Discussões e Soluções
relacionamento
Todas as discussões devem ter por objetivo encontrar uma solução para o problema. Muitas vezes uma outra atitude é que toma a cena: acusação... Conheça alguns aspectos vitais que nos ajudarão a ficar concentrados nas soluções!
George Vandeman e Débora Pinheiro
É interessante notar que as brigas de casais parecem seguir os mesmos velhos padrões. Há porem, maneiras de acabar com isso.
Todo casamento, até mesmo aquele que parece feito no Céu, tem seus pontos de conflito. São diferenças que aparecem, interesses que colidem, opiniões que divergem.
A despeito de nosso romantismo, duas personalidades não se fundem uma na outra automaticamente: existem muitas questões envolvendo a união a dois, ajustes que levam tempo e reflexão.
Gostaria de lhes mostrar como podemos tornar nossas discordâncias no casamento mais produtivas e como podemos criar algo positivo a partir de nossas diferenças, ao invés de usá-las contra o outro. A ideia é aprender a dialogar e obter ajuda de uma fonte incrível: o relacionamento de Jesus com os Seus discípulos.
Existe um alvo muito importante que, como casal, é necessário ter em mente quando pensarem em solucionar diferenças, e isto quer dizer se concentrar em soluções. Todas as discussões devem ter por objetivo encontrar uma solução para o problema. Muitas vezes uma outra atitude é que toma a cena: acusação.
As brigas se tornam uma disputa para ver quem pode achar mais coisas para culpar o outro. As acusações são mortíferas. Condenam qualquer diálogo ou fracasso. Soluções é o que procuramos. Existem alguns aspectos vitais que nos ajudarão a ficar concentrados nas soluções:
Você pode concentrar-se na solução simplesmente ouvindo.
E muitas discussões tornam-se insuportáveis porque o marido e a esposa não ouvem o que o outro está dizendo. E não são apenas palavras que ficam sem ser ouvidas, as emoções também são ignoradas.
As pessoas precisam ter seus sentimentos ouvidos.
Acredite ou não, ouvir é um dos maiores solucionadores de problemas que conhecemos, e não apenas um primeiro passo para qualquer outra coisa. As pessoas precisam ser ouvidas, e o ouvir atende a essa necessidade e assim resolve o problema. Permite que o outro expresse seus sentimentos. O marido pode amenizar a irritação da esposa, não através da tentativa de mostrar o quanto a preocupação é sem lógica, mas simplesmente deixando-a expressar o que sente. A esposa não percebe que as explicações do marido são uma tentativa de dizer que ele se importa, pois ela está preocupada o bastante em culpar, por isso não consegue notar a preocupação dele.
Quando um ouve gentilmente a necessidade do outro de apoio emocional, a outra parte irá também ouvir a preocupação demonstrada. É importante ressaltar que na expressão dos sentimentos deve-se lembrar que isso não quer dizer atacar, ofender ou culpar o outro. A expressão dos sentimentos é falar de si em relação a uma situação ou atitude externa. Em contrapartida quem ouve deve ter o cuidado de não ficar na defensiva.
Ouvir soluciona problemas, mas leva tempo.
A grande maioria de nossas discordâncias não são tão complicadas, nós só precisamos conversar e ouvir, gastar tempo se for necessário. Isso é uma coisa que admiro em Jesus: o modo como Ele reservava tempo para ouvir.
Um dos fatos mais importantes a respeito do relacionamento de Jesus com Seus discípulos é simplesmente que Ele esteve ao lado deles continuamente durante três anos. Veja como Marcos descreve o chamado dos doze: “Escolheu doze, designando-os apóstolos, para que estivessem com ele, os enviasse a pregar.” Marcos 3:14
Esta foi a estratégia do Salvador para mudar o mundo. Derramar Sua vida em doze homens. Você pode pensar que está pressionado pelo tempo, mas por favor, considere Cristo. Ele teve três anos para alterar o curso da História, corrigir milhares de anos de conceitos errados sobre Deus e criar uma Igreja que permanecesse firme até o final do tempos.
Ele poderia ter usado cada instante desse período com uma sofisticada organização e contínuos discursos públicos. Em vez disso, Seus dias foram usados para o treinamento de doze homens. Andou com eles pelas estradas da Galileia. Comeu com eles, estava lá para responder às suas perguntas e conduzir seus pensamentos para coisas elevadas.
Jesus separou tempo. Em Seu relacionamento com os discípulos, Ele nos nos mostra o elemento essencial para nos concentrarmos na solução do que concerne à vida a dois: dedicar tempo para ouvir.
Há uma outra grande diferença entre concentrar-se na solução e concentrar-se na acusação com argumentos. Quando temos uma necessidade que não está sendo atendida por nosso cônjuge, muitas vezes nós acusamos ao invés de perguntar. O debate se desvia para todos os tipos de queixas em ao invés de centralizar-se no que é realmente necessário. As acusações sempre nos impedem de obter soluções.
Uma das mais conhecidas promessas que Jesus fez a Seus discípulos é a encontrada em Lucas 11:9 e é bastante clara: “Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta.”
Ora, é claro que neste versículo, Jesus estava se referindo primeiramente à oração, mas creio que o mesmo princípio se aplica muito bem ao casamento. Já pensou em como algumas discussões teriam um desfecho diferente se após ouvir um ao outro houvesse perguntas ao invés de acusações?
“Você quer dizer que…? Você pensa que eu ….? Foi isso o que você quis dizer? O que posso fazer diante disso? O que podemos fazer para solucionar esse problema?
Sinceridade na expressão de anseios e expectativas
E se houvesse mais sinceridade ao expressarmos nossos anseios e expectativas?
“Eu acho que você pensa que eu… O que eu quero dizer é que… Eu gostaria que você… Seria tão bom se… Acho que tenho… Eu preciso…”
Perguntar soluciona problemas. Você tem alguma necessidade que não está sendo satisfeita em seu casamento? Não acuse, pergunte. Você poderá surpreender-se com a resposta.
Agora estamos prontos para examinar o elemento final para que possamos nos concentrar na solução dos problemas matrimoniais. Após termos ouvido e perguntado, em nossas divergências como casal, nós precisamos fazer uma coisa mais: envolver-nos. Esta é a fase de negociação de uma discussão. Faz parte do processo do dar e receber que qualquer relacionamento saudável requer. Infelizmente o termo “envolver-se” deixa, muitas vezes, um sabor ruim em nossa boca, nos faz pensar em fraqueza, em ceder, mas na verdade, exige bastante firmeza de caráter.
Quando um casal discute, em geral, acredita-se que cada um tem razão para se irritar ou chatear com a falta de percepção do outro para ver o seu ponto de vista. Mas é claro, quase nunca estamos 100% certos ou errados. Existem sempre os dois lados, mesmo para aquilo que parece líquido e certo.
Mais uma vez temos que fazer uma escolha essencial entre culpar a outra pessoa e achar a solução. Tem que ser uma coisa ou outra. Se quisermos chegar a algum lugar temos que parar de tentar saber quem está errado e começar a procurar o que é certo para ambos.
Quando ambos decidem se envolver em busca da solução, haverá mais disposição para ouvir e fazer perguntas sem acusações ou condenações. O envolvimento cria soluções, a base é muito simples.
Sabe qual é a melhor maneira de fazer o seu cônjuge mudar? É mudando você mesmo. Tome a iniciativa, dê o primeiro passo. Isto pode fazer toda a diferença.
Os discípulos de Cristo ficaram num beco sem saída pois nenhum deles queria ceder e ser humilde. Os doze apóstolos haviam se reunido para celebrar a páscoa com o seu Mestre. Era costume, em tais ocasiões, um criado lavar os pés empoeirados dos convidados, mas não havia nenhum criado presente e nenhum dos discípulos queria assumir essa função. Eles estavam discutindo sobre qual deles deveria ocupar a posição mais elevada no reino de Cristo. A mente deles estava nos privilégios executivos, não no serviço de criados. Assim eles sentaram-se olhando uns para os outros, esperando que alguém cedesse. Aí, Jesus praticou uma ação extraordinária, conforme relata o apóstolo João em seu livro maravilhoso: “Depois disso, derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos seus discípulos, enxugando-os com a toalha que estava em sua cintura.” João 13:5
O Mestre tornou-se servo: Ele lavou os pés dos discípulos. E, por isso, aqueles discípulos nunca mais seriam os mesmos. Jamais voltariam a discutir a respeito de posições.
Que exemplo digno da nossa apreciação! Especialmente no casamento. A próxima vez que você tiver medo ou vergonha de se humilhar e ser o primeiro a ceder, lembre-se, Jesus lavou os pés dos discípulos.
Sabe, Jesus é mais do que um simples exemplo ao mostrar-nos como ter bom relacionamento. Ele é também nossa maior fonte: é Ele quem nos dá a segurança tão essencial no casamento. Saber que Ele morreu por nós, como Senhor, temos o maravilhoso senso de segurança.
As pessoas inseguras brigam para vencer. As pessoas inseguras são compelidas a acusar, mas aquelas que têm uma fonte segura de amor têm condição de ouvir, têm condição de perguntar, têm condição de se envolver.
Por que não apoiar seus relacionamentos na segurança que apenas Cristo pode dar? Um lar onde Cristo é honrado como Salvador e Senhor está construído sobre rocha sólida. Firme seus pés sobre esta Rocha agora mesmo.
Oração:
“Meu Pai, precisamos de Ti em nossa vida, em nossa família, em nossa casa. Precisamos parar de culpar e acusar, e aprender a ouvir, perguntar e nos envolver. Entra em nosso coração agora como Aquele que nos perdoa e nos purifica. Precisamos edificar nossos relacionamentos em Teu amor eternamente seguro. Ajuda-nos a te dedicarmos o nosso coração por inteiro. Em nome de Jesus, amém.”
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