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O retorno da coqueluche

imunidade

A coqueluche segue um padrão cíclico de reemergência, mesmo em populações amplamente vacinadas. Os surtos costumam ocorrer a cada três a cinco anos, impulsionados, em parte, pela diminuição da imunidade nas pessoas vacinadas.

Crédito: Adobe Stock

Por Zeno L. Charles-Marcel e 

Peter N. Landless

 

A coqueluche é uma infecção respiratória altamente contagiosa causada pela bactéria Bordetella pertussis. Embora tenha sido quase erradicada em muitas partes do mundo devido à vacinação generalizada, ressurgiu nos últimos anos, especialmente em países de alta renda, como os Estados Unidos, algumas regiões da Europa e da Austrália e também em áreas de baixa renda.

Atualmente, a vacina contra a doença utilizada na maioria dos países é a acelular que, na década de 1990, substituiu a vacina de células inteiras. Apesar de causar menos efeitos colaterais, a versão acelular oferece uma imunidade menos duradoura do que a anterior. A proteção proporcionada por ela diminui após cerca de cinco a dez anos, deixando as pessoas vulneráveis à infecção.

Em algumas localidades, a queda na cobertura vacinal ocorre devido à desinformação e à incerteza sobre a vacina. A propagação de mitos, muitas vezes alimentada pelas redes sociais e por movimentos antivacina, tem diminuído a confiança nas vacinações. Como resultado, quando as taxas de vacinação caem abaixo do limite necessário para a imunidade de rebanho, surtos de coqueluche tornam-se mais prováveis. Além disso, em muitos países de baixa renda, problemas logísticos, falta de infraestrutura e dificuldades econômicas podem impedir o acesso às vacinas, resultando em epidemias periódicas.

A coqueluche segue um padrão cíclico de reemergência, mesmo em populações amplamente vacinadas. Os surtos costumam ocorrer a cada três a cinco anos, impulsionados, em parte, pela diminuição da imunidade nas pessoas vacinadas.

A COQUELUCHE RESSURGIU EM PAÍSES DE ALTA E DE BAIXA RENDA

Como a imunidade conferida pela vacina acelular contra a coqueluche diminui com o tempo, as doses de reforço são necessárias para adolescentes e adultos. Essas doses ajudam a reduzir a transmissão da doença dos adultos para os bebês, que são os mais vulneráveis. Por isso, os médicos já recomendam o reforço da vacina para mulheres grávidas, profissionais de saúde e pessoas que têm contato próximo com bebês.

Outra questão crucial é a realização de campanhas de saúde pública para combater a desinformação e a hesitação em relação às vacinas, educando o público sobre sua segurança e eficácia. O desenvolvimento de novas vacinas, que proporcionem imunidade mais duradoura, pode ser uma solução de longo prazo para esse desafio.

Nesse contexto, a Igreja Adventista desempenha um papel fundamental na prevenção de doenças, ensinando sobre um estilo de vida saudável e promovendo programas de imunização em suas clínicas e hospitais, o que contribui para a proteção da comunidade. 

ZENO L. CHARLES-MARCEL é clínico geral

(EUA); PETER N. LANDLESS é médico cardiologista

 

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