A crucifixão foi praticada desde o sexto século a.C. até por volta do quarto século d.C., quando foi abolida por ordem de Constantino I em 337 d.C.. Os fenícios e os gregos costumavam utilizar esse tipo de morte para punição política e militar...
J.Washington e Vivian Vergílio
A crucifixão foi praticada desde o sexto século a.C. até por volta do quarto século d.C., quando foi abolida por ordem de Constantino I em 337 d.C.. Os fenícios e os gregos costumavam utilizar esse tipo de morte para punição política e militar. Os persas e os cartagineses a utilizavam para punir altos oficiais, comandantes e líderes rebeldes. Os romanos usavam a cruz para punir classes inferiores (escravos, criminosos violentos e possíveis guerrilheiros de províncias rebeldes). E foram os romanos que se especializaram nesse tipo de tortura física e mental.
A cruz era um bom instrumento de persuasão contra os rebeldes. Apesar de
ser uma condenação terrível e vergonhosa, ela era praticada publicamente. Geralmente, a vítima era crucificada nua e não tinha o direito de ser sepultada dignamente. O corpo dela era deixado para os animais comerem ou era jogado no lixo público, onde se decompunha junto de excrementos e restos de lixo urbano.
Cícero, um dos maiores juristas do Senado, e que viveu nos dias de Julio César, chamava a crucifixão de ‘summum supplicium e crudelissimum supplicium’, que traduzido seria ‘a mais extrema, mais cruel e angustiosa forma de punição’… Em 63 a.C., Rabirius, um senador romano, foi condenado à morte de cruz. Cícero, então, saiu em sua defesa argumentando que a simples menção da palavra ‘cruz’ era algo inadmissível aos ouvidos de um respeitado cidadão romano. Veja o que ele escreveu na ocasião: ‘Oh! Quão grave seria ser desgraçado publicamente por uma corte, quão grave seria sofrer um castigo, quão grave seria ser banido. Mesmo assim, em meio a um desastre, gozaríamos de certo grau de liberdade. Mesmo se formos condenados à morte, podemos morrer como homens livres. Mas… a simples menção da palavra ‘cruz’ deveria ser removida não apenas da pessoa de um cidadão romano, mas até mesmo de seus pensamentos, olhos e ouvidos… A simples menção dela é um desrespeito a qualquer cidadão romano ou homem livre.’”
Plautos, um escritor que viveu por volta de 230 a184 a.C., foi, provavelmente, o mais antigo a dar evidências sobre a crucifixão em Roma. Descrevendo as peças teatrais, ele menciona a crucifixão de escravos. Flávio Josefo, um escritor judeu, também menciona a crucifixão, dizendo que ela era a “mais desgraçada de todas as mortes”. Havia vários tipos de cruz. Possivelmente, a mais antiga forma de cruz era a crux gammata, que parecia a junção de quatro letras do alfabeto grego. Esse não era um símbolo de condenação, mas de riqueza e prosperidade. Um outro tipo era a crux ansata, que também não simbolizava condenação ou sofrimento.
Como instrumento de execução havia quatro tipos de cruz na época de Cristo. Uma era a cruz decussata, que tinha o formato da letra “x”. Ela era baixa e o condenado ficava com os pés apoiados no chão. Nessa cruz, enquanto ainda estava vivo, o condenado era deixado para que animais o comessem ou para servir de uma espécie de tiro ao alvo. Outra cruz era a immissa quadrata, uma cruz grega que se assemelhava à decussata. Ela tinha o travessão cortado na mesma medida do poste principal e também era baixa. Um terceiro tipo de cruz era a comissa, que tinha o formato da letra “T”. Essa cruz era um poste que, geralmente, ficava fixo no local da execução, ao qual se encaixava o travessão. A vítima era amarrada ao travessão e “puxada” até ao topo do poste vertical e permanecia agonizando à vista da multidão.
O quarto tipo de cruz é a immissa ou capitata, que era a mais usada pelos romanos. Ela era muito alta e era formada por duas peças: o estipes (poste que, geralmente, ficava no local da execução) e o patibulum (o travessão que era carregado pelo condenado até o local da crucifixão). A cruz immissa é a mais aceita pelos pintores que retratam a morte de Cristo e é, sem dúvida, a aceita pela Igreja. Essa escolha deve-se a vários fatores:
– somente essa e a cruz grega permitiam que uma placa fosse colocada acima da cabeça do condenado (Mateus 27:37);
– a cruz immissa quadrata também permitiria a colocação da placa, mas é descartada porque era baixa, o que a faz não se encaixar nas descrições dos evangelhos porque a Bíblia diz que os soldados usaram um caniço para alcançar a boca de Jesus e uma lança para verificar se Ele estava morto (João 19:29 e 34). Se a cruz de Cristo fosse baixa, não seriam necessários o caniço e a lança, afinal, a haste da lança romana media cerca de dois metros. Isso descarta a possibilidade de ter sido usada a cruz grega, pois essa nunca passava de dois metros de altura;
– a cruz romana era formada por duas partes: o poste principal e o travessão, que era carregado pelo condenado até o lugar da crucifixão. “No local da crucifixão, o stipes deitado no chão ficava à espera da parte que lhe completava. Sobre ele, então, fixavam o patibulum e, em seguida, pregavam a vítima. Depois, soerguiam a peça inteira até que caísse com violência num buraco previamente preparado para esse fim. A dor, nesses casos, era inimaginável… O condenado ficava nu e assentado com uma das nádegas apoiadas sobre um banquinho chamado sedícula. Os cravos eram pregados, geralmente, no antebraço, entre o rádio e o cúbito. A Bíblia, no entanto, diz que os de Jesus foram afixados através das mãos… Com os braços estendidos em forma de “v”, a vítima ficava com os pulmões apertados e tinha de erguer-se sobre as pernas para respirar melhor.”A história registra muitas crucifixões. Entre elas, citamos:
– Heródoto comenta que Dario crucificou três mil babilônios em uma única vez;
– Tito Lívio comenta que 25 escravos foram crucificados;
– Osório testemunhou a crucifixão de 450 homens;
– Seis mil escravos foram crucificados, em uma única vez, após a morte de Epartacus;
– Adriano crucificou mais de dois mil judeus e usou os corpos deles como tochas para iluminar as estradas da Judeia.
Em 1968, foram encontrados 15 túmulos de pedra (datados entre 70 a.C. a 70 d.C.) que continham os esqueletos de 25 pessoas. Um dos esqueletos era de um jovem de 20 a 30 anos que fora crucificado. Essa foi a primeira e única ossada encontrada completa de um homem que morreu crucificado (há outras, mas com ossos muito fragmentados). Através dela, reconstitui-se, provavelmente, a forma como Jesus morreu.”
Seja feliz!
Equipe Biblia.com.br
A cruz de Jesus Cristo ou a sua cruz?
J.Washington e Vivian Vergílio
A crucifixão foi praticada desde o sexto século a.C. até por volta do quarto século d.C., quando foi abolida por ordem de Constantino I em 337 d.C.. Os fenícios e os gregos costumavam utilizar esse tipo de morte para punição política e militar. Os persas e os cartagineses a utilizavam para punir altos oficiais, comandantes e líderes rebeldes. Os romanos usavam a cruz para punir classes inferiores (escravos, criminosos violentos e possíveis guerrilheiros de províncias rebeldes). E foram os romanos que se especializaram nesse tipo de tortura física e mental.
A cruz era um bom instrumento de persuasão contra os rebeldes. Apesar de
ser uma condenação terrível e vergonhosa, ela era praticada publicamente. Geralmente, a vítima era crucificada nua e não tinha o direito de ser sepultada dignamente. O corpo dela era deixado para os animais comerem ou era jogado no lixo público, onde se decompunha junto de excrementos e restos de lixo urbano.
Cícero, um dos maiores juristas do Senado, e que viveu nos dias de Julio César, chamava a crucifixão de ‘summum supplicium e crudelissimum supplicium’, que traduzido seria ‘a mais extrema, mais cruel e angustiosa forma de punição’… Em 63 a.C., Rabirius, um senador romano, foi condenado à morte de cruz. Cícero, então, saiu em sua defesa argumentando que a simples menção da palavra ‘cruz’ era algo inadmissível aos ouvidos de um respeitado cidadão romano. Veja o que ele escreveu na ocasião: ‘Oh! Quão grave seria ser desgraçado publicamente por uma corte, quão grave seria sofrer um castigo, quão grave seria ser banido. Mesmo assim, em meio a um desastre, gozaríamos de certo grau de liberdade. Mesmo se formos condenados à morte, podemos morrer como homens livres. Mas… a simples menção da palavra ‘cruz’ deveria ser removida não apenas da pessoa de um cidadão romano, mas até mesmo de seus pensamentos, olhos e ouvidos… A simples menção dela é um desrespeito a qualquer cidadão romano ou homem livre.’”
Plautos, um escritor que viveu por volta de 230 a184 a.C., foi, provavelmente, o mais antigo a dar evidências sobre a crucifixão em Roma. Descrevendo as peças teatrais, ele menciona a crucifixão de escravos. Flávio Josefo, um escritor judeu, também menciona a crucifixão, dizendo que ela era a “mais desgraçada de todas as mortes”. Havia vários tipos de cruz. Possivelmente, a mais antiga forma de cruz era a crux gammata, que parecia a junção de quatro letras do alfabeto grego. Esse não era um símbolo de condenação, mas de riqueza e prosperidade. Um outro tipo era a crux ansata, que também não simbolizava condenação ou sofrimento.
Como instrumento de execução havia quatro tipos de cruz na época de Cristo. Uma era a cruz decussata, que tinha o formato da letra “x”. Ela era baixa e o condenado ficava com os pés apoiados no chão. Nessa cruz, enquanto ainda estava vivo, o condenado era deixado para que animais o comessem ou para servir de uma espécie de tiro ao alvo. Outra cruz era a immissa quadrata, uma cruz grega que se assemelhava à decussata. Ela tinha o travessão cortado na mesma medida do poste principal e também era baixa. Um terceiro tipo de cruz era a comissa, que tinha o formato da letra “T”. Essa cruz era um poste que, geralmente, ficava fixo no local da execução, ao qual se encaixava o travessão. A vítima era amarrada ao travessão e “puxada” até ao topo do poste vertical e permanecia agonizando à vista da multidão.
O quarto tipo de cruz é a immissa ou capitata, que era a mais usada pelos romanos. Ela era muito alta e era formada por duas peças: o estipes (poste que, geralmente, ficava no local da execução) e o patibulum (o travessão que era carregado pelo condenado até o local da crucifixão). A cruz immissa é a mais aceita pelos pintores que retratam a morte de Cristo e é, sem dúvida, a aceita pela Igreja. Essa escolha deve-se a vários fatores:
- somente essa e a cruz grega permitiam que uma placa fosse colocada acima da cabeça do condenado (Mateus 27:37);
- a cruz immissa quadrata também permitiria a colocação da placa, mas é descartada porque era baixa, o que a faz não se encaixar nas descrições dos evangelhos porque a Bíblia diz que os soldados usaram um caniço para alcançar a boca de Jesus e uma lança para verificar se Ele estava morto (João 19:29 e 34). Se a cruz de Cristo fosse baixa, não seriam necessários o caniço e a lança, afinal, a haste da lança romana media cerca de dois metros. Isso descarta a possibilidade de ter sido usada a cruz grega, pois essa nunca passava de dois metros de altura;
- a cruz romana era formada por duas partes: o poste principal e o travessão, que era carregado pelo condenado até o lugar da crucifixão. “No local da crucifixão, o stipes deitado no chão ficava à espera da parte que lhe completava. Sobre ele, então, fixavam o patibulum e, em seguida, pregavam a vítima. Depois, soerguiam a peça inteira até que caísse com violência num buraco previamente preparado para esse fim. A dor, nesses casos, era inimaginável… O condenado ficava nu e assentado com uma das nádegas apoiadas sobre um banquinho chamado sedícula. Os cravos eram pregados, geralmente, no antebraço, entre o rádio e o cúbito. A Bíblia, no entanto, diz que os de Jesus foram afixados através das mãos… Com os braços estendidos em forma de “v”, a vítima ficava com os pulmões apertados e tinha de erguer-se sobre as pernas para respirar melhor.”A história registra muitas crucifixões. Entre elas, citamos:
- Heródoto comenta que Dario crucificou três mil babilônios em uma única vez;
- Tito Lívio comenta que 25 escravos foram crucificados;
- Osório testemunhou a crucifixão de 450 homens;
- Seis mil escravos foram crucificados, em uma única vez, após a morte de Epartacus;
- Adriano crucificou mais de dois mil judeus e usou os corpos deles como tochas para iluminar as estradas da Judeia.
Em 1968, foram encontrados 15 túmulos de pedra (datados entre 70 a.C. a 70 d.C.) que continham os esqueletos de 25 pessoas. Um dos esqueletos era de um jovem de 20 a 30 anos que fora crucificado. Essa foi a primeira e única ossada encontrada completa de um homem que morreu crucificado (há outras, mas com ossos muito fragmentados). Através dela, reconstitui-se, provavelmente, a forma como Jesus morreu.”
Seja feliz!
Equipe Biblia.com.br
A cruz de Jesus Cristo
Jesus Cristo
A crucifixão foi praticada desde o sexto século a.C. até por volta do quarto século d.C., quando foi abolida por ordem de Constantino I em 337 d.C. Os fenícios e os gregos costumavam utilizar esse tipo de morte para punição política e militar.
A crucifixão foi praticada desde o sexto século a.C. até por volta do quarto século d.C., quando foi abolida por ordem de Constantino I em 337 d.C. Os fenícios e os gregos costumavam utilizar esse tipo de morte para punição política e militar. Os persas e os cartagineses a utilizavam para punir altos oficiais, comandantes e líderes rebeldes. Os romanos usavam a cruz para punir classes inferiores (escravos, criminosos violentos e possíveis guerrilheiros de províncias rebeldes). E foram os romanos que se especializaram nesse tipo de tortura física e mental.
A cruz era um bom instrumento de persuasão contra os rebeldes. Apesar de ser uma condenação terrível e vergonhosa, ela era praticada publicamente. Geralmente, a vítima era crucificada nua e não tinha o direito de ser sepultada dignamente. O corpo dela era deixado para os animais comerem ou era jogado no lixo público, onde se decompunha junto de excrementos e restos de lixo urbano.
“Cícero, um dos maiores juristas do Senado, e que viveu nos dias de Julio César, chamava a crucifixão de ‘summum supplicium e crudelissimum supplicium’, que traduzido seria ‘a mais extrema, mais cruel e angustiosa forma de punição.” Em 63 a.C., Rabirius, um senador romano, foi condenado à morte de cruz. Cícero, então, saiu em sua defesa argumentando que a simples menção da palavra ‘cruz’ era algo inadmissível aos ouvidos de um respeitado cidadão romano. Veja o que ele escreveu na ocasião: ‘Oh! Quão grave seria ser desgraçado publicamente por uma corte, quão grave seria sofrer um castigo, quão grave seria ser banido. Mesmo assim, em meio a um desastre, gozaríamos de certo grau de liberdade. Mesmo se formos condenados à morte, podemos morrer como homens livres. Mas… a simples menção da palavra ‘cruz’ deveria ser removida não apenas da pessoa de um cidadão romano, mas até mesmo de seus pensamentos, olhos e ouvidos… A simples menção dela é um desrespeito a qualquer cidadão romano ou homem livre.’”
Plautos, um escritor que viveu por volta de 230 a 184 a.C., foi, provavelmente, o mais antigo a dar evidências sobre a crucifixão em Roma. Descrevendo as peças teatrais, ele menciona a crucifixão de escravos. Flávio Josefo, um escritor judeu, também menciona a crucifixão, dizendo que ela era a “mais desgraçada de todas as mortes”. Havia vários tipos de cruz. Possivelmente, a mais antiga forma de cruz era a crux gammata, que parecia a junção de quatro letras do alfabeto grego. Esse não era um símbolo de condenação, mas de riqueza e prosperidade. Um outro tipo era a crux ansata, que também não simbolizava condenação ou sofrimento.
Como instrumento de execução havia quatro tipos de cruz na época de Cristo. Uma era a cruz decussata, que tinha o formato da letra “x”. Ela era baixa e o condenado ficava com os pés apoiados no chão. Nessa cruz, enquanto ainda estava vivo, o condenado era deixado para que animais o comessem ou para servir de uma espécie de tiro ao alvo. Outra cruz era a immissa quadrata, uma cruz grega que se assemelhava à decussata. Ela tinha o travessão cortado na mesma medida do poste principal e também era baixa. Um terceiro tipo de cruz era a comissa, que tinha o formato da letra “T”. Essa cruz era um poste que, geralmente, ficava fixo no local da execução, ao qual se encaixava o travessão. A vítima era amarrada ao travessão e “puxada” até ao topo do poste vertical e permanecia agonizando à vista da multidão.
O quarto tipo de cruz é a immissa ou capitata, que era a mais usada pelos romanos. Ela era muito alta e era formada por duas peças: o estipes (poste que, geralmente, ficava no local da execução) e o patibulum (o travessão que era carregado pelo condenado até o local da crucifixão). A cruz immissa é a mais aceita pelos pintores que retratam a morte de Cristo e é, sem dúvida, a aceita pela Igreja. Essa escolha deve-se a vários fatores:
– somente essa e a cruz grega permitiam que uma placa fosse colocada acima da cabeça do condenado (Mateus 27:37);
– a cruz immissa quadrata também permitiria a colocação da placa, mas é descartada porque era baixa, o que a faz não se encaixar nas descrições dos evangelhos porque a Bíblia diz que os soldados usaram um caniço para alcançar a boca de Jesus e uma lança para verificar se Ele estava morto (João 19:29 e 34). Se a cruz de Cristo fosse baixa, não seriam necessários o caniço e a lança, afinal, a haste da lança romana media cerca de dois metros. Isso descarta a possibilidade de ter sido usada a cruz grega, pois essa nunca passava de dois metros de altura;
– a cruz romana era formada por duas partes: o poste principal e o travessão, que era carregado pelo condenado até o lugar da crucifixão. “No local da crucifixão, o stipes deitado no chão ficava à espera da parte que lhe completava. Sobre ele, então, fixavam o patibulum e, em seguida, pregavam a vítima. Depois, soerguiam a peça inteira até que caísse com violência num buraco previamente preparado para esse fim. A dor, nesses casos, era inimaginável… O condenado ficava nu e assentado com uma das nádegas apoiadas sobre um banquinho chamado sedícula. Os cravos eram pregados, geralmente, no antebraço, entre o rádio e o cúbito. A Bíblia, no entanto, diz que os de Jesus foram afixados através das mãos… Com os braços estendidos em forma de “v”, a vítima ficava com os pulmões apertados e tinha de erguer-se sobre as pernas para respirar melhor.”A história registra muitas crucifixões. Entre elas, citamos:
– Heródoto comenta que Dario crucificou três mil babilônios em uma única vez;
– Tito Lívio comenta que 25 escravos foram crucificados;
– Osório testemunhou a crucifixão de 450 homens;
– Seis mil escravos foram crucificados, em uma única vez, após a morte de Epartacus;
– Adriano crucificou mais de dois mil judeus e usou os corpos deles como tochas para iluminar as estradas da Judéia.
Em 1968, foram encontrados 15 túmulos de pedra (datados entre 70 a.C. a 70 d.C.) que continham os esqueletos de 25 pessoas. Um dos esqueletos era de um jovem de 20 a 30 anos que fora crucificado. Essa foi a primeira e única ossada encontrada completa de um homem que morreu crucificado (há outras, mas com ossos muito fragmentados). Através dela, reconstitui-se, provavelmente, a forma como Jesus morreu.”
Equipe Biblia.com.br
A cruz de Jesus Cristo
A crucifixão foi praticada desde o sexto século a.C. até por volta do quarto século d.C., quando foi abolida por ordem de Constantino I em 337 d.C. Os fenícios e os gregos costumavam utilizar esse tipo de morte para punição política e militar. Os persas e os cartagineses a utilizavam para punir altos oficiais, comandantes e líderes rebeldes. Os romanos usavam a cruz para punir classes inferiores (escravos, criminosos violentos e possíveis guerrilheiros de províncias rebeldes). E foram os romanos que se especializaram nesse tipo de tortura física e mental.
A cruz era um bom instrumento de persuasão contra os rebeldes. Apesar de ser uma condenação terrível e vergonhosa, ela era praticada publicamente. Geralmente, a vítima era crucificada nua e não tinha o direito de ser sepultada dignamente. O corpo dela era deixado para os animais comerem ou era jogado no lixo público, onde se decompunha junto de excrementos e restos de lixo urbano.
“Cícero, um dos maiores juristas do Senado, e que viveu nos dias de Julio César, chamava a crucifixão de ‘summum supplicium e crudelissimum supplicium’, que traduzido seria ‘a mais extrema, mais cruel e angustiosa forma de punição." Em 63 a.C., Rabirius, um senador romano, foi condenado à morte de cruz. Cícero, então, saiu em sua defesa argumentando que a simples menção da palavra ‘cruz’ era algo inadmissível aos ouvidos de um respeitado cidadão romano. Veja o que ele escreveu na ocasião: ‘Oh! Quão grave seria ser desgraçado publicamente por uma corte, quão grave seria sofrer um castigo, quão grave seria ser banido. Mesmo assim, em meio a um desastre, gozaríamos de certo grau de liberdade. Mesmo se formos condenados à morte, podemos morrer como homens livres. Mas… a simples menção da palavra ‘cruz’ deveria ser removida não apenas da pessoa de um cidadão romano, mas até mesmo de seus pensamentos, olhos e ouvidos… A simples menção dela é um desrespeito a qualquer cidadão romano ou homem livre.’”
Plautos, um escritor que viveu por volta de 230 a 184 a.C., foi, provavelmente, o mais antigo a dar evidências sobre a crucifixão em Roma. Descrevendo as peças teatrais, ele menciona a crucifixão de escravos. Flávio Josefo, um escritor judeu, também menciona a crucifixão, dizendo que ela era a “mais desgraçada de todas as mortes”. Havia vários tipos de cruz. Possivelmente, a mais antiga forma de cruz era a crux gammata, que parecia a junção de quatro letras do alfabeto grego. Esse não era um símbolo de condenação, mas de riqueza e prosperidade. Um outro tipo era a crux ansata, que também não simbolizava condenação ou sofrimento.
Como instrumento de execução havia quatro tipos de cruz na época de Cristo. Uma era a cruz decussata, que tinha o formato da letra “x”. Ela era baixa e o condenado ficava com os pés apoiados no chão. Nessa cruz, enquanto ainda estava vivo, o condenado era deixado para que animais o comessem ou para servir de uma espécie de tiro ao alvo. Outra cruz era a immissa quadrata, uma cruz grega que se assemelhava à decussata. Ela tinha o travessão cortado na mesma medida do poste principal e também era baixa. Um terceiro tipo de cruz era a comissa, que tinha o formato da letra “T”. Essa cruz era um poste que, geralmente, ficava fixo no local da execução, ao qual se encaixava o travessão. A vítima era amarrada ao travessão e “puxada” até ao topo do poste vertical e permanecia agonizando à vista da multidão.
O quarto tipo de cruz é a immissa ou capitata, que era a mais usada pelos romanos. Ela era muito alta e era formada por duas peças: o estipes (poste que, geralmente, ficava no local da execução) e o patibulum (o travessão que era carregado pelo condenado até o local da crucifixão). A cruz immissa é a mais aceita pelos pintores que retratam a morte de Cristo e é, sem dúvida, a aceita pela Igreja. Essa escolha deve-se a vários fatores:
- somente essa e a cruz grega permitiam que uma placa fosse colocada acima da cabeça do condenado (Mateus 27:37);
- a cruz immissa quadrata também permitiria a colocação da placa, mas é descartada porque era baixa, o que a faz não se encaixar nas descrições dos evangelhos porque a Bíblia diz que os soldados usaram um caniço para alcançar a boca de Jesus e uma lança para verificar se Ele estava morto (João 19:29 e 34). Se a cruz de Cristo fosse baixa, não seriam necessários o caniço e a lança, afinal, a haste da lança romana media cerca de dois metros. Isso descarta a possibilidade de ter sido usada a cruz grega, pois essa nunca passava de dois metros de altura;
- a cruz romana era formada por duas partes: o poste principal e o travessão, que era carregado pelo condenado até o lugar da crucifixão. “No local da crucifixão, o stipes deitado no chão ficava à espera da parte que lhe completava. Sobre ele, então, fixavam o patibulum e, em seguida, pregavam a vítima. Depois, soerguiam a peça inteira até que caísse com violência num buraco previamente preparado para esse fim. A dor, nesses casos, era inimaginável… O condenado ficava nu e assentado com uma das nádegas apoiadas sobre um banquinho chamado sedícula. Os cravos eram pregados, geralmente, no antebraço, entre o rádio e o cúbito. A Bíblia, no entanto, diz que os de Jesus foram afixados através das mãos… Com os braços estendidos em forma de “v”, a vítima ficava com os pulmões apertados e tinha de erguer-se sobre as pernas para respirar melhor.”A história registra muitas crucifixões. Entre elas, citamos:
- Heródoto comenta que Dario crucificou três mil babilônios em uma única vez;
- Tito Lívio comenta que 25 escravos foram crucificados;
- Osório testemunhou a crucifixão de 450 homens;
- Seis mil escravos foram crucificados, em uma única vez, após a morte de Epartacus;
- Adriano crucificou mais de dois mil judeus e usou os corpos deles como tochas para iluminar as estradas da Judéia.
Em 1968, foram encontrados 15 túmulos de pedra (datados entre 70 a.C. a 70 d.C.) que continham os esqueletos de 25 pessoas. Um dos esqueletos era de um jovem de 20 a 30 anos que fora crucificado. Essa foi a primeira e única ossada encontrada completa de um homem que morreu crucificado (há outras, mas com ossos muito fragmentados). Através dela, reconstitui-se, provavelmente, a forma como Jesus morreu.”