A tentação de Jesus Cristo
Jesus Cristo
Jesus foi ao deserto para estar sozinho, para meditar a respeito de Sua missão e de sua obra neste mundo. Através de jejum e oração estaria fortalecido para enfrentar a sangrenta estrada que Ele deveria trilhar.
Pr. Montano de Barros
Em Mateus 4:3-11 nós lemos: “A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome”. Quando Jesus foi levado ao deserto para ser tentado, foi levado pelo Espírito de Deus. Não convidou a tentação. Marcos conta a história desta forma: “E logo o Espírito o impeliu para o deserto, onde permaneceu quarenta dias, sendo tentado por Satanás…” (Marcos 1:12, 13).
Jesus foi ao deserto para estar sozinho, para meditar a respeito de Sua missão e de sua obra neste mundo. Através de jejum e oração estaria fortalecido para enfrentar a sangrenta estrada que Ele deveria trilhar. Satanás sabia que Jesus fora para o deserto e julgou ser esta a melhor ocasião de se aproximar dEle. Depois de tentar o homem a pecar, Satanás reclamou a terra como sua, e intitulou-se príncipe do mundo. Declarou que os homens o haviam escolhido como seu soberano. Através de seu domínio sobre os homens, adquiriu império sobre o mundo.
Cristo veio para desmentir a pretensão de Satanás. Como Filho do homem, o Salvador permaneceria leal a Deus. Jesus provaria que o diabo não dominou completamente a raça humana e a pretensão do maligno era falsa. Todos que desejassem libertação do poder do Mal, seriam postos em liberdade. O domínio que Adão perdeu em consequência do pecado, Jesus conquistaria. “Então, o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães.”
Preste bem atenção. Toda tentação é incredulidade. Toda tentação é insinuar que Deus é mentiroso. Toda tentação é uma maneira de desprezar a Palavra de Deus. É dizer que Deus não é de confiança. Toda vez que eu ou você pecamos foi por que deixamos de confiar em Deus. Pois todo o pecado é falta de confiança em Deus. Note as palavras malignas: “Se tu és o Filho de Deus”. Se tu és.
No batismo de Cristo, Satanás estava presente entre os espectadores. Viu a glória do Pai cobrir o Filho. Ouviu a voz de Jeová testificando da divindade de Jesus. As palavras do Céu: ‘este é o meu Filho, em quem me comprazo’ ainda soavam aos ouvidos de Satanás. Mas o inimigo estava decidido a fazer Cristo não ter certeza nessas palavras.
Se a confiança de Cristo em Deus fosse abalada, Satanás sabia que alcançaria a vitória no conflito. Poderia derrotar Jesus. Jesus enfrentou Satanás com as palavras da Escritura. “Está escrito”. Em toda a tentação, a arma de guerra de Cristo era a Palavra de Deus. Jesus, porém, respondeu: “Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus”.
A primeira tentação é a tentação do apetite. É a tentação que diz: Eu preciso satisfazer os meus desejos. Preciso agora. Eu não posso esperar. Os filhos de Deus não podem passar por tribulações ou necessidades. Seus desejos, suas vontades e suas paixões necessitam ser atendidos. Não podem esperar. A resposta de Jesus à proposta de Satanás foi: “Nem só de pão viverá o homem; mas de toda palavra que sai da boca de Deus”.
O mundo acredita que o homem é feliz quando todos os seus desejos são alcançados. Mas a verdade é que nossos desejos são sempre insaciáveis. E assim continuamos infelizes, buscando e nunca alcançando. Jesus deixou a resposta para a verdadeira satisfação: viver de tudo o que sai da boca de Deus. Ele também afirmou: “Buscai, pois o Reino de Deus e a Sua justiça e todas as outras coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6:33). Aquele que confia e obedece é dada a promessa: “Este habitará nas alturas; as fortalezas das rochas serão o seu alto refúgio, o seu pão lhe será dado, as suas águas serão certas” (Isaías 33:16).
Então, o diabo o levou à Cidade Santa, colocou-o sobre o pináculo do templo, e lhe disse: Se és Filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra.
A proposta do maligno nesta segunda tentação é a seguinte: Deus vai cumprir suas promessas não importa o que você faça. Até mesmo se não estiver nos caminhos de Deus. Satanás pode dizer: Lança-te daqui para baixo, mas ele não pode empurrar. Ele pode instigar, mas não pode forçar ao pecado. Não pode dominar as mentes, a menos que se submetam a seu controle. Mas todo ponto em que deixamos de satisfazer a norma divina é uma porta aberta pela qual pode entrar para nos tentar destruir.
Quando Satanás citou a promessa: Aos Seus anjos dará ordem a teu respeito, omitiu as palavras, para Te guardarem em todos os Teus caminhos. Isto é, em todos os caminhos da escolha de Deus. Jesus recusou sair da estrada da obediência. Não forçaria o Pai a vir em seu socorro, deixando assim de dar ao homem um exemplo de confiança e submissão. “Respondeu-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus”. Não devemos apresentar nossas petições para provar se Deus cumpre Sua palavra, mas por que as cumpre; não devemos fazer nossas petições para provar que Deus nos ama, mas porque nos ama.
Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles e lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto. Com isto, o deixou o diabo, e eis que vieram anjos e o serviram.
A missão de Cristo seria realizada através de sofrimento. Devia enfrentar dores, privações, lutas e uma morte vergonhosa. Devia carregar sobre Si os pecados de todo o mundo. Tinha que sofrer a separação do amor do Pai. Agora, o tentador oferece entregar o domínio que usurpara de forma ilícita. Cristo poderia livrar-se do terrível futuro reconhecendo a supremacia de Satanás. Fazer isso era renunciar a vitória no grande conflito. Pelo desejo de estar acima do Filho de Deus que Satanás pecara no Céu. Se o maligno prevalece agora, seria a vitória da rebelião. Com a mesma tentação aproxima-se Satanás dos homens. O tentador oferece aos homens o reino deste mundo, mas precisam reconhecer seu poder supremo. Multidões são enganadas desta maneira.
A terceira tentação é a idolatria da ambição. Não importa como eu faço, eu vou alcançar meu objetivo. O pecado de escolher o caminho mais curto. Por uma causa correta, fazer a coisa errada. O fim justifica os meios. “Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto. Com isto, o deixou o diabo, e eis que vieram anjos e o serviram”.
A vitória de Cristo foi completa. Do mesmo modo podemos resistir à tentação e forçar Satanás a retirar-se de nós. Jesus obteve a vitória por meio da submissão e fé em Deus. Tiago 4:7, 8 nos diz: “Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros”. Jesus disse: Tenha bom ânimo eu venci o mundo.