No princípio, Deus criou os seres humanos com identidades sexuais distintas: “Macho e fêmea os criou” (Gênesis 1:27). Adão foi formado do pó da terra e Eva da costela de Adão, revelando a proximidade que os dois deveriam compartilhar.

Ela não tinha certeza de como aconteceu — mas aconteceu.
Mônica¹ foi criada em um lar adventista do sétimo dia, e viver um estilo de vida cristão era algo natural para ela.

Então, ela conheceu Marcos, um colega de faculdade adventista. Eles passaram a passar tempo juntos, muitas vezes sozinhos, e uma coisa levou à outra, até que os dois acabaram tendo um relacionamento sexual íntimo e consensual.

Mônica sabia o que a Bíblia ensinava sobre relações sexuais fora do casamento. Muitas vezes, tentava silenciar a consciência pensando: Como algo que parece tão bom pode ser tão errado?

Marcos e Mônica não estão sozinhos. Segundo o National Center for Health Statistics (Centro Nacional de Estatísticas de Saúde) dos Estados Unidos, entre 2011 e 2015, 88,8% das mulheres de 15 a 44 anos e 89,9% dos homens de 20 a 44 anos relataram já ter tido relações sexuais antes do casamento², sendo a idade média da primeira experiência sexual de 17,3 anos para mulheres e 17,0 anos para homens³. Claro que o sexo antes do casamento é apenas um dos diversos pecados sexuais proibidos na Escritura. Ainda assim, muitos se perguntam como algo poderia estar errado se “parece certo”. Qual é a conexão entre sexualidade e o estilo de vida cristão?

INSTRUÇÃO BÍBLICA

A Bíblia está repleta de referências ao sexo e à sexualidade, servindo como guia para papéis e relacionamentos saudáveis. Os primeiros cinco livros da Bíblia “regulam a atividade sexual e estabelecem papéis sexuais. Sua literatura profética usa metáforas sexuais para anunciar o juízo de Deus sobre a infidelidade do pacto. A literatura sapiencial distingue a conduta sexual sábia da insensata e usa imagens sexuais para caracterizar a sabedoria. Os Evangelhos usam a memória das palavras e atos de Jesus para moldar a conduta sexual e as disposições de Seus seguidores. As Epístolas tratam de questões concretas sobre conduta sexual. Apocalipse contém imagens e instruções sexuais”⁴.

Com uma referência inspirada como essa à nossa disposição, é prudente estudar suas instruções, atender aos seus avisos e reivindicar suas bênçãos divinas.

No princípio, Deus criou os seres humanos com identidades sexuais distintas: “Macho e fêmea os criou” (Gênesis 1:27). Adão foi formado do pó da terra e Eva da costela de Adão, revelando a proximidade que os dois deveriam compartilhar.

“— Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; ela será chamada mulher, porque do homem foi tirada” — exclamou Adão (Gênesis 2:23).

“Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne. Ora, ambos estavam nus, o homem e sua mulher, e não se envergonhavam” (Gênesis 2:24, 25).

Ser “uma só carne” abrange a união do coração, mente e alma de dois indivíduos distintos. Inclui unidade física, mental, emocional e espiritual, em harmonia com a natureza integral de quem somos como seres humanos. Jesus confirmou que o casamento deve ser uma união inseparável entre um homem e uma mulher (Mateus 19:4–6). Essa união foi projetada para proporcionar alegria, prazer e completude física.

E embora a Bíblia fale das alegrias da intimidade conjugal, também descreve “as expressões erradas da sexualidade e seus impactos negativos nas pessoas e na sociedade. Ela adverte sobre comportamentos sexuais destrutivos como fornicação, adultério, relações homossexuais, incesto e poligamia”⁶. Como esses comportamentos distorcem o belo propósito de Deus para a sexualidade humana, somos advertidos a não praticá-los (1 Tessalonicenses 4:3–5. Romanos 1:26, 27; 1 Coríntios 6:9–11).

IDENTIDADE DADA POR DEUS

A sexualidade é parte integral de nossa identidade. Era fundamental “para a identidade pessoal e a vida comunitária nos tempos bíblicos, assim como é hoje”⁷. O senso de quem somos é a base de como nos relacionamos com os outros e com o mundo ao nosso redor. A Escritura revela claramente quem somos e como devemos viver.

No Jardim do Éden, Deus deu aos Seus filhos dois marcadores de identidade:

1. O sábado, lembrando-nos que Ele é nosso Criador e Senhor;

2. Nossa condição de pessoa, criada como homem ou mulher, à imagem de Deus.

Esses dois marcadores sempre serão fundamentais para a identidade humana.

No artigo “A Sexualidade como Algo Sagrado”, David Thomas destaca: “Como a sexualidade faz parte da zona intrínseca na qual mantemos as coisas sagradas, se ela não for devidamente reverenciada e for tratada com leviandade, a pessoa se sentirá diminuída e violada. O mau uso da sexualidade ou a violação por outra pessoa torna-se ofensivo e prejudicial, porque o santuário interior da vida foi pisoteado”⁸.

EFEITOS DURADOUROS

Foi isso que aconteceu com Marcos e Mônica. Durante o romance intenso, uma onda de excitação e prazer sensorial acompanhou seu relacionamento ilícito. Mas, mais tarde, vieram a culpa, a tristeza, o medo e o remorso, e eles seguiram caminhos diferentes, levando consigo cicatrizes que afetaram seu íntimo, prejudicando sua autoimagem e seus relacionamentos. A cura veio apenas por meio do arrependimento e do retorno a Deus.

Um exemplo bíblico clássico de infidelidade sexual está na história de Davi e Bate-Seba (2 Samuel 11). Deus havia abençoado Davi grandemente, e seu reino estava forte. Mas, pelos pecados de cobiça e adultério, seguidos de assassinato, Davi caiu em um abismo de tristeza do qual nunca se recuperou totalmente, embora tenha se arrependido profundamente e recebido o perdão de Deus (Salmo 51; Salmo 32).

Em contraste, José, ao ser confrontado com uma tentação quase irresistível, exclamou: “— Como, pois, cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra Deus?” (Gênesis 39:9). A integridade, a consciência limpa e a confiança em Deus ajudaram José a atravessar dias sombrios até alcançar a luz da honra e reconciliação.

SEGUINDO O PLANO DE DEUS

Deus nunca quis que experimentássemos os muitos efeitos negativos de relacionamentos sexuais ilícitos ou antinaturais. Ele alerta que até mesmo pensamentos impuros são prejudiciais (Mateus 5:28), assim como a pornografia em todas as suas formas (cf. Salmo 101:3).

“Fujam da imoralidade sexual”, somos aconselhados. “Qualquer outro pecado que uma pessoa comete é fora do corpo; mas quem peca sexualmente peca contra o próprio corpo” (1 Coríntios 6:18).

Por isso, em Seu amor e cuidado, Deus nos mostrou a melhor forma de viver e deu instruções claras para cuidar dessa área tão pessoal e íntima da vida. Ao seguir Seu plano, tornamo-nos receptivos a todas as alegrias que Ele deseja nos conceder. Para aqueles unidos em um casamento monogâmico entre um homem e uma mulher, isso inclui as alegrias da intimidade sexual. Mas, seja solteiro ou casado, temos a satisfação e segurança de saber que fomos criados à Sua imagem, que Ele tem um plano maravilhoso e pleno para nossa vida, e que satisfará nossos mais profundos anseios.

Mensagem dos editores da Dialogue:
 Você encontrará diversas declarações, diretrizes e documentos oficiais com base bíblica sobre vários aspectos da sexualidade humana em: http://www.humansexuality.org.

NOTAS E REFERENCES

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