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Gostaria de saber o que significa a palavra "ai" na Bíblia?

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O significado da palavra "ai", na Bíblia, está ligado a lamentação, dor, pesares e também pode ter conotação de condenação ou juízo.

O significado da palavra “ai”, na Bíblia, está ligado a lamentação, dor, pesares e também pode ter conotação de condenação ou juízo. O Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento assim define essa expressão:

“É uma exclamação onomatopáica de dor ou de raiva (arriano). Na LXX [versão grega do Antigo Testamento] ouai [ai] ocorre 69 vezes, usualmente representa o Hebraico hôy, ocasionalmente ‘ôy, e raramente ‘î, hô. hîhôwâh sendo que todas estas palavras se derivam de raízes que significam “uivar”; e.g. ‘î, doutra forma, significa “chacal”, por causa da sua ululação noturna como o grito de uma criancinha. hôy, como os demais termos hebraicos, se emprega para expressar aflição (Provérbios 23:29), desespero (1 Samuel 4:7), lamentação (1 Reis 13:30), insatisfação (Isaías 1:4); dor (Jeremias 10:19); uma ameaça (Ezequiel 16:23) ou simplesmente para atrair atenção (Isaías 55:1).”1

“No Novo Testamento, ouai, mais frequentemente do que doutra forma, expressa a tristeza compassiva mais do que a condenação. Este último sentido, no entanto, é mais evidente em Mateus 11:21 (Lucas 10:13), onde Jesus repreendia as cidades de Corazin (mencionadas somente aqui), Betsaida (João 1:44)), e até Cafarnaum, Seu centro de operações (Mateus 4:13), por sua total falta de resposta depois de Ele atuar no meio delas por tanto tempo. A força da condenação que Jesus fazia da auto-suficiência e do orgulho pode ser aquilatada mediante Sua comparação com a provável reação pública nas cidades antigas de Tiro e Sidom, se os cidadãos daquelas cidades notoriamente ímpias (Isaías 23) tivessem recebido oportunidades semelhantes de testemunharem Seus poderosos sinais na presença do reino de Deus. A indiferença é espiritualmente mais mortífera do que a violência e a sensualidade. Em Mateus 18:7 (ausente da passagem paralela em Marcos 9:42-48), “Ai do mundo!” não é tanto uma denúncia como uma advertência e lamentação: “Que pena do mundo!” – i.é., dos homens em geral (Lucas 17:1). Jesus prevê a inevitabilidade das tentações para o pecado (skandala, “causas de tropeço”). É verdade que são um meio de testar os crentes verdadeiros (1 Coríntios 11:19), mas, mesmo assim, permanece a responsabilidade do indivíduo. Ele mesmo não deve sucumbir, nem ser uma causa de tropeço para outras pessoas. O contexto desta declaração (Mateus 18:1-6, 10) indica que Jesus tinha em mente, especialmente, a ambição egoísta, um motivo que leva a pisotear o próximo, magoar sentimentos, e à depressão e à aflição. Os fracos, em especial, são sujeitos a sofrerem por isso. Ser a causa de ferir o espírito de outra pessoa é muito fácil, e é muito culpável.”2

“Os sete ais pronunciados sobre os escribas e fariseus em Mateus 23:13 e segs. (quatro recorrem em Lucas 11:42-52) são denúncia. Os ensinos dos escribas, bem como sua exposição das Escrituras, estavam obscurecendo as questões reais da crença e da conduta. A casuística estava virtualmente impossibilitando os homens de cumprirem a lei de Deus e de se dedicarem àquela fidelidade que leva ao reino do céu.”3

Estes ais estão carregados de sentimento de compaixão e tristeza. Eles estão registrados nos seguintes versos:

Primeiro ai: Mateus 23:13;

Segundo ai: Mateus 23:15;

Terceiro ai: Mateus 23:16-22;

Quarto ai: Mateus 23:23-34;

Quinto ai: Mateus 23:25-26;

Sexto ai: Mateus 23:27-28;

Sétimo ai: Mateus 23:29-33; Lucas 11:47-48;

Equipe Biblia.com.br

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1 Lothar Coenen e Colin Brown, Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento (São Paulo: Vida Nova, p. 46).

2 Idem, p. 46, 47.

3 Ibidem, p. 47.

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