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Três Coisas que Você Deveria Saber Sobre a Morte

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É importante entender que, mesmo que haja uma razão para o sofrimento e a morte que suportamos, não é culpa de Deus.

Frederico Branco, editor*

Era uma manhã normal, como muitas mães já vivenciaram. Ela pegou as chaves do carro, correu porta afora, certificou-se de que o filho de cinco anos estava afivelado no banco da frente, colocou as chaves na ignição e se preparou para sair. De repente, ela percebeu que tinha esquecido sua bolsa, então correu de volta para a casa. Um telefonema indesejado parou-a em seu caminho. “Eu posso fazer isso rápido”, ela deve ter raciocinado, e terminou a chamada o mais rápido possível.

Correndo para fora, ela ficou horrorizada ao descobrir que seu filho havia sido atropelado pelo carro. Aparentemente, ele conseguiu se soltar; subir no banco do motorista e ligar o carro. Quando o veículo começou a se mover, ele deve ter entrado em pânico e saltado. Ela pediu ajuda imediatamente, mas já era tarde demais. Os próximos dias pareciam um pesadelo interminável para a mãe enlutada, enquanto ela lidava com o seu choque.

Seria ela curada de uma ferida tão permanente? Em seu livro, “The Healing Path” [O Caminho da Cura], o conselheiro cristão Dan Allender termina a história: “Dois anos depois do acidente a mulher estava muito melhor, mas ainda sofria ondas de náusea e culpa que ameaçavam afogá-la. Seu casamento estava em grande perigo, e ela continuou tomando medicação para a depressão. Sua história e a tristeza embutidas em seus olhos me abalaram. Mas um comentário em particular me agitou:

“Obrigado’, ela disse, ‘por me avisar que não é errado sofrer’. Todos queriam que ela ficasse ‘bem’, ela explicou. Eles queriam que ela seguisse em frente com sua vida. Ela disse que costumava ter sentimentos semelhantes em relação àqueles que sofreram perdas trágicas; ela não tinha entendido a profundidade da dor com a qual eles lutavam. Agora ela compreendia. Com tristeza, ela comentou: “Eu simplesmente nunca pensei que a tragédia pudesse, em realidade, chegar à minha porta”.

Muitas vezes, durante essas tragédias inesperadas, nos perguntamos: Onde está Deus em tudo isso? Em tragédias em massa, como terremotos ou outras calamidades, Deus recebe a culpa e pouco crédito. Desastres naturais são chamados de “atos de Deus”. Histórias milagrosas de sobrevivência são creditadas a “boa sorte”.

Não é culpa de Deus

Mas isso não é realmente a verdade. Deus nunca planejou que Seus filhos sofressem quando Ele criou a vida na Terra. Morte e sofrimento foram introduzidos à humanidade quando Adão e Eva aceitaram a oferta do inimigo de uma suposta vida melhor (veja Gênesis 3: 1-19). Mesmo que o salário do pecado trouxesse a morte como o destino final de todo ser humano, Deus introduziu a vida eterna novamente através do sacrifício de Seu Filho. Seu plano garantiria a estabilidade para sempre erradicando o pecado e protegendo completamente Seus filhos de Satanás, o autor do pecado e da morte (veja Romanos 6:23; Naum 1: 9).

Deus sabia que, para o universo ficar para sempre livre da rebelião contra as Suas leis, Satanás precisaria de tempo para demonstrar quão terrível é a rebelião e os resultados que ela traz. Então, quando os filhos da terra forem finalmente redimidos, eles nunca mais desejarão provar a terrível experiência do pecado novamente.

Portanto, é importante entender que, mesmo que haja uma razão para o sofrimento e a morte que suportamos, não é culpa de Deus. A boa notícia é que Deus está conosco através dessas circunstâncias difíceis. Nós nunca planejamos que a tristeza chegasse ao lar, mas quando isso acontece, temos um Salvador que é capaz de compreender a grande perda da morte. Ele deseja nos confortar e sustentar mesmo em meio às ondas de dor que ameaçam nos engolir (João 14:18). A Bíblia nos diz que “Jesus chorou” quando perdeu um amigo (João 11:35). Mesmo que Ele planejasse ressuscitar Lázaro, Aquele que disse ser “a vida e a ressurreição” chorou antes de realizar uma ressurreição. Ele dedicou tempo para lamentar a experiência desagradável da morte.

Seus entes queridos estão dormindo

Olhando um pouco mais de perto, vemos algo mais impressionante sobre a história da morte de Lázaro. Jesus sabia que Seu amigo estava doente por vários dias antes de realmente morrer, mas Jesus continuou curando os outros. Os discípulos ficaram preocupados e duvidaram da sinceridade do amor de Jesus por seu amigo. Por essa razão os discípulos ficaram surpresos, pois, finalmente, foi a morte de Lázaro o que motivou Jesus a agir.

A Bíblia diz que Jesus, quando “soube que Lázaro estava doente, ainda ficou dois dias onde estava. Então disse aos seus discípulos: — Vamos voltar para a Judéia.” Jesus explicou aos seus discípulos que “nosso amigo Lázaro está dormindo, mas eu vou lá acordá-lo”. Seus discípulos responderam, “Senhor, se ele está dormindo, isso quer dizer que vai ficar bom!” … Então, ele lhes disse claramente: “Lázaro morreu” (João 11: 6, 7, 11:14).

E essa não é a única vez em que Jesus comparou a morte ao sono. Mateus, Marcos e Lucas contam a história de outra ressurreição que Jesus realizou. Desta vez, o homem chamado Jairo tinha uma filha de 12 anos que estava gravemente doente. Ele veio a Jesus como um último esforço e Jesus concordou em acompanhar Jairo à sua casa. No entanto, a multidão de pessoas que buscavam a cura impediu seu progresso, e a viagem em direção à casa de Jairo se tornou uma jornada irritantemente lenta.

Finalmente, um mensageiro veio com a notícia avassaladora: “Não incomode o Mestre, é tarde demais, sua filha está morta” (veja Marcos 5:35). Apesar do aperto da multidão, Jesus fez contato visual com Jairo, dizendo: “Não tenha medo, apenas acredite” (versículo 36). Jesus tinha um plano. Ao entrar na casa Ele disse: “Por que tanto choro e tanta confusão? A menina não morreu; ela está dormindo” (Marcos 5:39).

Esses supostos amigos, que fingiam lamentar, na verdade riram de Jesus (Marcos 5:40). Eles riram porque podiam ver se os sinais vitais da vida estavam presentes ou não. Eles sabiam fazer distinção entre morte e vida. Mas eles perderam o maior conforto nas palavras de Jesus. A Bíblia nos diz que “os mortos nada sabem” (Eclesiastes 9: 5) e no dia em que eles morrem, “perecem os seus pensamentos” (Salmo 146: 4, ACF).

Jesus nos revela através dessas duas histórias o simbolismo do sono de que a morte é apenas uma inconsciente e pacífica espera da ressurreição. A Bíblia também nos diz que algumas pessoas serão ressuscitadas na primeira ressurreição para a vida e algumas enfrentarão o julgamento na segunda ressurreição (ver Apocalipse 20:6). Mas, felizmente, essa decisão depende de um Deus misericordioso que não deseja que ninguém pereça (veja 2 Pedro 3:9).

Só Ele pode ler o coração nos últimos momentos de vida de uma pessoa. Não podemos julgar, mesmo quando uma pessoa parece viver totalmente fora da vontade de Deus. Que conforto saber que nossos entes queridos não estão queimando no inferno, ou desfrutando da bem-aventurança do céu enquanto nos observam a sofrer ao longo da vida na Terra sem eles. Eles estão simplesmente descansando até que Deus os chame de volta à vida no dia da ressurreição.

Você vai se encontrar novamente

Jesus provou que Ele é um doador de vida. Sabemos que Ele ama restaurar os mortos para suas famílias e amigos. Portanto, podemos nutrir a esperança de que nos reuniremos um dia com nossos entes queridos, ainda que sejamos chamados a esperar com fé pela vitória final de Deus sobre a morte.

O artista cristão Steven Curtis Chapman conhece a dor da perda e a esperança do reencontro. Há alguns anos, ele perdeu sua filha de cinco anos, Maria, em um trágico acidente. Aparentemente, quando um adolescente saiu de sua garagem em um SUV, ele não viu a criança brincando. Essa tragédia aconteceu apesar do fato de os Chapmans terem feito trabalho missionário em orfanatos no exterior. Como pode ser justo que aqueles que estavam ajudando os filhos de outras pessoas perdessem um filho? Isso parecia tão errado. Como algo mal assim poderia acontecer com pessoas boas? Chapman e sua esposa devem ter ficado amortecidos pela tristeza, do mesmo modo como aquela mãe que nunca pensou que uma tragédia assim chegaria à sua porta até que ela perdesse o filho em um acidente semelhante.

No entanto, os Chapmans escolheram confiar em Deus, mesmo quando não compreendiam nada. Logo após essa perda terrível, Chapman compôs a canção “Beauty Will Rise” [A Beleza se Levantará], que é comovente e mostra a profunda saudade do coração para o dia do reencontro com seus entes queridos. Enquanto Chapman percorria as emoções daquela ferida aberta, tenho certeza de que isso influenciava a urgência de sua esperança de ver aquela menininha preciosa de novo. Ele diz: “Dessas cinzas … a beleza se levantará. Pois sabemos que a alegria está chegando de manhã … de manhã”.

Sim, a Bíblia diz: “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã” (Salmo 30:5). Esta noite de agonia terminará para você um dia, pois a abençoada manhã da ressurreição virá. E quando Deus restaurar a beleza e a alegria para nós, quando recebermos nossos entes queridos, iremos para um lugar onde nunca mais sentiremos a dor da morte. A Bíblia promete que Deus “enxugará toda lágrima de seus olhos. Não haverá mais morte, luto, choro ou dor, pois a velha ordem das coisas já passou” (Apocalipse 21: 4). Naquele tempo Deus finalmente destruirá o pecado, Satanás e o último inimigo – a morte – não existirá mais (veja 1 Coríntios 15:25, 26). A bondade de Deus terá a vitória completa sobre o mal. O grito ascenderá: “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” (verso 55).

Ensinos de Jesus

 

Equipe Biblia.com.br

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*Este artigo foi publicado originalmente na revista Signs of the Times, maio de 2010. Traduzido do site adventists.org por Frederico Branco.

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