Base teológica para o dízimo: o dízimo no Novo Testamento
deus
Jesus nunca rejeitou o dízimo, mas condenou seu mau uso. Definiu o que realmente é: a resposta a graça transformadora de Deus. (...)
Angel M. RodriguezO dízimo no Novo Testamento 14
A mais longa discussão sobre o dízimo no Novo Testamento está registrada em Hebreus 7:1-10.
“A Lei tinha estabelecido que todos os sacerdotes deviam pertencer à tribo de Levi; ser descendentes de Arão. Mas Jesus pertencia à tribo de Judá. Por esta razão o próprio feito de ser Ele o sacerdote supremo significa que a Lei fica ab-rogada e anulada. A palavra usada para ab-rogar é athetesis, termo usual para anular um tratado, ab-rogar uma promessa, riscar o nome de alguém de um registro, tornar inoperante uma lei ou prescrição. Todos os atavios da Lei sacrificial e cerimonial foram anulados no sacerdócio de Jesus.”15
“O fato de que Abraão devolveu seu dízimo a Melquisedeque é tomado como evidência clara da superioridade do sacerdócio de Melquisedeque sobre o de Aarão. A passagem pressupõe que dizimar é uma prática divinamente ordenada. Não há rejeição do dízimo, pelo contrário, um reconhecimento implícito de seu valor e significado.
As outras referências são encontradas nos evangelhos. Jesus o mencionou em Lucas 18:12, no contexto da parábola do fariseu e do publicano. Jesus condenou a justiça própria do fariseu. Quando atos religiosos são usados para glorificação própria, perdem o seu valor e se tornam formalidades vazias. O dizimar foi usado pelo fariseu como um meio de conseguir a misericórdia de Deus.
De acordo com Jesus, esse não é o propósito do dízimo. A misericórdia de Deus é uma dádiva recebida com fé e humildade. Aquele que pensa que pagou por ela sairá de mãos vazias. O publicano, que se considerava um grande pecador necessitado da graça de Deus, recebeu graça. O fariseu fez mau uso do dízimo em sua experiência religiosa.
O dízimo é também mencionado em Mateus 23:23 e em Lucas 11:42. Jesus condenou os fariseus por serem extremamente cuidadosos no dizimar, mas negligenciando “a justiça e o amor de Deus” (Lucas 11:42). Ou, como Mateus o coloca, “tendes negligenciado os preceitos mais importantes da lei, a justiça, a misericórdia e a fé” (Mateus 23:23). Jesus está fazendo ecoar a mensagem de Amós: zelo religioso e compromisso com a justiça; misericórdia e amor devem ser guardados juntamente. Então acrescenta: “deveis fazer estas coisas sem omitir aquelas (dizimar)”. Aqui estava o claro apoio de Jesus ao dízimo. Ao aprovar o dízimo com firmeza, “julga-o insuficiente em si mesmo.
Jesus nunca rejeitou o dízimo, mas condenou seu mau uso. Definiu o que realmente é: a resposta a graça transformadora de Deus. (…) «Continue a leitura»
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14 Angel M. Rodriguez, Teologia dos Dízimos e Ofertas, p. 65.
15Comentário Bíblico de Hebreus William Barclay.