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Existe saída para as drogas

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Por Márcia Fernandes de Castro Negrão

Desde junho, adolescentes flagrados com drogas no Rio de Janeiro são ouvidos por uma corte especial e encaminhados para uma clínica de tratamento de dependentes químicos. A iniciativa, implantada pela 2a. Vara da Infância e da Juventude, está sendo copiada por outras instâncias e por outras capitais, como Salvador e Recife. “Antes eles eram punidos, mas não abandonavam o vício”, diz Zoraide Oliveira dos Santos, comissária de Justiça da Infância e da Juventude. “A medida diminuirá o número de jovens que voltam a usar a droga.” O modelo, aplicado nos Estados Unidos, reduziu a reincidência em 70% dos casos.

O fato é que há um caminho de saída para qualquer problema, inclusive as drogas. Há 2 aspectos importantes: a prevenção e a cura.

1. Prevenção – O velho ditado ainda é válido: “É melhor prevenir do que remediar.” A prevenção de qualquer problema é, não resta dúvida, o melhor caminho. Vivemos, porém, num mundo cheio de angústia, medo, aflição, incerteza e tentações de todos os tipos. Em virtude disso, há muita gente nas garras de vícios destruidores. Quero, em primeiro lugar, focalizar o recurso da prevenção.

O uso de drogas tem causas bem conhecidas. Não se pode, em cada caso, dizer que foi esta ou aquela causa, mas sempre existe uma causa. No processo de prevenir o problema do uso de drogas, é indispensável levarmos em conta alguns aspectos. E eu diria que o melhor método é evitar o desenvolvimento de uma atmosfera favorável ao vício. Por exemplo:

Pais e educadores devem orientar os adolescentes e jovens, a fim de que tenham uma vida de realização e êxito. Qualquer falha nesse sentido, pode ocasionar um vazio existencial. É nesse vazio que o mal encontra uma porta aberta. Educá-los para a responsabilidade – eis a questão. Ocupação, trabalho útil, uma filosofia de vida equilibrada – são recursos indispensáveis na conquista de uma vida plena. Quando se alcança esse ideal, está fechada a porta para as “fugas”.

O procedimento anterior dificulta a segunda causa: o desespero. Pessoas bem equilibradas em sua maneira de pensar e agir, têm controle da situação, e assim o desespero dificilmente as leva a buscarem expedientes escusos para aliviar os problemas. É também importante o amor por parte dos pais e responsáveis, a fim de que os que se acham em desespero não saiam pela porta dos fundos. A mão no ombro significa: Estou a seu lado; conte comigo.

O ambiente é outra grande tentação em nossos dias. Como o problema das drogas está disseminado como um câncer avançado, é necessário preservar aquelas células da sociedade que ainda não foram afetadas. Não podemos isolar nossos filhos; nem isolar-nos tampouco. Faz-se necessário, todavia, que fortaleçamos os jovens e adolescentes para que, no contato com influências deletérias, sejam mais fortes que a própria tentação. Como o pensamento do grupo é uma fonte determinante entre os jovens é preciso desenvolver em sua mente a coragem de dizer “não”. O conceito de autenticidade é muitas vezes distorcido. Muitos pensam que ser autêntico é assumir tudo, sem medo e sem máscara. Ou identificar-se com a onda do momento. Ser autêntico é o contrário dessa ideia. Ser autêntico é ser diferente, estar ao lado do que é bom e correto, custe o que custar. Tal filosofia de vida – que a família e a escola podem proporcionar – prepara as pessoas para enfrentarem a influência do meio em que vivem.

Os desequilíbrios educacionais – uma outra causa – geram filhos inseguros, revoltados e fracos. A família deve ser um ninho de amor e segurança. Os pais precisam, pelo exemplo, demonstrar que o caminho seguro é o da retidão. Um trem está seguro enquanto anda sobre os trilhos. Assim também, os jovens estão seguros enquanto andam na trilha do bem. E os pais são muito importantes neste aspecto. Preparados desta maneira, os filhos não serão vítimas do proselitismo que campeia por aí, nas esquinas da vida. Não serão levados pela influência de alguns veículos de comunicação, que destacam o lado negativo da vida a fim de alcançar maiores lucros. Os filhos encontram força contra a tentação das drogas, quando os pais e professores lhes dão a verdadeira perspectiva da felicidade. Uma vida feliz não é a que se entrega a paixões, mas a uma experiência centrada no equilíbrio. O prazer pelo prazer – o hedonismo – abre caminho para que os jovens se aventurem em maiores sensações. E as drogas são apresentadas, nas ruas, praças e lugares recônditos como deuses da euforia, do prazer pleno e sem inibições. Movidos pela curiosidade ou desejosos de sair da “fossa”, os jovens estendem a mão aos que lhes fazem a proposta de uma vida cheia de novas sensações.

Famosa escritora cristã afirmou que a força de um homem não se mede pela quantidade de emoções e sentimentos que o dominam, e sim, pela capacidade de dominar essas emoções e esses sentimentos. A vida é feita de emoções e sentimentos também. Mas o controle é importante em tudo, pois deve determinar o procedimento dentro de limites seguros. Em suma, o melhor antídoto contra os vícios é uma vida equilibrada. Uma vida que não necessite de muletas.

Thomas Gleaton, que dirige a mais atuante entidade de combate às drogas nos Estados Unidos – o Pride (Instituto Nacional de Pais para a Educação Sobre Drogas) – foi entrevistado pela revista Veja, há algum tempo atrás. Em uma de suas respostas, disse:

“Se o jovem é educado desde pequeno em um ambiente onde a saúde física é valorizada, é natural que ele absorva esses valores e procure preservá-los. Cuidar da saúde não é uma moda, como a onda de ginástica aeróbica e alimentação natural que se espalhou pelo mundo nos últimos anos, mas um processo de educação. É preciso reconhecer as vantagens de cada estilo de vida para se acreditar nele. Da mesma forma, é importante que o jovem saiba onde está o perigo do consumo de drogas e que tenha consciência dos efeitos negativos que elas podem causar a sua saúde física e mental.”

2. A cura – É possível, sim. E você pode passar esse recado adiante. No excelente livro O Desafio das Drogas – Como Vencê-lo, Azenilto G. Brito, jornalista, escreve o seguinte, à página 132:

“Tratando do tema da recuperação de toxicômanos, o psiquiatra argentino, Eduardo Kalina, ressalta: ‘Curar-se significa dizer NÃO.’ E acrescenta: ‘O dependente da droga deverá aprender esse NÃO, de preferência com a colaboração de seus pais, mas também sem ela, caso seja impossível obtê-la. Esse NÃO que ele próprio grafa com destaque ‘constitui um pilar fundamental do arsenal terapêutico da equipe especializada’, afirma.

“Se alguém lhe oferecer tóxico, não aceite. Não se deixe tentar por nenhuma razão e saiba principalmente dizer não. Desejo que ninguém chegue a conhecer esse inferno que conheci: o mundo do vício”. Mais abaixo, na mesma página, Brito cita o seguinte conselho contido no folheto Adeus às Armas: “O essencial na recuperação e cura de um toxicômano ou alcoólatra é a auto-estima, a compreensão e incentivo da família, dos amigos e dos orientadores da comunidade.”

Na luta contra os tentáculos das drogas, não se pode negar a ajuda divina. O Criador do corpo humano pode recria-lo, restaurando-lhe as forças. Pode também dar ânimo e energia ao viciado, para que saia do atoleiro. Há um livreto intitulado Além das Drogas, da autoria de Reuel Feitosa, que oferece bastante estímulo espiritual. Na página 34, Feitosa afirma: “Saiba que uma crise não dura a vida toda. Ela vem, aperta e passa. Nunca desespere. Cada crise que você vence é mais um passo para a total libertação. Após a borrasca o arco-íris surge no céu! Confie no Senhor. O Espírito Santo é grande ajudador. O Consolador que nunca nos abandona. Ele está ao nosso lado e nos ajuda em nossas fraquezas.”

Equipe Biblia.com.br

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
– Revista Cláudia – Julho/2001.
– Livre para Viver – O Prazer da Liberdade Total – Rubens S. Lessa

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