ele não havia anunciado destruição? Irritou-se com a misericórdia de Deus e se queixou ao Criador.
Deus apenas perguntou: “Você tem alguma razão para essa fúria?” (Jonas 4:4), e ficou em silêncio, deixando Seu filho refletir.
Algum tempo depois, Deus voltou a falar, revelando um pouco mais do Seu caráter de amor: “Nínive tem mais de cento e vinte mil pessoas que não sabem nem distinguir a mão direita da esquerda, além de muitos rebanhos. Não deveria Eu ter pena dessa grande cidade?” (Jonas 4:11). Deus é assim: compassivo, perdoador, paciente. Ama a todos, inclusive os animais! No livro de Jonas, vemos o Criador trabalhando pela salvação dos ninivitas e de Seu profeta irritado.
No Novo Testamento, quando se fala em transformação, uma das pessoas que chamam a atenção é João, mais conhecido como “filho do trovão”. Ai daquele que atravessasse o caminho dele num dia ruim! Certa vez, até pediu permissão a Jesus para fazer descer fogo do céu contra alguns desafetos! Mas o tempo de convivência com o Mestre foi moldando o caráter do discípulo. Em poucos anos, ele deixou de ser o “filho do trovão” para ficar conhecido como “o discípulo do amor”. Qual foi o segredo? Simples: proximidade com Jesus. Quem vive assim, pode dizer como Paulo: “Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e Se entregou por mim” (Gálatas 2:20).
Não precisamos lutar sozinhos. Deus é o maior interessado em que desfrutemos paz interior.
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Infográfico Um monstro dentro de nós
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_______________
Fonte: O Poder da Esperança, pgs. 72-75.
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Pr. Frederico Branco
Muitos comentaristas e jornalistas esportivos usam a analogia da "vida" ou "morte" para descrever a situação de uma seleção durante a Copa do Mundo. Na revista Exame, por exemplo, foi noticiado um resultado da primeira fase da competição: “Nigéria vence Islândia por 2X0 e mantém Argentina viva na Copa”. No jogo seguinte a seleção argentina precisaria de uma vitória e dependia do resultado de outra partida para permanecer "viva" na Copa. Com Messi em campo, certamente sobrou um pouco de esperança, afinal de contas, como é ter em seu time aquele que é considerado por muitos o melhor (ou um dos melhores) do mundo? Os termos empregados no futebol como “vitória”, “derrota”, “esperança”, “vida” ou "morte”, entre muitos outros, podem servir de metáforas para a vida cristã.
Dizem os estrategistas que para vencer é necessário conhecer os seus pontos fracos e, assim, reconhecer a força do adversário, mas também implica em conhecer seus pontos fortes, treinar, fortalecer-se e ter uma perspectiva mental real e vencedora. A derrota em qualquer área da vida pode ser amedrontadora. Não foi isso que o torcedor sentiu quando o Brasil perdeu de 7X1 da Alemanha na Copa de 2014? Uma potência pentacampeã também pode perder. No jogo da vida não é muito diferente. Passamos por experiências críticas.
Em medicina o termo “crise” foi empregado para descrever o ponto decisivo de melhora ou agravo da condição de um paciente acometido por uma enfermidade aguda. Sobreviver à uma crise pode ser um recomeço, implicando mudanças no estilo de vida que vai do sedentarismo à atividade física, da indisciplina alimentar para a prática de hábitos mais saudáveis. Certamente a crise pode ser o ponto da virada, um momento decisivo na vida.
Ter a percepção correta de si mesmo, de sua condição física, mental, e espiritual é fundamental. Sócrates usava o pensamento “conhece-te a ti mesmo” como base de sua filosofia. O problema é que temos uma dificuldade natural de autoconhecimento, de ler os nossos sentimentos e emoções. O profeta Jeremias escreveu: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jeremias 17:9). Se o coração é enganoso, não é possível estar enganado sobre si mesmo? Quem é que pode conhecer os motivos mais profundos da alma? Outra versão mais contemporânea diz: “Quem é que pode entender o coração humano? Não há nada que engane tanto como ele; está doente demais para ser curado” (Jeremias 17:9 - NTLH). Não conhecer a si mesmo é um estado crítico de existência: “está doente demais para ser curado”. Mas Deus responde a pergunta e diz: “Eu, o Senhor, examino os pensamentos e ponho à prova os corações” (Jeremias 17:10 - NTLH).
Não sei como você está se sentindo neste momento. Pode ser que esteja passando por uma crise e deseja recomeçar, fazendo mudanças significativas no modo de viver. Talvez você não consiga descrever os seus sentimentos e emoções. Mas Deus conhece e deseja lhe revelar os Seus caminhos e propósitos. Mudanças positivas e duradouras começam a partir do reconhecimento da condição pessoal e do conhecimento daquilo que pode verdadeiramente nutrir a alma, o corpo e a mente. Podemos clamar como fez Davi: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno” (Salmo 139:23, 24).
No jogo da vida a Palavra de Deus é indispensável, pois ela ilumina a nossa caminhada (Salmo 119:105) e nos ajuda a não tropeçarmos (Salmo 119:11). Dedique tempo para se relacionar com Deus!
Equipe Biblia.com.br
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SUGESTÃO DE CURSO BÍBLICO: SENTIMENTOS E EMOÇÕES
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Julián Melgosa e Michelson Borges
Muitas pessoas vivem com sentimento de culpa infundado; culpa falsa ou duvidosa. Isso lhes acarreta conflitos e as seguintes tendências: complexo de inferioridade, perfeccionismo, autoacusação constante, medo do fracasso (com o consequente estado de permanente vigilância) e ser demasiadamente exigente com os outros. Por outro lado, o sentimento de culpa é um recurso útil que estimula a conduta correta e respeitosa, favorecendo a boa convivência. O sentimento de culpa real é sintoma de uma consciência alerta (algo muito desejável), que serve de autocensura e previne os delitos e a falta de moral.
Se a culpa é comprovada, o caminho é fazer os acertos e, em alguns casos, também obter o perdão. Quanto à culpa infundada ou exagerada, o processo é mais complicado e exige diversas atitudes:
Evitar os enfoques demasiadamente restritos – Os ambientes familiares ou sociais que exigem ou intimidam em demasia contribuem para uma consciência limitada, com o consequente risco de falsa culpa.
Controlar os pensamentos – É preciso manter a autoinstrução com mensagens assim: “Tenho feito o que posso.” “Não existe perfeição neste mundo.” “Os erros são ferramentas de aprendizagem.”
Amenizar as culpas – Falar dos sentimentos de culpa com um amigo de confiança ajuda a organizar nossas próprias ideias a respeito. Em todos os casos serve de alívio para reduzir parte da tensão criada por esse sentimento.
Praticar o perdão – Perdoar os outros ajuda no processo de perdoar a si mesmo, que é o objetivo principal do sentimento de culpa.
Recorrer a Deus – Deus está disposto a perdoar até as maiores falhas, aquelas que não são perdoadas em nível humano: “Embora os seus pecados sejam vermelhos como escarlate, eles se tornarão brancos como a neve; embora sejam rubros como púrpura, como a lã se tornarão” (Isaías 1:18).
Consciência insensível
A consciência nem sempre constitui uma norma de conduta sábia. Existem consciências demasiadamente limitadas e outras muito abertas. Os que são demasiadamente restritos esperam que o mesmo ocorra com os outros. E os liberais acham que tudo é bom. Por isso, Provérbios 16:25 diz: “Há caminho que parece reto ao homem, mas no final conduz à morte.”
Portanto, é necessário contar com normas externas e transcendentes, princípios éticos de valor universal. Não é em vão que o apóstolo Paulo advertiu seu discípulo Timóteo a respeito de alguns que, tendo a consciência cauterizada, mandariam os crentes fazer coisas absurdas (1 Timóteo 4:2, 3).
As consciências cauterizadas ficam insensíveis e incapazes de ser um guia de conduta confiável.
O outro lado da culpa
Um estudo realizado por Grazyna Kochanska e suas colegas constatou que o sentimento de culpa, na medida exata, ajuda as crianças a observar as normas e respeitar os outros. Participaram dessa pesquisa 106 meninos e meninas em idade pré-escolar, que variava de dois a cinco anos. Para verificar a medida da culpa, os pesquisadores fizeram com que as crianças acreditassem que haviam estragado um objeto de grande valor. Logo após, observou-se a conduta de cada uma, e foi solicitada a opinião das mães e das próprias crianças. Estes são os resultados mais importantes:
- As meninas demonstraram maior sentimento de culpa que os meninos.
- Os pré-escolares de famílias bem estruturadas manifestaram menor culpabilidade.
- O nível de culpa das crianças de dois anos mantinha relação com a autonomia moral das de cinco anos.
- As crianças com sentimento de culpa violaram menos regras do que as que não sentiam culpa.
- A medida justa da culpabilidade ajuda a prevenir a má conduta.
O perdão do Pai
Uma das mais belas e conhecidas parábolas contada por Jesus é a do filho pródigo, registrada em Lucas 15:11-22. Trata-se da história do pai e dos dois filhos, um dos quais, cansado da vida pacata do lar, decidiu abandonar tudo e buscar a liberdade que tanto desejava. Como se não bastasse magoar o pai com sua atitude rebelde e ingrata, ele ainda pediu sua parte na herança da família, algo que os filhos só recebem quando os pais morrem. O pai, respeitando a liberdade de escolha do filho – Ele sempre respeita, lembra? –, deu-lhe o dinheiro. E o filho abandonou o lar.
Livre das restrições paternas, o rapaz passou a esbanjar o dinheiro em bebedeiras, festas e com mulheres. Enquanto tinha recursos, esteve cercado de “amigos”. Mas o dinheiro acabou e a fome bateu. O que fazer agora? Foi procurar emprego e acabou cuidando de porcos, um trabalho extremamente humilhante para um judeu. O jovem que se gabava de sua liberdade de repente se viu escravo das circunstâncias. Ele que reclamava da comida de casa, agora disputava a ração dos porcos para não morrer de fome. Onde estavam os “amigos” agora? As mulheres, o som de festa?
O texto diz que o jovem decidiu ir para “uma terra distante”, símbolo mais do que apropriado para o pecado – ele nos leva para longe de Deus e de nós mesmos. Arranca tudo o que há de bom em nossa vida, alimentando por algum tempo a ilusão de liberdade e alegria. Mas não existe verdadeira alegria longe de Deus, na “terra distante”. O que aquele jovem descobriu é que na “terra distante” só existem frustração, tristeza, humilhação, vazio e culpa.
No meio daquela situação deplorável, ele decidiu voltar com a intenção de ser aceito pelo pai como um de seus empregados. Esse filho tinha muito ainda a aprender sobre o homem para quem havia dado as costas. Mas, ainda que sua compreensão fosse limitada, ele sabia que o pai era justo e amoroso. E foi essa noção que o fez pensar em voltar. É sempre a bondade de Deus que nos leva ao arrependimento e nos atrai para Ele (Romanos 2:4; Jeremias 31:3).
Com a cabeça baixa, as roupas esfarrapadas e uma tonelada de culpa sobre si, ele se aproximou de casa, mas não surpreendeu o pai, que o avistou à distância e correu em sua direção, dando-lhe um abraço apertado, cobrindo sua miséria com a própria capa. O pai sempre estivera esperando. Nunca deixou de amar e recebeu o rapaz como filho, sem lhe jogar no rosto os pecados. O passado estava esquecido, os pecados perdoados, e ninguém podia dizer nada em contrário.
Satanás, o filho pródigo que nunca voltou para o Pai, é que vive contando a mentira de que o Senhor não pode aceitar pecadores de volta, a menos que eles sejam bons o bastante para poder voltar. Se esperar até que isso aconteça, o pecador nunca irá a Deus.
A mensagem central da parábola é o amor do pai, que claramente representa Deus. Ele nos aceita, nos perdoa, nos ama. Sempre. (...)
Você já tomou a decisão de voltar para o Pai?
Quer estudar mais sobre esse assunto?
Leitura recomendada:
Conheça nosso curso on-line gratuito:
https://biblia.com.br/curso/sentimentos-e-emocoes
Fonte:
O Poder da Esperança, pgs. 67-70.
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Julián Melgosa e Michelson Borges
O problema começa cada vez mais cedo. As palavras “sexo” e “pornô” estão entre as dez mais procuradas por crianças na internet. O
ranking foi feito pela empresa de segurança Symantec, que identificou as cem principais buscas feitas durante quatro meses, por meio de seu serviço de segurança familiar OnlineFamily.Norton, que supervisiona o que as crianças e os adolescentes fazem na internet. A palavra “sexo” apareceu em quarto lugar e “pornô” em sexto.
Por esse e outros motivos, é preciso orientar as crianças com respeito ao uso da internet. Gregory Smith, vice-presidente e diretor executivo de informação do Departamento de TI da World Wildlife Fund, diz que deixar a criança diante de um computador com acesso à internet, sem qualquer tipo de monitoração, é a mesma coisa que colocá-la em uma esquina e não ficar vendo o que acontece.
A idade média em que as crianças em geral veem pornografia pela primeira vez é com onze anos de idade. Em 2013 e 2014, o psicólogo Christofer Valenço fez uma pesquisa com 1.111 jovens cristãos, com idades entre 10 e 18 anos, nos estados do Sul do Brasil. Ele pesquisou os hábitos de acesso à internet e o consumo de pornografia entre essas crianças e adolescentes. Os dados são alarmantes.
Mais de 80% dos meninos já haviam acessado conteúdos pornográficos pelo menos uma vez. Aos 12 anos, 10% deles viam pornografia uma ou mais vezes por semana. Aos 16 anos 40% faziam isso. No caso das meninas, 42% já tinham visto, sendo que 3,5% viram aos 12 anos. Com 16 anos, 11% viam uma vez por semana.
Mais de 70% dos meninos e 66% das meninas viviam em famílias estruturadas, e o acesso à internet era feito dentro de casa (eles: 64%; elas: 41%). O acesso era feito em computadores (eles: 76%; elas: 47%) e por meio de celulares (eles: 42%; elas: 35%).
Valenço analisa: “Comparando-se os dados da minha pesquisa com os de outras pesquisas gerais, pode-se concluir que os jovens cristãos pesquisados praticamente em nada diferem dos outros jovens em relação ao hábito de ver pornografia, e isso afetará a resposta sexual deles quando estiverem em seus relacionamentos. O hábito pode perdurar na vida conjugal, pois a pornografia e a relação sexual são diferentes. Os hábitos formados na adolescência têm mais facilidade de se manter por toda a vida. Muitas relações do presente e do futuro serão diretamente afetadas pela pornografia.”
Ainda segundo Valenço, a dependência em pornografia está intimamente ligada ao vício em novidades, por isso esse tipo de conteúdo na era da internet rápida tem produzido problemas que não existiam há 25 anos. “A pornografia produz o condicionamento do cérebro a novas ‘experiências’, trazendo sempre a necessidade de mais pornografia, porém, sempre de um modo diferente, pois as já vistas não produzem no usuário o mesmo nível de excitação. Isso fecha o ciclo de dependência”, explica.
Efeitos do consumo de pornografia
Um grande número de jovens consumidores de pornografia na internet está sofrendo de ejaculação precoce, ereções poucos consistentes e dificuldades de sentir desejo com parceiras reais, é o que afirma reportagem publicada na revista
Psychology Today. Pesquisa feita pela Universidade de Pádua, na Itália, indicou que 70% dos homens jovens que procuravam neurologistas por ter um desempenho sexual ruim admitiam o consumo frequente de pornografia na internet.
Outros estudos de comportamento sugerem que a perda da libido acontece porque esses grandes consumidores de pornografia estão abafando a reposta natural do cérebro ao prazer. Anos substituindo os limites naturais da libido por uma intensa estimulação acabariam prejudicando a resposta desses homens à dopamina. Esse neurotransmissor está por trás do desejo, da motivação – e dos vícios. Ele rege a busca por recompensas. Uma vez que o prazer está fortemente ligado à pornografia, o sexo real parece não oferecer recompensa. Então essa seria a causa da falta de desejo em muitos homens.
William Struthers, da Faculdade Wheaton, explica que “os homens parecem ter sido feitos de tal maneira que a pornografia sequestra o funcionamento adequado de seu cérebro e tem efeito de longo prazo em seus pensamentos e vida”. Struthers é psicólogo com formação em neurociência e especialidade de ensino nas bases biológicas da conduta humana. No livro
Wired for Intimacy: How Pornography Hijacks the Male Brain (Programado Para a Intimidade: Como a pornografia sequestra o cérebro masculino), ele se vale da neurociência para explicar por que a pornografia é uma grande tentação para a mente masculina. “A explicação mais simples da razão por que os homens veem pornografia (ou procuram prostitutas) é que eles são levados a procurar intimidade”, explica ele. O impulso para obter intimidade sexual foi dado por Deus e é essencial para os homens, reconhece ele, mas é facilmente mal direcionado. Os homens são tentados a buscar “um atalho para o prazer sexual por meio da pornografia” e acham que dá para se acessar esse atalho com facilidade.
Num mundo de pecado (este campo de batalha), a pornografia se torna mais do que uma distração e uma distorção da intenção de Deus para a sexualidade humana. Torna-se um veneno viciante. Struthers explica: “Ver pornografia não é uma experiência emocional ou fisiologicamente neutra. É fundamentalmente diferente de olhar para fotos em preto e branco do Memorial Lincoln ou olhar um mapa colorido das províncias do Canadá. Os homens são reflexivamente atraídos para o conteúdo de material pornográfico. […] [A pornografia] atua como uma combinação de múltiplas drogas.”
Segundo Struthers, quando o homem vê imagens pornográficas, essa experiência cria novos padrões na programação do cérebro, e experiências repetidas formalizam a programação. “Se eu tomo a mesma dose de uma droga repetidas vezes e meu corpo começa a tolerá-la, precisarei tomar uma dose mais elevada da droga a fim de que tenha o mesmo efeito que tinha com uma dose mais baixa, na primeira vez”, explica o psicólogo.
Como identificar o vício sexual
Se você observar em si mesmo, em seu cônjuge ou em algum amigo ou familiar duas, três ou mais das seguintes condutas, poderá estar diante de um caso de vício sexual. Deverá falar com a pessoa de maneira calma, sem acusações e com disposição para ajudar:
- Insiste em ficar diante do computador ou da televisão quando não há ninguém em casa ou todos estão dormindo.
- Mantém uma maleta, mochila, gaveta ou armário com chave e ninguém da família ou do trabalho pode ter acesso.
- Olha prolongadamente para as pessoas do sexo oposto quando passa por elas.
- Recebe débitos de cartão de crédito para os quais não pode dar explicação.
- Chega muito tarde do trabalho ou se ausenta mais do que o necessário, justificando com viagens ou motivos profissionais.
- Quando está na internet e alguém se aproxima, muda rapidamente de tela.
- Não pratica sexo com o cônjuge ou deseja isso de formas extravagantes.
- Demonstra estar distante emocionalmente de seu cônjuge.
- Parece estar ausente e distraído, mesmo nos momentos mais íntimos.
- Demonstra mudança no estado de ânimo e apresenta comportamento brusco e ameaçador.
Como superar o vício do sexo
O processo psicológico é semelhante a qualquer outro vício e muitos dos conselhos para a dependência química são também válidos para o vício do sexo:
- O primeiro passo é admitir o problema e mostrar disposição para corrigir esse comportamento.
- Procurar apoio de outra pessoa. A melhor pessoa é o cônjuge do viciado (sob a orientação de um especialista). Se isso não for possível, então um amigo ou familiar íntimo.
- Estar sempre sob vigilância (não ficar sozinho por muito tempo; continuar as atividades planejadas).
- Manter a sobriedade sexual absoluta: sexo somente com o cônjuge.
- Fazer uso de mecanismos estruturados de ajuda: bloquear certos ambientes da internet e limitar o tempo de acesso.
- Planejar atividades de recreação, preferencialmente ao ar livre e em locais diferentes do habitual.
- A tendência pode ter sua origem em um abuso sexual na infância ou em uma infância conturbada. Nesse caso, o plano de reabilitação deve vir acompanhado da psicoterapia formal, para se aprofundar em assuntos do passado e eliminar os conflitos.
- Para a pessoa que dará apoio: seja compassivo e trate o viciado como uma pessoa doente, que precisa se recuperar. Ela precisa aceitar sua responsabilidade. Uma vez aceita e aplicada, não deve ser recriminada ou criticada excessivamente por sua conduta inaceitável. Ela precisa de compreensão, simpatia e apoio.
Círculo vicioso
A felicidade tem sido definida como a ausência total de vícios. E não nos referimos somente aos vícios com drogas “pesadas” ou “ilegais”, sexo compulsivo e jogos de azar. Existem substâncias comuns que também viciam, como bebidas alcoólicas, cigarro e café. Essas substâncias são denominadas psicoativas porque afetam a função mental. Inclusive existem viciados em artigos corriqueiros sobre dieta, medicamentos ou exercício físico.
O círculo vicioso das drogas é muito perigoso, quer sejam legais ou ilegais, com componentes químicos ou não, ocasionando prejuízo para a saúde ou não. Todos os vícios tiram a liberdade dos que sofrem dessa dependência. Além do mais, causam riscos muito sérios:
Dependência – As drogas ou a dependência química criam o desejo de reincidir no seu uso. E quanto mais se satisfaz esse desejo, maior ele se torna.
Tolerância – O usuário da droga precisa de doses cada vez maiores para alcançar efeitos semelhantes aos anteriores.
Síndrome de abstinência – Pode ser psicológico: uma inquietação extrema por não poder ter acesso à droga ou realizar a conduta desejada.Também pode ser físico, pelo fato de o organismo estar habituado à substância e não conseguir a dose. Os sintomas de abstinência apresentados são: insônia, agitação, palpitações, suor, náusea, vômitos, etc.
Efeito sobre o cérebro (nos viciados químicos) – As drogas atacam o sistema nervoso central. Quando esse tipo de substância chega ao cérebro, várias funções vitais são alteradas e a pessoa se torna incapaz de realizar atividades mentais simples. Quando o consumo é prolongado, podem acontecer lesões irreversíveis.
Os três primeiros riscos não têm relação somente com os vícios químicos, mas também com os de conduta. O viciado em pornografia, por exemplo, sente um fortíssimo desejo de repetir o ato. Após determinado tempo, as imagens usadas não são suficientes e ele precisa de imagens mais fortes ou obscenas. A falta ou indisponibilidade das imagens produzirá no viciado grande inquietação ou frustração.
Como prevenir os vícios
A maioria dos vícios, especialmente por substâncias, tem seu início na fase juvenil e na adolescência. Por isso, os esforços preventivos devem ser focalizados nessas idades. Desde os primeiros anos de escola, as crianças devem receber instruções sobre as drogas e seus riscos. Os programas escolares devem ter espaço para palestras e seminários com pessoas relevantes (ex-drogados, médicos, advogados, psicólogos, policiais, assistentes sociais, etc.).
Como princípio, todas as escolas e outras instituições de ensino deveriam ser declaradas áreas livres de drogas, adotando medidas para evitar que se transformem em centros de tráfico e iniciação à droga.
Os pais das crianças e jovens têm também responsabilidade na prevenção, e devem falar sobre o problema, adotando as seguintes estratégias:
- Ter uma postura definida com respeito às drogas e aos vícios.
- Formar autoestima saudável nos filhos.
- Manter o lar seguro e estável.
- Demonstrar flexibilidade nas opiniões e condutas, mas com limites definidos.
- Dar exemplo irrepreensível no que se refere aos vícios.
As autoridades também têm um papel importante na educação contra os vícios e em favor da saúde total: programas atrativos e sugestivos, uso de precauções legais (por exemplo: rótulos indispensáveis nas bebidas alcoólicas e no cigarro), normas que regulam a venda e distribuição, etc. É extremamente importante reprimir o tráfico de drogas em colégios, instituições e locais frequentados por crianças e jovens.
Quanto aos demais vícios (trabalho, sexo, jogo), eles podem sobrevir em idade adulta. É indispensável relembrar que, tanto nesses vícios quanto nas dependências químicas, um quadro de ansiedade é frequentemente acrescentado ao problema. Por essa razão, uma forma de prevenir a adesão a um vício é evitar ou vencer a ansiedade.
Como vencer os vícios
Está comprovado que não se consegue abandonar os vícios de forma individual. O viciado precisa de apoio social, profissional e espiritual. Por isso, os conselhos apresentados aqui são especialmente dirigidos à família ou ao sistema de apoio do viciado:
- Se já foram feitas muitas tentativas para deixar o vício, sem êxito, deve-se insistir com o viciado para que procure um centro de reabilitação.
- Apoie o plano estabelecido pelo centro ou profissional qualificado. Confie no tratamento e incentive a pessoa viciada (filho, cônjuge, amigo, etc.).
- Evite a superproteção. É uma grande tentação proteger as pessoas que amamos, mas nessas circunstâncias é necessário manter firmeza no que se refere ao tratamento.
- Recompense suas vitórias, pois o viciado precisa de reforços externos para alcançar novos objetivos. Podem ser alimentos, filmes, passeios, jogos, livros, visitas, etc., de acordo com a preferência e as circunstâncias.
- Prepare um ambiente calmo, saudável e adequado e procure por todos os meios manter o viciado distante do ambiente que facilita o vício (locais, pessoas, objetos, etc.), que são um convite ao seu uso, pois os estímulos podem levá-lo a uma recaída.
Os grupos de autoajuda têm demonstrado ser excelentes métodos de cura e de como se manter sóbrio. Por exemplo, os alcoólicos anônimos (AA), narcóticos anônimos (NA), jogadores anônimos (JA) e os dependentes de amor e sexo anônimos (DASA) conseguem um grande índice de êxito entre seus participantes. Os viciados, unidos a outras pessoas que sofrem do mesmo problema, lutam com maior persistência.
É necessário reconhecer que o domínio dos vícios é tão grande que somente com ajuda do poder divino muitos conseguem alcançar a vitória. O êxito dos alcoólicos anônimos (AA) deve-se em parte ao apoio humano, demonstrado pela experiência de ex-dependentes, e ao apoio de Deus, que é aceito por aqueles que com fé estão dispostos a recebê-lo.
Após alcançar a vitória, a luta não acaba, pois o risco de recaída é altíssimo. Por isso, é importante planejar cuidadosamente o retorno à normalidade, observando os seguintes itens:
Emprego – O reabilitado precisa de um novo emprego, com novos companheiros e com o firme propósito de se adaptar, sem fazer mudanças.
Ambiente social – O reabilitado precisa também, durante um período prolongado, de alguém que continue observando com atenção e firmeza seu ambiente. Deve se relacionar com pessoas que saibam desfrutar a vida sem fazer uso de substâncias químicas ou outros vícios, com simplicidade e naturalidade.
Lazer – O tempo livre é o mais perigoso para a recaída e deve ser planejado cuidadosamente, incluindo exercícios físicos, atividades ao ar livre, esportes, etc., evitando sempre bares, salões de jogos e outros ambientes em que a vontade possa ser estimulada.
Vida espiritual – O componente espiritual também é fundamental na reintegração. A vida de vícios pertence agora ao passado e a pessoa deve começar uma nova vida. A culpa, que é comum nos ex-viciados, encontra perdão em um Pai amoroso. E, quanto ao futuro, Deus promete proteção e apoio contínuos.
Uma promessa maravilhosa de Deus para aqueles que lutam contra vícios é esta: “Por isso não tema, pois estou com você; não tenha medo, pois sou o seu Deus. Eu o fortalecerei e o ajudarei” (Isaías 41:10).
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_______________
Fonte: O Poder da Esperança, pgs. 57-64.
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Julián Melgosa e Michelson Borges
José era um jovem hebreu que viveu aproximadamente dois mil anos antes de Cristo. Nasceu em uma família tranquila e rapidamente demonstrou inteligência e visão. Movidos pela inveja irracional, seus irmãos o venderam como escravo a habitantes de outro país. Em seu novo destino, teve que sofrer em silêncio e se adaptar a condições totalmente opostas às que estava acostumado. José passou por experiências de intenso estresse e traumáticas como poucas pessoas jamais passaram. No entanto, saiu de forma honrosa dessa dura prova e chegou a conquistar os objetivos mais elevados.
Como José conseguiu preservar a saúde mental íntegra diante de tanta adversidade? Exercendo fé autêntica em Deus durante décadas de provações. Suplicando ao Criador o poder sobre-humano de que necessitava para sair de tanta opressão. Orando diariamente e mantendo contato com Deus nos momentos de angústia. Acima de tudo, manteve viva a esperança de que algum dia a dor passaria e de que seu Deus, que tanto o amava, reservava um final feliz para sua vida. José decidiu agir como uma figura de transição – tinha tudo para não perdoar, para cobrar juros emocionais impagáveis, para assumir juros emocionais impagáveis, mas decidiu retribuir a todos e em tudo de forma completamente diferente do que recebeu. O relato completo está registrado no livro de Gênesis, capítulos 37, 39-50.
Os acontecimentos de forte intensidade emocional, especialmente se estão sendo vivenciados em um momento difícil da vida, podem até causar depressão na pessoa, como os casos de insultos, uma criança ser ridicularizada, levar um susto no meio da escuridão, ser amedrontado com cobras ou aranhas, sentir-se caluniado, ser coagido para satisfação sexual, ou perder o pai ou a mãe com idade ainda jovem (...) Da mesma forma que um grande acidente físico deixa marcas permanentes, os traumas psíquicos também podem deixar sequelas durante muitos anos.
As consequências mais destacadas se manifestam durante os dias e as semanas seguintes após a experiência. Por exemplo: sonhos, recordações passageiras, negação de fatos, ansiedade, ou falta de atenção e concentração. Em alguns casos, especialmente nas crianças, as sequelas podem permanecer durante anos, constituindo-se uma forte barreira para uma vida mentalmente saudável.
Traumas e tensões têm poder até mesmo para desencadear a manifestação de certos genes e doenças. “Estudos em animais revelaram que fatores sociais, comportamentais e ambientais podem, de fato, determinar se os genes se manifestam – quer dizer, se são ligados ou desligados. Por exemplo, demonstrou-se que a tensão causa sintomas de diabetes, como hiperglicemia, em animais geneticamente suscetíveis a diabetes. É menos provável que animais não submetidos a tensão desenvolvam hiperglicemia ou diabetes, embora sejam geneticamente propensos a essas perturbações”, escreveu Norman B. Anderson, no livro
Longevidade Emocional (p. 5). (...)
Efeitos dos traumas do passado
Os traumas do passado podem produzir:
Complexo de inferioridade – O próprio eu recebe grande parte do impacto traumatizante e a pessoa perde a segurança em si mesma, demonstrando complexo de inferioridade e insegurança.
Dificuldade para realizar atividades normais – A pessoa afetada sente-se incapaz de alcançar objetivos simples. Por exemplo: as jovens ou meninas vítimas de abuso sexual costumam ter dificuldade para se relacionar socialmente com os rapazes. Ou o menino, a quem os irmãos mais velhos assustavam com uma aranha, pode vir a ter fobia do animal.
Tendências paranoicas – A pessoa traumatizada demonstra desconfiança do ambiente e pode interpretar as atitudes neutras das outras pessoas como uma emboscada contra ela e se considerar vítima de agressão ou perseguição indevida.
Depressão – O acontecimento traumatizante costuma ser percebido como uma perda (perda da honra, perda de um ser querido) e toda perda traz consigo o risco dos sintomas depressivos.
Como superar os traumas
Existem traumas que, por sua gravidade, requerem tratamento psiquiátrico. Outros, embora sem consequências tão drásticas, têm a tendência de complicar o desenvolvimento da vida normal da pessoa. Para isso, oferecemos os seguintes conselhos:
Assuma o passado e centralize-se no futuro – O passado não pode ser mudado e é inútil procurar culpar os fatos ou as pessoas que influenciaram negativamente. Se você estacionar no passado, não poderá olhar para o futuro com a confiança necessária. Além disso, é bom lembrar que nossa mente não possui um recurso de gravação de dados perfeito. Nossas memórias são reconstruções de eventos passados, e essas memórias são afetadas pelos nossos sentimentos e pela compreensão que temos delas no tempo presente.
Fale sobre o acontecimento traumático – Em um ambiente seguro e tranquilo, falar (ou escrever) sobre o acontecimento que causou o trauma é um passo importantíssimo. Procure uma pessoa de confiança e conte-lhe o que aconteceu. O efeito da terapia de grupo com pessoas que tiveram experiência semelhante também oferece resultado eficaz. Enquanto você não elaborar os pensamentos que o machucam, eles vão se repetir. E o que não pode ser dito não será esquecido.
Olhe o lado positivo – Os desastres e as calamidades tendem a unir os sobreviventes, as famílias e as comunidades. Seja grato pelo acolhimento humano aos que enfrentam as tragédias. Além disso, situações traumáticas, quando bem enfrentadas, tendem a fortalecer o caráter dos que passam por elas.
Experimente perdoar – Embora seja um processo que pode levar muito tempo, é possível evitar o ódio e o ressentimento para com os responsáveis pelo trauma. Esse é um passo importante para a solução do que aconteceu no passado. E não é aplicável somente aos outros, mas também a nós mesmos: o autoperdão e a autorreconciliação. Trabalhar o ódio não deve impedir que a vítima deseje um fim justo para sua experiência traumática.
A mágoa e o rancor nos tornam reféns do passado e mantêm na lembrança algo ocorrido há muito tempo. Assim, o maior prejudicado com a mágoa somos nós mesmos.
Mas o perdão nem sempre pode ser improvisado, pois nossa capacidade de amar (perdoar é amar) é limitada. Busque a Fonte do perdão – o Deus de amor – que, de acordo com o Evangelho, deseja que sejamos Seus amigos e pode facilitar a superação do passado que nos assombra. Lembre-se do que diz a oração do Pai Nosso: “Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores” (Mateus 6:12).
Escrever as experiências
Melanie Greenberg e Arthur Stone realizaram um interessante estudo na Universidade do Estado de Nova York, em Stony Brook. Participaram 60 estudantes universitários com experiências no passado, seguindo estes passos:
- Agruparam os participantes em subgrupos: os que haviam experimentado um forte trauma, os que haviam vivido um leve trauma e os que não sofreram trauma algum.
- Para alguns foi solicitado que revelassem por escrito sua experiência e a outros não foi dada essa oportunidade, para que servissem de ponto de referência ou grupo de controle.
- Durante os meses seguintes, foram observadas as tendências de saúde e doenças em todos os participantes.
Os resultados mostraram que aqueles que haviam passado por um forte trauma e revelaram o fato por escrito experimentaram progressos na saúde física muito acima dos que não escreveram nada sobre sua experiência traumática.
Estudos como esse demonstram que revelar a experiência traumática não é bom somente para a alma, mas também para o corpo. Um dos que defendem isso é o escritor e sobrevivente dos campos de concentração nazistas Elie Wiesel. Ele escreveu e reescreveu suas experiências pessoais traumáticas e, com isso, conseguiu significar e ressignificar esses traumas. Para ele, ainda que não consigamos expressar nossos sentimentos e recordações de maneira apropriada, devemos mesmo assim tentar.
Além disso, na luta para superar o trauma, é preciso evitar a autovitimização, buscar conforto na religião, criar novos objetivos para a vida (quem sabe usar a própria experiência para fazer algo de bom para outras pessoas) e não alimentar o desejo de vingança ou o ódio.
Um ótimo conselho bíblico, nesse contexto, é este: “Mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo” (Filipenses 3:13, 14).
Resiliência
A palavra “resiliência” vem da física e descreve a capacidade de alguns materiais voltarem ao estado original ou até melhorarem de qualidade depois de serem submetidos a situações extremas. Em termos humanos, resiliência é a capacidade de uma pessoa manter ou recuperar a essência emocional ou até se tornar melhor depois de passar por uma situação traumática.
Evidentemente que há níveis diferentes de resiliência em pessoas diferentes. O que traumatiza uma pessoa pode não necessariamente afetar tanto outra pessoa. Isso depende de fatores como temperamento, capacidade para resolver problemas, inteligência, autoestima, competência social, autocontrole, vínculos familiares e sociais, etc.
Nunca é demais enfatizar a importância dos bons relacionamentos. Estudo com 724 pessoas, ao longo de mais de 70 anos, concluiu que não são a riqueza e a fama que garantem felicidade, longevidade e resiliência, mas bons relacionamentos em família e com amigos. Robert J. Waldinger, psiquiatra e professor da Escola de Medicina de Harvard, é quem coordena o estudo atualmente. Ele cita três grandes lições sobre relacionamentos extraídas a partir da pesquisa norte-americana: (1) conexões sociais fazem bem para os seres humanos; já a solidão mata; (2) a qualidade das relações é mais importante do que a quantidade; e (3) relacionamentos felizes e duradouros protegem a saúde física e mental.
“A experiência da solidão se torna tóxica. As pessoas que são mais isoladas descobrem que são menos felizes, que sua saúde piora mais depressa na meia-idade, que seu funcionamento cerebral diminui mais cedo e que vivem menos tempo do que as pessoas que não se sentem sozinhas”, disse Waldinger em uma palestra disponível no YouTube. Mas há outro fator tão ou mais importante que as boas relações sociais.
Pesquisadores hoje reconhecem que um fator importante para o desenvolvimento e o fortalecimento da resiliência é a religião. Além de prover uma rede de apoio social, a religião fornece uma visão positiva de futuro. Mas não pode ser qualquer religião, segundo o Dr. Harold Koenig, estudioso da relação entre espiritualidade e saúde. Koenig trabalha na Universidade Duke, na Carolina do Norte, e afirma que não adianta apenas dizer que é “espiritualizado” e não ter uma vivência religiosa prática. É preciso ser
comprometido com a religião a fim de desfrutar seus benefícios. É preciso ir aos cultos, expressar a fé em casa por meio de orações e do estudo da Bíblia. Ele afirma que a crença religiosa precisa influenciar a vida para que influencie também a saúde. (...)
Lembre-se: a religião só fará bem se for positiva, centrada em uma boa relação com Deus e com o próximo. E a Bíblia descreve exatamente assim a verdadeira religião: “A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo” (Tiago 1:27).
Neste mundo, é impossível eliminar (pelo menos por enquanto) todas as situações traumáticas. Por mais resiliente que seja a pessoa, o sofrimento algum dia bate à porta dela e traz dor. Mas por que as coisas têm que ser assim?
Nosso planeta é um campo de batalha. (...) As cicatrizes de guerra estão aí em seu corpo, em sua mente, em seu coração. Mas uma coisa eles e você podem fazer: mudar de atitude em relação ao que aconteceu nas batalhas da vida. Mudar a forma de encarar esses traumas.
A pessoa que confia no Deus da Bíblia sabe que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que [O] amam” (Romanos 8:28). Então entenda e aceite que não é Deus quem origina o mal, mas Ele usa tudo o que for possível para que essas experiências do campo de batalha contribuam para o seu crescimento e sua salvação eterna.
Confie no Pai. Confie no General. Ele já provou que é digno dessa confiança.
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Infográfico Traumas Psíquicos
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Fonte: O Poder da Esperança, pgs. 48-53, 55 e 56.
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