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A Segunda Vinda de Cristo – Parte II

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Nisto Cremos

O Segundo Advento e a Raça Humana. O Segundo Advento de Cristo afetará as duas grandes divisões da humanidade – aqueles que O aceitaram e à salvação por Ele oferecida, e aqueles que Lhe volveram as costas.

A Reunião dos Eleitos. Um aspecto importante do estabelecimento do reino de Cristo é o ajuntamento de todos os remidos (Mateus 24:31; Mateus 25:31 a 34; Marcos 13:27), que serão levados para o lar celestial preparado por Cristo (João 14:3). Quando o líder de uma nação visita outra, somente umas poucas pessoas podem participar da comitiva de recepção. Contudo quando Cristo vier, todos os crentes que viveram em qualquer época – sem distinção de idade, gênero, nível de educação, situação econômica ou raça – participarão da grande celebração do Advento. Dois eventos tornarão possível esta reunião universal: a ressurreição dos justos mortos e a transformação dos justos vivos.

1. A ressurreição dos que morreram em Cristo. Ao soar a trombeta que anuncia o retorno de Cristo, os justos falecidos ressuscitarão incorruptíveis e imortais (1 Coríntios 15:51 a 53). Naquele momento, “os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro” (1 Tessalonicenses 4:16). Em outras palavras, eles ressuscitarão antes que os justos vivos sejam levados aos ares para o encontro com o Senhor.

Os ressuscitados unem-se novamente àqueles que choraram a sua partida. Neste momento eles exultam grandemente: “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” (1 Coríntios 15:55). Não serão os corpos enfermos, envelhecidos ou mutilados que desceram à sepultura que se erguerão no momento em que os justos retornarem a vida: ao contrário, seus corpos serão novos, imortais, perfeitos, não mais revelando as marcas do pecado que os fizera entrar em decadência. Os santos ressurretos experimentarão o término da obra de restauração efetuada por Cristo, passando a refletir imagem de Deus na mente, na alma e no corpo (1 Coríntios 15:42 a 54).

2. A transformação dos justos vivos. Quando os mortos justos experimentarem a ressurreição, ocorre uma transformação dos justos que estiverem vivos sobre a face da Terra por ocasião do Segundo Advento. “Por que é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade” (1 Coríntios 15:53). No retorno de Cristo, nenhum grupo de crentes assume precedência sobre qualquer outro grupo. Paulo revela que os justos vivos e transformados serão “arrebatados, juntamente com eles [os justos ressuscitados], entre as nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor” (1 Tessalonicenses 4:17; Hebreus 11:39 e 40). Desse modo, todos os crentes estarão reunidos no grande encontro do Segundo Advento, tanto os justos ressuscitados de todas as eras quanto aqueles que estiverem vivos na chegada de Cristo.

A Morte dos Ímpios. Para os salvos o Segundo Advento representará uma oportunidade de alegria e libertação, mas para os perdidos será um tempo de devastante terror. Eles resistiram ao amor de Cristo e os Seus convites de salvação durante tanto tempo que se deixaram enfeitiçar pelas ilusões enganadoras (2 Tessalonicenses 2:9 a 12; Romanos 1:28 a 32). Quando virem Aquele a quem rejeitaram, vindo sobre as nuvens como Reis dos reis e Senhor dos senhores, saberão que terá chegado a hora de sua própria destruição. Esmagados pelo terror e desespero, clamarão às rochas inanimadas que os escondam. (Apocalipse 6:16 e 17).

Nessa oportunidade, Deus destruirá Babilônia, a união de todas as religiões apóstatas. Ela “será consumida no fogo” (Apocalipse 18:8). O líder dessa confederação – o ministério da iniquidade, o homem do pecado – a este “o Senhor Jesus matará com o sopro de Sua boca, e o destruíra pela manifestação de Sua vinda” (2 Tessalonicenses 2:8). Os poderes responsáveis pela imposição da marca da besta serão “lançados no lago de fogo e enxofre”. O restante dos maus serão “mortos com a espada que saía da boca dAquele que estava montado no cavalo” – Jesus Cristo o Senhor (Apocalipse 19:20 e 21).

Sinais do Breve Retorno de Cristo. As Escrituras não somente revelam a maneira e o objetivo da vinda de Cristo, como também descrevem os sinais que indicam a proximidade desse evento épico. Os primeiros sinais indicadores da proximidade da volta de Jesus ocorreram de 1700 anos depois da ascensão de Cristo; outros mais seguiram-se, contribuindo para evidenciar que Seu retorno está próximo.

Sinais no Mundo Natural. Jesus predisse: “Haverá sinais no Sol, na Lua, e nas estrelas” (Lucas 21:25), especificando que “o Sol escurecerá, a Lua não trará sua claridade, as estrelas cairão do firmamento e os poderes dos céus serão abalados. Então verão o Filho do homem vir nas nuvens, com grande poder e glória” (Marcos 13:24 a 27). Adicionalmente, João viu um grande terremoto que precederia a manifestação dos sinais no céu (Apocalipse 6:12). Todos esses sinais haveriam de assinalar o fim dos 1260 anos de perseguição.

1. O Testemunho da Terra. Em cumprimento a essa profecia, “o maior de todos os terremotos conhecidos”2 ocorreu em 1.º de novembro de 1755. Conhecido como o Terremoto de Lisboa, seus efeitos foram observados na Europa, África e América, cobrindo uma área de mais de 46 milhões de quilômetros quadrados. Seu poder destruidor centralizou-se em Lisboa, Portugal, onde, em questão de minutos, arrasou edifícios públicos e residenciais, causando milhares de mortes.3 Embora os efeitos físicos do terremoto tenham sido imensos, seu impacto sobre o pensamento da época não foi menor. Muitos então que viviam reconheceram-nos como o sinal do fim4 e passaram a dar consideração séria ao julgamento de Deus e aos últimos dias. O terremoto de Lisboa representou um fator de incremento no estudo das profecias.

2. O Testemunho do Sol e da Lua. Vinte e cinco anos mais tarde, ocorreu o próximo sinal mencionado na profecia – o escurecimento do Sol e da Lua. Cristo havia indicado a ocasião do cumprimento deste sinal, observando que ele deveria vir em seguida à grande tribulação, os 1.260 anos de perseguição papal mencionados em várias outras porções das Escrituras (Mateus 24:29). Mas Cristo dissera também que a tribulação que precederia estes sinais seria abreviada (Mateus 24:21 e 22). Por meio da influência da Reforma e dos movimentos que dela se originaram, a perseguição papal foi efetivamente abreviada, de tal modo que em meados do século dezoito ela praticamente cessara.

Em cumprimento à profecia de Cristo, o dia 19 de maio de 1780 testemunhou uma extraordinária escuridão na porção nordeste do continente norte-americano.5 Rememorando esse evento, Timothy Dwight, presidente da Universidade de Yale, disse:

“O dia 19 de maio de 1780 foi memorável. Candeeiros foram acesos em muitas casas; os pássaros silenciaram e desapareceram, e as galinhas retiraram-se para os poleiros… A opinião geral prevalecente era de que o dia do juízo havia chegado.”6

Samuel Williams, de Harvard, relatou que a escuridão “aproximou-se com as nuvens do sudoeste ‘entre as 10 e as 11 horas da manhã e prosseguiu até a meia-noite seguinte’, variando de intensidade e duração em diferentes lugares. Em algumas localidades ‘as pessoas não conseguiram enxergar o suficiente como para ler escrita comum ao ar livre'”.7

Na opinião de Samuel Tenny, “a escuridão daquela noite foi provavelmente a maior jamais observada desde que o Todo-Poderoso deu origem à luz… Se todos os corpos celestes luminosos do Universo tivessem sido envoltos em nuvens impenetráveis, ou eliminados da existência, a escuridão não poderia ter sido mais completa”.8

Às 9 horas da noite ergueu-se a Lua, mas a escuridão persistiu até á meia-noite. Quando a Lua se tornou visível, sua aparência era como sangue. João, o revelador, profetizara os extraordinários eventos deste dia. Depois do terremoto, escreveu ele, o Sol tornar-se-ia “negro como saco de crina, e a Lua… como sangue” (Apocalipse 6:12).

3. O Testemunho das Estrelas. Tanto Cristo quanto João profetizaram a queda das estrelas, indicando o evento como um outro sinal do breve aparecimento de Cristo (Apocalipse 6:13; Mateus 24:29). O grande chuveiro de meteoros ocorridos em 13 de novembro de 1833 – o mais extraordinário espetáculo de estrelas cadentes de que há registro – cumpriu essa profecia. Estimou-se que um observador isolado poderia haver contado em média cerca de 60.000 meteoros por hora.9

O fenômeno foi observado desde o Canadá até o México, e do meio do Atlântico até o Pacífico10, muitos cristãos reconheceram o cumprimento da profecia bíblica.11 Uma testemunha ocular disse que “dificilmente se poderia perceber no céu um espaço que não estivesse instantaneamente ocupado por essas estrelas cadentes, tampouco se poderia perceber entre elas qualquer diferença particular no tocante à aparência, embora por vezes elas se projetassem em grupos – trazendo à memória a ‘figueira que lança de si os seus frutos, quando sacudida por forte vento.'”12

Cristo concedeu esses sinais com o intuito de alertar os cristãos quanto à proximidade de Sua vinda, de modo que pudessem regozijar-se e empreender cabal preparo para a mesma. Ele disse: “Ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei as vossas cabeças, porque a vossa redenção se aproxima.” E acrescentou: “Vede a figueira e todas as árvores. Quando começam a brotar, vendo-o, sabeis por vós mesmos que o verão está próximo. Assim também, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que está próximo o reino de Deus” (Lucas 21:28 a 31). O testemunho singular da Terra, do Sol, da Lua e das estrelas, que ocorreu na exata sequência e tempo preditos por Cristo, dirigiu a atenção de muitos para as profecias que diz respeito ao Segundo Advento.

Sinais no Mundo Religioso. A Escritura prediz que certo número de sinais significativos no mundo religioso marcariam o tempo que precederia imediatamente o retorno de Cristo.

Um grande despertamento religioso. O livro de Apocalipse revela o surgimento de um grande movimento religioso de extensão mundial, ocorrendo antes do Segundo Advento. Na visão dada a João, um anjo que anuncia a volta de Cristo simboliza este movimento: “Vi outro anjo voando pelo meio do Céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a Terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo em grande voz: ‘Temei a Deus e dai-Lhe glória, pois é chegada a hora do Seu juízo; e adorai Aquele que fez o Céu, e a Terra, e o mar, e as fontes das águas” (Apocalipse 14:6 e 7).

A própria mensagem indica quando ela deveria ser pregada. O evangelho eterno tem sido pregado ao longo dos séculos. Mas esta mensagem, enfatizando o aspecto do juízo dentro do evangelho, somente poderia ser pregada no tempo do fim, pois seria então verdade que “é chegada a hora do Seu juízo”.

O livro de Daniel nos informa que no tempo do fim as suas profecias seriam abertas, retirando-se o “selo” de sobre as mesmas (Daniel 12:4). Nessa oportunidade, as pessoas compreenderiam os seus mistérios. A remoção do selo ocorreu quando chegou ao fim o período de 1.260 anos de supremacia papal, mediante o aprisionamento do papa em 1798. A combinação entre aprisionamento do papa e os sinais ocorridos no mundo natural, conduziu muitos cristãos ao estudo das profecias relacionadas com os eventos da Segunda Vinda de Cristo, e isso resultou em uma nova oportunidade na compreensão dessas profecias.

Esta focalização do segundo Advento também trouxe luz a um reavivamento mundial da esperança do Advento. Assim como os reformadores se ergueram independentemente nos vários países, assim ocorreu com o movimento adventista. A natureza mundial desse movimento é um dos mais claros sinais de que a volta de Cristo se aproxima. Assim como João Batista preparou o caminho para o primeiro advento de Cristo, assim o movimento adventista está preparando o caminho para o Segundo Advento – proclamando a mensagem de Apocalipse 14:6 à 12, o último apelo de Deus para todos se prepararem para o glorioso retorno do Salvador.13

Equipe Biblia.com.br

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Fonte: Nisto Cremos (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 7ª ed., 2003), 439-444.

Referências:

2 G. I. Eiby, Earthquakes (New York, NY: Vam Nostrand Reinholdt Co., 1980), pág. 164.

3 Veja, por exemplo, Sir Charles Lyell, Principles of Geology (Philadelphia: James Kay, Jun. e Brother,
1837), vol. 1, págs. 416-419; “Lisbon”, Encyclopedia Americana, edição de Francis Lieber (Philadelphia, PA: Carcy and Lea, 1831), pág. 10; W. H. Hobbs, Earthquakes (New York: D. Appleton and Co., 1907), pág. 143; Thomas Hunter, An Historical Account of Earthquakes Extracted from the Most Authentic Historians (Liverpool: R. Williamson, 1756), págs. 54-90; cf. E. G. White, O Grande Conflito, págs. 304 e 305. Os primeiros informes davam conta de 100 mil mortes. Enciclopédias modernas apresentam a cifra de 60 mil.

4 Veja John Biddolf, A Poem on the Earthquake at Lisbon (Londres: W. Owen, 1755), pág. 9, citado in Source Book, pág. 358; Froom, Prophetic Faith of Our Fathers, vol. 2, págs. 674-677. Em 6 de fevereiro de 1756 a Igreja Anglicana celebrou um dia de jejum e humilhação em memória do terremoto (Ibidem). Veja também T. D. Kendrick, The Lisbon Earthquake (Londres: Methuen e Co. Ltd., 1955), págs. 72-164.

5 Cf. E. G. White, O Grande Conflito, págs. 306-308.

6 Timothy, Dwight, citado in Connecticut Historical Collections, compilação de John W. Barber, 2a edição (New Haven, CT: Durrie e Peck e J. W. Barber, 1836), pág. 403; citado em Source Book, pág. 316.

7 Samuel Williams, “An Account of a Very Uncommon Darkness in the State of New-England, May 19, 1780”, in Memoirs of the American Academy of Arts and Sciences: to the End of the Year 1783 (Boston, MA: Adams e Nourse, 1785), vol. 1, págs. 234 e 235; Cf. Source Book, pág. 315.

8 Carta a Samuel Tenny, Exeter [NH], dezembro de 1785, in Collections of the Massachusetts Historical Society for theYear 1792 (Boston, MA: Belknap e Hall, 1792), vol. 1, pág. 97.

9 Peter M. Millman, “The Falling of the Stars”, The Telescope, 7 (maio/junho de 1940, pág. 60). Veja também Froom, Prophetic Faith of Our Fathers, vol. 4, pág. 295.

10 Denison Olmsted, Letters on Astronomy, edição de 1840, págs. 348 e 349, in Source Book, págs. 410 e 411.

11 Froom, Prophetic Faith of Our Fathers, vol. 4, págs. 297-300; cf. E. G. White, O Grande Conflito, págs. 333 e 334.

12 Fenômenos conforme observados em Bowling Green, relatados no Salt River Journal de 20 de novembro de 1780, segundo citação de American Journal of Science and Arts, edição de Benjamin Silliman, 25 (1834), pág. 382.

13 Veja Froom, Prophetic Faith of Our Fathers, vol. 4, Damsteegt, Foundations of the Seventh-day Adventist Message and Mission.

 

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