Os tempos difíceis chegaram
deus
Tempos difíceis relatados pela Bíblia sobre os últimos tempos têm relação com o amor ao próprio ego.
Diego BarretoEntre tantas evidências dos últimos dias da Terra estão também fenômenos sociais e humanos. Jesus pede que estejamos atento aos tempos, assim como alguém se atenta para o dia da colheita de uma figueira (Mateus 24). É costume dos cristãos que aguardam a volta de Jesus tentar se atentar a sinais mais literais e físicos, como o escurecimento do sol, queda das estrelas, etc. No entanto, existem outros fatores tão evidentes quanto, mas que por sua natureza subjetiva são menos observados. Mas talvez sejam os mais evidentes.
Na segunda carta a Timóteo, no capítulo 3, Paulo fala sobre o estado do homem no tempo do fim. Cada sentença poderia virar um texto diferente desta coluna, mas vou me ater a apenas uma dessas afirmações. Paulo diz que “nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis”. O que há de difícil nesses dias Paulo?
“Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem amor pela família, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem, traidores, precipitados, soberbos, mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando o seu poder”.
Cumprimento imediato e futuro
É verdade que o autor da epístola se refere a todo o período entre a primeira vinda de Cristo e Sua segunda vinda (período nomeado pela Bíblia como “os últimos dias”, a última fase de tempo da história do pecado). Porém, suas palavras são, como toda profecia, para cumprimento imediato e futuro. Sendo assim, temos aqui uma afirmação que narra o que Timóteo está vivendo. E o que nós também estamos vivendo, aqueles que estão na ponta do tempo mais próximos da segunda vinda.
Cada dia mais vemos as características que Paulo mencionou na humanidade. Nosso egoísmo se agrava com o tempo e nossa presunção também. Amamos mais o entretenimento que a Deus, os prazeres pessoais que o Criador. E aqui está a frase que quero destacar: Neste tempo, temos a forma de piedade, a aparência de piedade, mas negamos o poder de Deus.
Cada vez mais escuto discursos de amor. Todos vazios, embora muito coloridos e deslumbrantes. Fala-se muito dessa palavra. Bandeiras são erguidas e balançadas no horizonte em nome desse tal amor. Mas o que é amor sem Deus?
Sem Deus, o amor é a suposta benfeitoria do eu. É aqui que ele se esvazia. Se o que você faz de bom para o próximo não vem de Deus, então quem fez? Você, certo? Então quem é bom? Você! A usurpação do amor pelo eu é o ego procurando um enfeite para si mesmo. O amor legítimo esconde o ego. Deus nos deu o único meio de amarmos de verdade mesmo no estado do pecado: “Nós amamos porque ele nos amou primeiro” (I João 4:19). “E ele morreu por todos para que aqueles que vivem já não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2 Coríntios 5:15).
Deus nos deu o único caminho possível para amarmos sem a interjeição do eu. Amamos por causa dEle. O que conseguirmos fazer de bom pelos outros, não veio de nós, mas do nosso Pai. É Ele quem nos dá do Seu amor para que possamos compartilhar. A fonte, a inspiração e mais do que tudo isso, a razão para amar. A única. Qualquer outra coisa parece amor, mas fica só na aparência.
Porque, sem Deus, não há razão para o amor que não esteja no próprio eu. E o eu é todo o problema do homem, tanto nas palavras de Paulo, como no tempo em que vivemos. Que Ele nos salve do nosso eu, todos os dias (Lucas 9:23 – desafio a ir ler).
Equipe Biblia.com.br
_______________
Diego Barreto é Teólogo, é co-autor do BibleCast, um podcast sobre teologia para jovens, e produtor de aplicativos cristãos para dispositivos móveis.