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O pentecostalismo e os falsos profetas

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Levar sabonetes ungidos para casa, ou então, participar de sessões de descarrego estão se tornando práticas comuns para muitas pessoas. O que a Bíblia diz a respeito destas práticas?

“Em verdade, em verdade vos digo: Aquele que crê em mim, esse também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas; porque eu vou para o Pai” (João 14:12). Jesus prometeu a Seus discípulos que a Sua igreja continuaria a obra de salvação iniciada por Cristo e ratificada na cruz do Calvário. Em Sua promessa, milagres e curas seriam realizados. Vimos o cumprimento dessa profecia já na vida dos apóstolos, onde pessoas eram curadas de suas doenças pela ordem dos apóstolos “em nome de Jesus Cristo”, ou até mesmo pela sua sombra ou pelo tecido da sua roupa. Porém, o maior de todos os milagres seria a pregação do evangelho em todos os confins da terra (Mateus 28:18-20; Atos 1:8). Por meio do ministério da pregação, o Espírito Santo usa os crentes como Seus instrumentos para imprimir a verdade na mente de muitos que estão perdidos, transformando seu coração. Convém entender que curas e milagres foram realizados no passado e no tempo do fim também se realizarão, como testemunho da obra do Espírito Santo na igreja.

Satanás, porém, realiza uma obra de contrafação do ministério de Cristo pela salvação da humanidade. Para isso, um dos seus recursos é o espiritismo manifesto no pentecostalismo moderno. “Porque hão de surgir falsos cristos e falsos profetas, e farão grandes sinais e prodígios; de modo que, se possível fora, enganariam até os escolhidos” (Mateus 24:24).

Hoje, muitas igrejas pentecostais e carismáticas se enriquecem às custas de ofertas volumosas de crentes que estão em busca de um milagre ou um “livramento” ou de prosperidade. Seus argumentos para a existência de moléstias físicas e psicológicas, bem como a de problemas financeiros, existenciais, familiares ou de trabalho são sempre atribuídos à ação dos demônios na vida do crente. Para a libertação, deve-se expulsar a influência do diabo na vida do crente, segundo um ritual comum a todos os cultos.

A atuação dos espíritos sobre o crente é chamada, por exemplo, de “encosto”, quando um espírito (não necessariamente um anjo de Satanás, conforme a crença carismática), se apossa da vida da pessoa, atrapalhando-a em todos os aspectos. Para sua expulsão, uma seção de exorcismo é iniciada no culto, em que línguas estranhas, gritos, grunhidos e, até mesmo uma entrevista com o “encosto” é feita diante da congregação. O interessante é que Deus não se torna o foco da adoração, mas o diabo, mesmo sendo tido como vilão.

Em matéria de prosperidade e de bênçãos, muitos crentes vão a essas igrejas em busca das bênçãos de Deus, e não do Deus das bênçãos. Para isso, o recurso é a unção do copo de água, do chaveiro do carro, da carteira, da caneta, do carnê, da toalha, etc. O crente recebe uma unção específica proporcional à oferta que doou. “Quanto maior a oferta”, dizem eles, “maior a fé e maior a benção”.

Dessa forma, muita gente é enganada e o verdadeiro cristianismo é posto em descrédito. Os verdadeiros milagres se confundem com os recursos visuais utilizados por Satanás em seus prodígios. O próprio apóstolo Paulo alertou os coríntios sobre esse erro. “Mas o que faço e farei é para cortar ocasião àqueles que a buscam com o intuito de serem considerados iguais a nós, naquilo em que se gloriam. Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras” (2 Coríntios 11:12-15).

Milagres atuais existem. É possível que, pela oração sincera, Deus transponha os limites das leis naturais para realizar seus milagres. Porém, verdadeiros milagres devem ser seguidos de uma reforma na vida do crente. Pela gratidão à benção alcançada, o crente deve buscar seguir a vontade de Deus expressa na Bíblia. A existência de milagres não é a principal manifestação do poder da igreja nos últimos dias por uma razão simples: milagres são fáceis de serem esquecidos. Isso aconteceu com o povo de Israel dias depois de ser libertado do Egito e atravessar o Mar Vermelho. Diante do próprio Deus, no Sinai, eles adoraram um bezerro de ouro (Êxodo 32), e por quarenta anos, tentaram a Deus no deserto. Os próprios discípulos de Jesus fugiram, mesmo após três anos e meio de milagres incontáveis.

O grande diferencial da verdadeira igreja cristã do tempo do fim em que vivemos não é realizar milagres ou curas, e sim anunciar o evangelho puro e eterno. Isto inclui guardar os Mandamentos de Deus e manter o Testemunho de Jesus Cristo como Filho de Deus que veio ao mundo para morrer por nós na cruz e continua intercedendo por nós no santuário celestial (Apocalipse 14:6-12). “E este evangelho do reino será pregado a todo mundo, para testemunho a todas as nações. Então virá o fim” (Mateus 24:14).

Para que o verdadeiro evangelho, o testemunho de Jesus seja pregado, Deus poderá utilizar também o ministério profético pelo Espírito de Profecia. “E acontecerá, depois (ou ‘nos últimos dias’), que derramarei o Meu Espírito sobre toda carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões; até sobre os servos e sobre as servas derramarei o Meu espírito naqueles dias” (Joel 2:28, 29). Essa profecia se cumpriu no período apostólico e tem se cumprido nos últimos dias. Deus utiliza o ministério profético somente quando o Seu povo tiver a necessidade de uma mensagem específica para o seu contexto ou sua época. A verdadeira mensagem profética está em harmonia com as Escrituras Sagradas, que é a única regra de fé e prática. A Bíblia é a norma pela qual deve ser provado todo ensino e experiência.

Para os Adventistas do Sétimo Dia, essa profecia se cumpriu no ministério de Ellen G. White, que, durante sua vida recebeu de Deus orientações e mensagens proféticas para diversas áreas, tais como: profecias, temas bíblicos, doutrinas, história, administração, igreja, família, relacionamentos, saúde, etc. Suas mensagens sempre eram direcionadas para a comunidade, ou para um indivíduo, visando o bem da comunidade. A própria Sra. White dizia que suas mensagens não substituíam a Bíblia, mas eram “uma luz menor que guiava o povo para a luz maior”. Ou seja, a regra de fé do cristão era a Bíblia; e suas mensagens ajudavam o seu entendimento e prática para o mundo moderno.

Porém, Satanás também tenta contrafazer o ministério profético por meio do movimento pentecostal e carismático. Muitos “apóstolos”, “bispos” e pastores enganam seus fiéis dizendo que receberam de Deus “revelações”. E muitos crentes hoje julgam qualquer sonho que tiveram como uma revelação de Deus.

Precisamos recorrer à Bíblia para entender a vontade de Deus. Não podemos basear nossa crença em “milagres”, seções de “libertação” ou “descarrego”, ou “revelações proféticas”. Se essas igrejas e líderes religiosos não estão seguindo fielmente o que a Bíblia ensina, tudo isso é engano. Jesus disse: “Pelos seus frutos o conhecereis” (Mateus 7:16). Ele também advertiu que surgiriam muitos falsos profetas, e que muitas pessoas seriam enganadas (Mateus 7:15-23; 24:24). Para evitar o engando, siga o exemplo dos bereanos, que “receberam a Palavra com toda avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim” (Atos 17:11).

Equipe Biblia.com.br

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