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Por que razão Paulo ordenou que as mulheres ficassem caladas na igreja?

mulher

Essa atitude do apóstolo, de aparente discriminação da mulher, tem sido entendida por muitos comentaristas como uma manifestação de respeito para com a cultura religiosa judaica da época.

A igreja de Corinto era composta de conversos de origem judaica e grega (Atos 18:4). Nos serviços religiosos das sinagogas da época, as mulheres judias assumiam uma atitude passiva, permanecendo separadas dos homens e comportando-se com decoro e discrição. Já o paganismo grego de Corinto estimulava uma participação litúrgica feminina proverbialmente irreverente e imoral. Alusões são encontradas a cerca de mil prostitutas cultuais que atuavam no templo dedicado à Afrodite (deusa do amor), na acrópole daquela cidade.

O conselho de Paulo em 1 Coríntios 14:34 e 35 pode ter sido motivado pela manifestação de resquícios de irreverência litúrgica entre as mulheres que aceitaram o cristianismo, provenientes do paganismo. Endossando essa posição, Jack J. Blanco parafraseou interpretativamente esse texto, em sua The Clear Word, da seguinte forma:

“Como em nossas sinagogas, as mulheres que frequentam a igreja não deveriam falar em voz alta e comportar-se de maneira repreensível, como fazem nos templos pagãos, mas permanecer em silêncio e prestar atenção, como a lei ordena, de modo a não ofender os crentes judeus. Se vossas mulheres não conseguem entender o que está sendo ensinado, não deveriam interromper o pregador, mas esperar até chegarem em casa e perguntarem a seus maridos. Embora as mulheres pagãs falem em voz alta e interrompam os outros nos lugares de culto, é desonroso a uma mulher cristã comportar-se dessa maneira.”

Não se pode descartar a possibilidade de que Paulo, no texto em discussão, estivesse também restringindo o ensino religioso público às pessoas do sexo masculino. Mesmo sancionado à mulher o direito de orar e profetizar (ver 1 Coríntios 11:5), Paulo era incisivo em não permitir que a mulher ensinasse publicamente: “A mulher aprenda em silêncio, com toda a submissão. E não permito que a mulher ensine, nem exerça autoridade de homem; esteja, porém, em silêncio” (1 Timóteo 2:11 e 12; ver também Efésios 5:22-24).

Essa atitude do apóstolo, de aparente discriminação da mulher, tem sido entendida por muitos comentaristas como uma manifestação de respeito para com a cultura religiosa judaica da época (ver 1 Coríntios 9:20; 1 Tessalonicensses 5:22), não podendo ser considerada como universalmente normativa. Mesmo sem que lhes seja permitido o exercício das funções ministeriais, as mulheres têm participado ativamente nos cultos públicos cristãos em culturas que o permitem.

Equipe Bíblia.com.br

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