40 anos no deserto antes de chegar a Terra Prometida (1/2)
deus
No capítulo 14 de Números, encontramos o relato da revolta do povo contra Deus, Moisés, Arão, Josué e Calebe após ouvirem o relatório da Terra Prometida (Êxodo 13:26-33). Nos primeiros versos, lemos:
“Todos os israelitas queixaram-se contra Moisés e contra Arão, e toda a comunidade lhes disse: “Quem dera tivéssemos morrido no Egito! Ou neste deserto! Por que o Senhor está nos trazendo para esta terra? Só para nos deixar cair à espada? Nossas mulheres e nossos filhos serão tomados como despojo de guerra. Não seria melhor voltar para o Egito? “E disseram uns aos outros: “Escolheremos um chefe e voltaremos para o Egito! “ Números 14:2-4
O contexto:
“Onze dias depois de partir do Monte Horebe, as tribos hebreias acamparam-se em Cades, no deserto de Parã, que não ficava longe das fronteiras da Terra Prometida. Ali foi proposto pelo povo que fossem enviados espias a fim de examinarem o país. (…)
“Eis um resumo das informações: terra maravilhosa sob o ponto de vista agrícola (27), especialmente para quem vinha do deserto; cidades fortes e bem armadas (28-29). É fácil de supor o espanto dos israelitas à medida que iam ouvindo tão extraordinárias notícias expostas nos versículos 28-29. De repente, porém, surgiu um dos espiões, Calebe, que, depois de impor o silêncio à multidão (30), entusiasmou o povo a proceder a conquista daquela terra sem igual.”
“Mas, depois de descreverem a beleza e fertilidade da terra, todos os espias, com exceção de dois, exageraram as dificuldades e perigos que estavam diante dos israelitas caso empreendessem a conquista de Canaã. (…) o povo que nelas habitava era forte; e seria impossível vencê-los. Declararam também que tinham visto ali gigantes, os filhos de Enaque, e era inútil pensar em possuir a terra.
Agora a cena mudou. A esperança e o ânimo deram lugar ao desespero covarde, ao proferirem os espias os sentimentos de seu coração incrédulo, que estava cheio de desânimo inspirado por Satanás. Sua incredulidade lançou escura sombra à congregação, e o grande poder de Deus, tantas vezes manifesto em prol da nação eleita, foi esquecido. O povo não se deteve a refletir; não raciocinou que Aquele que os trouxera até ali certamente lhes daria a terra; não se lembravam de quão maravilhosamente Deus os libertara de seus opressores, abrindo caminho através do mar, e destruindo as hostes perseguidoras de Faraó. Puseram a Deus fora da questão, e agiram como se devessem confiar apenas no poder das armas.
Em sua incredulidade limitaram o poder de Deus, e não confiaram na mão que até ali os guiara com segurança. E repetiram seu erro anterior de murmurar contra Moisés e Arão. “Este, pois, é o fim de todas as nossas grandes esperanças?” disseram. “É esta a terra para possuir a qual viajamos desde o Egito.” Acusaram seus chefes de enganar o povo, e acarretar angústia sobre Israel.
O povo ficou desesperado em seu desapontamento e aflição. Ergueu-se um pranto agoniado, e misturou-se com o murmúrio confuso das vozes” (…)
“Perante o crédito a dar às palavras dos espias e a fé no Deus invisível, a massa do povo israelita preferiu o primeiro caso, antepondo-o às maravilhas operadas pelo Senhor através do Seu servo Moisés. Por isso, o desespero desse povo o levou a pensar em escolher um novo guia e a voltar ao Egito (4). Josué e Calebe, os dois espias fiéis ao Senhor insistiram para que confiassem na vitória final que Deus lhes havia de dar, afirmando ser fácil a conquista de Canaã se o Senhor se agradasse deles (6-9). O povo, porém, respondeu-lhes com uma tentativa de apedrejamento (10).”
Continue lendo e saiba qual foi a resposta de Deus para a revolta do povo…
*Imagem
¹ Números (Novo Comentário da Bíblia) p.47
² Patriarcas e Profetas, p. 279-280
³ Números (Novo Comentário da Bíblia) p. 49