Para ponderar
Jesus.
Qual é a única base de nossa salvação e qual é a relação entre graça, fé e obras?
Pr. Amin Rodor, Ph.D.1
O jornal USA Today, em 1997, publicou uma entrevista feita com os norte-americanos mais ricos: cerca de 1 milhão de famílias, com renda anual superior a US$ 250.000 e patrimônio líquido de pelo menos US$ 2.5 milhões. O que estes ricos disseram estar dispostos a comprar e por quanto:
Para ser presidente US$ 55.000
Por grande beleza US$ 83.000
Reencontro com um amor perdido US$ 206.000
Juventude eterna US$ 259.000
Talento US$ 285.000
Grande Intelecto US$ 407.000
Verdadeiro amor US$ 467.000
Um lugar no Céu US$ 640.000
Em primeiro lugar, seiscentos e quarenta mil dólares por um lugar no céu. O irônico é que as pessoas desejam pagar uma enorme soma de dinheiro por aquilo que, em primeiro lugar, não tem preço, e, em segundo, é oferecido de graça.
Não é estranho que a religião e os religiosos, como os judeus dos dias de Jesus, tenham confundido a oferta de salvação a tal ponto que ela dificilmente se torna compreensível para a maioria das pessoas?
A salvação é baseada na graça, dom imerecido de Deus. Qualquer outro elemento, tal como arrependimento, reconciliação, regeneração, reforma, novo nascimento, ou santificação, não constituem a base da salvação. A base da salvação é a graça de Deus, estes outros elementos são, pela ação do Espírito Santo, resultados de nossa aceitação de Sua graça e amor. Devemos entender ainda que a justiça de Deus, não é primariamente uma exigência, mas um dom. Não é o que Ele pede, mas o que Ele oferece.
Com frequência utilizamos a expressão “justificação pela fé”, mas se isto não for entendido claramente, tornamos a fé um outro tipo de obra. Segundo Efésios 2:8, “pela graça sois salvos, mediante a fé”. A graça é a base da salvação, a fé é o seu instrumento, ou o meio. Quando eliminamos a graça de Deus de nossa compreensão da salvação, como o elemento primário, a porta está aberta para todo tipo de confusão. Sobre a fé devemos entender:
– A fé não é a base da salvação, mas o meio, o instrumento pelo qual nos apropriamos dela (Romanos 3:21-22, 25, 31; Efésios 2:8).
– A fé não é autogerada. A fé também é um dom. Segundo Romanos 10:17, “a fé vem pelo ouvir da Palavra de Deus”.
– A fé não é meritória (Efésios 2:8-10). Para Ellen White, “mediante a fé recebemos a graça de Deus; mas a fé não é o nosso Salvador. Ela não obtém nada (Tiago 2:24). É a mão que se apega a Cristo e se apodera de Seus méritos, o remédio contra o pecado” (O Desejado de Todas as Nações, cap. 17 – Nicodemos).
– A fé não depende do seu tamanho, mas do seu objeto (Lucas 17:6). Muitos, por exemplo, têm grande fé no dinheiro, em posições, na ciência, em prestígio, na aparência, no preparo acadêmico. Mas essa fé, grande como ela possa ser, nada vale para a salvação. A fé vale pelo seu fundamento, que deve ser única e exclusivamente a pessoa de Jesus Cristo, o seu autor e consumador (Hebreus 12:2).
– A fé bíblica não está em oposição às boas obras. As únicas obras contra as quais a fé se opõe, são aquelas entendidas ou praticadas como método de salvação (Romanos 3:20, 28). A fé não é contra a observância da lei, como alguns pensam. A fé se opõe à observância da lei como meio de salvação (Gálatas 3:1-5, 11). A lei deve ser observada como norma da conduta cristã, como a expressão da vontade de Deus, para aqueles que receberam Sua graça.
– A fé bíblica é basicamente “transferência de confiança” (Hebreus 4:14-16). Aquele que confiava em si, ou em qualquer recurso humano, passa a confiar sem reservas em Cristo.
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1Texto extraído do livro de Amin Rodor, O Incomparável Jesus Cristo (Engenheiro Coelho, SP: Unaspress – Imprensa Universitária Adventista, 2011).