40 anos no deserto antes de chegar a Terra Prometida (2/2)
deus
“Mas a comunidade toda falou em apedrejá-los. Então a glória do Senhor apareceu a todos os israelitas na Tenda do Encontro. E o Senhor disse a Moisés: “Até quando este povo me tratará com pouco caso? Até quando se recusará a crer em mim, apesar de todos os sinais que realizei entre eles? Eu os ferirei com praga e os destruirei, mas farei de você uma nação maior e mais forte do que eles”. Números 14:10-12
“Em sua rebelião o povo declarara: “Ah! se morrêramos neste deserto!” Números 14:2. Agora esta oração devia ser atendida. O Senhor declarou: “Diga-lhes: ‘Juro pelo meu nome, declara o Senhor, que farei a vocês tudo o que pediram: Cairão neste deserto os cadáveres de todos vocês, de vinte anos para cima, que foram contados no recenseamento e que se queixaram contra mim. […] Mas, quanto aos seus filhos, sobre os quais vocês disseram que seriam tomados como despojo de guerra, eu os farei entrar para desfrutarem a terra que vocês rejeitaram.
E quanto a Calebe, Ele disse: “Mas, como o meu servo Calebe tem outro espírito e me segue com integridade, eu o farei entrar na terra que foi observar, e seus descendentes a herdarão.” Números 14:28, 29, 31, 24. Assim como os espias haviam despendido quarenta dias em sua viagem, deveriam semelhantemente o povo de Israel vaguear pelo deserto quarenta anos.
Quando Moisés anunciou ao povo a decisão divina, a ira deste transformou-se em lamentação. Sabiam que seu castigo era justo. Os dez espias infiéis, feridos por determinação divina pela praga, pereceram diante dos olhos de todo o Israel; e em sua sorte o povo leu sua própria condenação.”
“O cadáveres de vocês, porém, cairão neste deserto. Os filhos de vocês serão pastores aqui durante quarenta anos, sofrendo pela infidelidade de vocês, até que o último cadáver de vocês seja destruído no deserto.
Durante quarenta anos vocês sofrerão a conseqüência dos seus pecados e experimentarão a minha rejeição; cada ano corresponderá a cada um dos quarenta dias em que vocês observaram a terra’.” Números 14:32-34 Durante quase quarenta anos, os filhos de Israel perdem-se de vista na obscuridade do deserto.”¹
Os primeiros capítulos do livro de Deuteronômio recapitulam a trajetória do povo no deserto até chegarem a Terra Prometida:
“Passaram-se trinta e oito anos entre a época em que partimos de Cades-Barnéia, até quando atravessamos o vale de Zerede, até que pereceu do acampamento toda aquela geração de homens de guerra, conforme o Senhor lhes havia jurado. A mão do Senhor caiu sobre eles e por fim os eliminou completamente do acampamento.” Deuteronômio 2:14,15
“Durante esses anos, lembrava-se constantemente ao povo que se achavam sob a reprovação divina. Na rebelião em Cades tinham rejeitado a Deus; e Deus, durante aquele tempo, os rejeitara. (…)
Contudo, a continuação do serviço no tabernáculo, atestava que Deus não abandonara completamente Seu povo. E Sua providência supria-lhes ainda as necessidades. “Pois o Senhor, o seu Deus, os tem abençoado em tudo o que vocês têm feito. Ele cuidou de vocês em sua jornada por este grande deserto. Nestes quarenta anos o Senhor, o seu Deus, tem estado com vocês, e não lhes tem faltado coisa alguma.” Deuteronômio 2:7 E o hino dos levitas, registrado por Neemias, descreve vividamente o cuidado de Deus por Israel, mesmo durante aqueles anos de rejeição e banimento:
“Foi por tua grande compaixão que não os abandonaste no deserto. De dia a nuvem não deixava de guiá-los em seu caminho, nem de noite a coluna de fogo deixava de brilhar sobre o caminho que deviam percorrer. Deste o teu bom Espírito para instruí-los. Não retiveste o teu maná que os alimentava, e deste-lhes água para matar a sede. Durante quarenta anos tu os sustentaste no deserto; nada lhes faltou, as roupas deles não se gastaram nem os seus pés ficaram inchados.” Neemias 9:19-21
A peregrinação pelo deserto não foi simplesmente ordenada como um juízo sobre os rebeldes e murmuradores, mas servia à geração que crescia, como disciplina preparatória à sua entrada na Terra Prometida. Moisés declarou-lhes: “Saibam, pois, em seu coração que, assim como um homem disciplina o seu filho, da mesma forma o Senhor, o seu Deus, os disciplina.
Lembre-se de como o Senhor, o seu Deus, os conduziu por todo o caminho no deserto, durante estes quarenta anos, para humilhá-los e pô-los à prova, a fim de conhecer suas intenções, se iriam obedecer aos seus mandamentos ou não. Assim, ele os humilhou e os deixou passar fome. Mas depois os sustentou com maná, que nem vocês nem os seus antepassados conheciam, para mostrar-lhe que nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca do Senhor.” Deuteronômio 8:2,3
“Numa terra deserta ele o encontrou, numa região árida e de ventos uivantes. Ele o protegeu e dele cuidou; guardou-o como a menina dos seus olhos,” Deuteronômio 32:10
“Em toda a aflição do seu povo ele também se afligiu, e o anjo da sua presença os salvou. Em seu amor e em sua misericórdia ele os resgatou; foi ele que sempre os levantou e os conduziu nos dias passados.” Isaías 63:9
Nos Salmos também encontramos descrições da libertação de Israel da escravidão no Egito: Salmos 78, 105, 106 e 136.
*Imagem
¹ Patriarcas e Profetas, pgs. 282; 295
² Idem, pgs. 295, 296