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Um será tomado, e deixado o outro

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O verso 40 deve ser compreendido em seu contexto, cuja ênfase é o aspecto repentino da segunda vinda do Senhor.

“O que Cristo quis dizer em Mateus 24:28, 40 e 41?”

“Não haveria nada de secreto ou misterioso sobre o retorno de Jesus. Todos saberiam do Seu retorno a Terra, pois todos O veriam (Apocalipse 1:7). As palavras de Cristo não deixam margem para um arrebatamento secreto, para uma vinda mística ou para qualquer outra falsa teoria inventada por piedosos e excessivamente zelosos pretensos ‘profetas’. A humanidade iria ‘ver’ Jesus ‘vindo sobre as nuvens do céu’ (Mateus 24:30, cf. Mateus 16:27; 26:64; Marcos 8:38; 14:62; Atos 1:11; Apocalipse 1:7). Não haveria nenhuma dúvida quanto ao evento. Quando Jesus retornar, todos saberão disso sem que nada tenha que ser dito.”1

Quando Cristo Se aproximar da Terra, vai parecer que Ele vem do oriente: “Quando o Filho do homem vier, será manifesto abertamente a todos: “Porque assim como o relâmpago sai do Oriente e se mostra no Ocidente, assim será a vinda do Filho do homem” (Mateus 24:27).

“A declaração enigmática do verso 28 era, provavelmente um provérbio popular. Ao ver um bando de abutres (provavelmente não ‘águias’ …) circulando no ar ou pousados no chão, uma pessoa certamente concluiria que devia haver carniça por perto; caso contrário, os abutres buscariam alimento isoladamente. Em outras palavras, essas aves se reúnem somente quando há um motivo. A aplicação do ditado, de acordo com vários comentaristas, é que a multiplicação dos sinais é uma evidência de que algo decisivo está ao alcance. Outros sugerem que, no cenário de Mateus 24, o ditado pode ser um alerta para os cristãos contra reuniões para ver falsos cristos ou para ouvir falsos profetas (versos 25,26). Eles vão acreditar que Cristo está realmente voltando somente quando O contemplarem vindo sobre as nuvens do Céu (verso 27; comparar com Jó 39:30).”2

O verso 40 deve ser compreendido em seu contexto, cuja ênfase é o aspecto repentino da segunda vinda do Senhor. Jesus exemplifica essa verdade com o fato do que ocorreu com os antediluvianos no tempo de Noé. Deus suscitara um profeta que deveria advertir o mundo sobre o dilúvio. As pessoas deveriam se arrepender e aceitar a provisão divina para a salvação. Entretanto, elas não deram atenção para a mensagem profética e continuaram vivendo como se nada fosse acontecer. De repente, “Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos” (Mateus 24:39). Então Jesus conclui: “Assim será também a vinda do Filho do Homem” (v. 39). Desse modo, a declaração de Jesus de que “um será tomado, e deixado o outro” (v 40; ver v. 41) deve ser entendida no contexto de que muitos serão pegos de surpresa pela repentina volta de Jesus. Por isso Cristo ressalta em todo o Seu discurso a necessidade da vigilância: “Portanto, vigiem, porque vocês não sabem em que dia virá o seu Senhor […] Assim, vocês também precisam estar preparados, porque o Filho do homem virá numa hora em que vocês menos esperam” (Mateus 24:42, 44).

O Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia declara: “As advertências para ‘tomar cuidado’ e ‘vigiar’ constituem o tema recorrente do capítulo. Para ilustrar a importância de permanecer alerta, Jesus usou seis parábolas: do porteiro (Marcos 13:34-37), que está aqui condensada em um só versículo (Mateus 24:42); do pai de família (v. 43, 44); do servo bom e do mau (v. 45-51); das dez virgens (Mateus 25:1-13); dos talentos (v. 14-30); e a do grande julgamento (v. 31-46).”3

Em nenhum lugar na Bíblia há espaço para um interpretação de que a Segunda Vinda de Cristo será secreta. Na verdade, é o oposto. Nesse mesmo contexto de Mateus 24 Jesus afirma: “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as nações da terra se lamentarão e verão o Filho do homem vindo nas nuvens do céu com poder e grande glória” (Mateus 24:30). Portanto, a segunda vinda de Cristo será universalmente visível. Ele virá “com poder e grande glória”, e “todas as nações da terra” o verão. Ele “vem com as nuvens  e todo o olho o verá” (Apocalipse 1:7). “E ele enviará os seus anjos com grande som de trombeta, e estes reunirão os seus eleitos dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus” (Mateus 24:31). Então, “Pois, dada a ordem, com a voz do arcanjo e o ressoar da trombeta de Deus, o próprio Senhor descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro” (1 Tessalonicenses 4:16). Em síntese, com base nesses textos podemos afirmar:

1) A segunda vinda de Jesus será universalmente visível;

2) Jesus virá em Sua majestade, com poder e grande glória;

3) Todo o olho o verá;

3) Será um evento audível, ao som de trombetas;

4) Jesus voltará acompanhado de todos os seus anjos (cf. Mateus 25:31);

5) Os mortos em Cristo ressuscitarão (cf. 1 Coríntios 15:41-54).

Esse ponto deve ser reiterado, pois biblicamente não há nenhum espaço para que se imponha ao texto a ideia de que a segunda vinda de Jesus será secreta. Cuidado! Esse é um engano muito perigoso, e o inimigo deseja enganar até mesmo os escolhidos (Mateus 24:24). Portanto, atente-se para a história de Noé que é colocada como exemplo do que ocorrerá quando Jesus voltar. Depois de advertir o mundo por 120 anos, Noé e sua família entraram na arca, e o Senhor fechou a porta (Gênesis 7:16). As pessoas “não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos” (Mateus 24:39). Note o fato de que aquelas pessoas que não deram ouvidos aos apelos divinos se perderam, e não tiveram outra chance depois que a porta da arca se fechou. Jesus afirmou: “Assim será também a vinda do Filho do Homem” (Mateus 24:39). Não haverá uma segunda chance depois que a porta da graça se fechar. Desse modo, a ênfase de Mateus 24 é muito relevante:

“Portanto, vigiem, porque vocês não sabem em que dia virá o seu Senhor […] Assim, vocês também precisam estar preparados, porque o Filho do homem virá numa hora em que vocês menos esperam” (Mateus 24:42, 44).

Equipe Biblia.com.br

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1 Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, vl. 5), p. 535.

2 Ibid.

3 Idem, p. 539.

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