Os sábados de Colossenses 2:16
sábado
Algumas pessoas, com base em Colossenses 2:16, afirmam que o quarto mandamento da Lei de Deus que requer a observância do sábado foi abolido. Será? Leia a análise desse texto e tire a sua dúvida!
Leiamos o texto: “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber ou por causa dos dias de festa, ou de lua nova, ou de sábados”. Existem pelo menos três interpretações sobre os “sábados” de Colossenses 2:16:
1) Que o texto se refere ao sábado semanal e, portanto, indica que o 4º mandamento não tinha mais importância na era cristã, ou seja, fora abolido;
2) Que o texto se refere ao sábado semanal, mas, Paulo não está dizendo que o mesmo deixou de ser importante. Está apenas condenando a maneira errada como o dia vinha sendo observado na igreja de Colossos;
3) Que o texto está tratando dos chamados “sábados cerimoniais” ou anuais, que faziam parte das festas judaicas que apontavam para o Messias, o Salvador.
Analisaremos os três posicionamentos. Mas, antes, convém entendermos o contexto interno do livro de Paulo aos Colossenses para sabermos se a questão abordada pelo apóstolo é ou não o dia de guarda.
Uma análise do contexto interno da carta aos Colossenses
Paulo escreveu a carta aos Colossenses por volta do ano 61 D.C e ele começa, já no capítulo 1, defendendo a supremacia de Cristo. Isso indica que um dos problemas enfrentados na igreja era a respeito da Divindade do Salvador. Que havia alguns hereges questionando se o Salvador era ou não o personagem central da salvação. Podemos ver no capítulo 2 dos versos 6 ao 9:
Portanto, assim como vocês receberam Cristo Jesus, o Senhor, continuem a viver nele, enraizados e edificados nele, firmados na fé, como foram ensinados, transbordando de gratidão. Tenham cuidado para que ninguém os escravize a filosofias vãs e enganosas que se fundamentam nas tradições humanas e nos princípios elementares deste mundo e não em Cristo. Pois em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da divindade.
Perceba que o apóstolo recomenda que os cristãos de Colossos tenham cuidado com os falsos ensinos a respeito de Cristo, isso porque, havia pessoas na igreja (provavelmente gnósticos) que negavam a supremacia e Divindade do Salvador e que ensinavam outras heresias maléficas. Veja a lista de heresias, mentiras, que Paulo refuta1:
1) Cristo não é superior aos anjos, ou seja, a Divindade dEle estava sendo questionada – Colossenses 2:3, 4, 8, 9;
2) O que é material é mau, até mesmo comidas puras e o próprio corpo – Colossenses 2:16; 21 e 23 (atente para a expressão “severidade com o corpo”, que se refere a um espécie de auto-penitência);
3) Adoração a anjos e falsas visões – Colossenses 2:18.
Nos demais capítulos (3 e 4), o apóstolo se preocupa em passar instruções à igreja sobre o viver santo, a responsabilidade diante da sociedade e da família e acerca da importância de orar e proceder bem com os de fora da igreja. Não é coisa simples identificar todos os problemas que Paulo estava enfrentando com a igreja de Colossos, mas, de uma coisa podemos ter certeza: em Colossenses 2:16, ele não está sendo contra a observância de um dia religioso, pois esse não era o problema em questão.
Além disso, o Sábado nunca foi uma heresia para que pudesse ser combatido pelo apóstolo. Se guardar o Sábado fizesse parte das heresias de Colossos, então o próprio Deus seria um “herege” ao criar o mandamento [o que seria um absurdo] (Gênesis 2:1-3; Êxodo 20:8-11), e Paulo foi pior ainda, pois era um fiel guardador do mandamento (veremos adiante). Portanto, seja o que for que Paulo esteja combatendo na carta, não é a observância correta de dias religiosos. Isso precisa ficar bem claro logo de início para fazermos um estudo sério e honesto da Palavra de Deus. Analisemos os três posicionamentos que os cristãos têm apresentado a respeito de Colossenses 2:16:
>>Primeiro posicionamento: Sugere que o 4º mandamento teria sido abolido<<
>>Segundo posicionamento: Afirma que o sábado mencionado em Colossenses 2:16 é o semanal.<<
Equipe Biblia.com.br
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1 Refutar: Destruir com razões incontestáveis as afirmações de outrem.(Dicionário Aurélio On line)