Apostasia tem perdão? Hebreus 6:4-6
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Em Hebreus 6 os versos 4-6 tratam da sorte dos que se apartam de Deus. O tema que se apresenta é a possibilidade de restaurar aos que passaram por uma profunda experiência cristã, mas depois se apartaram.
Em Hebreus 6 os versos 4-6 tratam da sorte dos que se apartam de Deus. O tema que se apresenta é a possibilidade de restaurar aos que passaram por uma profunda experiência cristã, mas depois se apartaram. Poderão ser restaurados à comunhão cristã e receber outra vez misericórdia? Esta passagem causou grande perplexidade e desânimo a muitos. Parece como se ensinasse que os que se apartam da fé estão irremissivelmente perdidos.
Para a compreensão desta passagem, entre os diversos pontos de vista defendidos, dois são dignos de consideração:
(1) que a apostasia da qual aqui se fala, é ter incorrido no pecado imperdoável (ver Mateus 12:31-32), pois é a única forma de apostasia sem esperança;
(2) que a passagem, corretamente entendida, não ensina que esta apostasia seja absolutamente sem esperança, senão que essa falta de esperança é condicional (ver com. Heb. 6: 6). A maioria dos comentaristas aceita o primeiro ponto de vista, ainda que o segundo tem seus fundamentos e pode ser sustentado usando o texto grego.
A ideia de que era impossível arrepender-se depois de chegar a certas circunstâncias, era comum entre os judeus. Por exemplo, ensinavam que esse era o caso do homem que pecava desenfreadamente confiando num futuro arrependimento. “Se um diz: pecarei e me arrependerei, pecarei e me arrependerei, não se lhe dará oportunidade de arrepender-se. [Se um diz]: pecarei, e no dia da expiação tentarei expiação para mim, no dia da expiação não se lhe concede nenhuma expiação” (Mishnah Yoma 8. 9). Era ensinado também que o arrependimento era impossível para o homem que induzia a muitos a pecar: “Qualquer que faz que muitos sejam justos, o pecado não ocorre por causa dele; e qualquer que faz que muitos pequem, eles não lhe concedem a faculdade de arrepender-se” (Mishnah Aboth 5. 18). É interessante também uma passagem do Eclesiástico: “Não digas: ‘Pequei, e que me passou?’, porque o Senhor é paciente. Do perdão não te sintas tão seguro que acumules pecado depois de pecado. Não digas: ‘Sua compaixão é grande, ele me perdoará a multidão de meus pecados'”. Porque nele há misericórdia, mas também há cólera, e nos pecadores se desafoga seu furor. Não te demores em voltar ao Senhor, não o difiras de um dia para outro, pois de repente salta a ira do Senhor, e perecerás ao tempo do castigo” (capítulo 5:4-7 – BJ).
A Bíblia confirma que o pecado é algo grave. Ao mesmo tempo Deus é poderoso para salvar o maior pecador desde que esteja sinceramente arrependido. Em 1 João 2:1 está escrito: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo.” Portanto, concluímos que só não há perdão para quem não quer. Deus é misericordioso: “O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se” (2 Pedro 3:9). “Cheguemo-nos, pois, com confiança, ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno”(Hebreus 4:16).
Equipe Biblia.com.br