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A semana através dos tempos

sábado

"Podem os adventistas provar que o sábado é o dia sétimo exato desde a criação? Estão eles certos de que tem sido conservado... durante todos os séculos?!

Por A. B. Christianini 1

Há uma acusação que é assim formulada: “Podem os adventistas provar que o sábado é o dia sétimo exato desde a criação? Estão eles certos de que tem sido conservado… durante todos os séculos?! Certamente não.”

E nós respondemos, com absoluta firmeza: Certamente sim! E ficam os oponentes aos mandamentos de Deus na obrigação de provar em que época, em que dia, mês e ano ocorreu a alteração dos dias da semana. Notem os leitores que não se apresenta uma única prova sequer em favor da interrupção do ciclo semanal através da história. Apenas afirmações vagas, imprecisas, hipotéticas. Coisas assim: “Quem sabe foi na ocasião do dilúvio… Quem quem sabe no período anárquico dos juízes… Quem sabe… talvez… é provável…” etc. Isto é um “complexo de extravio de tempo” que acomete os antiadventistas, em grande parte devido ao modernismo religioso, calcado em equivocadas ideias evolucionistas, que os induz a não levarem a sério a antiguidade do dia do repouso.

Na era pré-cristã não se perdeu o dia original de repouso. Na nossa era não seria possível perder-se. Consideremos estes fatores:

1. Impossibilidade do mundo perder a contagem de um dia.

Uma simples pessoa dificilmente perde a contagem de um dia. Mais difícil é que uma família o faça. Seria possível que um povoado, ou cidade, ou país perdesse a contagem de um dia? Seria, pois, absurdo admitir que o mundo com seus bilhões de habitantes, grande parte observando o primeiro dia da semana, perdesse a contagem do dia!

2. O cuidado de Deus.

É absurdo supor que Deus exija a observância de uma instituição – como no caso do sábado por mandamento – e permita que este dia se extravie através dos tempos.

3. Os judeus.

Nos tempos de Jesus, os judeus eram extremados na guarda do sábado. Ao serem espalhados, dispersos por todas as nações da Terra, após a destruição de Jerusalém, levaram consigo a observância sabática. Em tempo algum se perdeu o sétimo dia nas nações em que se estabeleceram.

4. O costume e a História.

O Pastor William Jones, de Londres, com a cooperação de competentes linguistas de todo o mundo, elaborou um mapa da semana em 162 idiomas ou dialetos. Todos reconheceram a mesma ordem dos dias da semana, e 102 deles denominaram o sétimo dia, de sábado. Abram-se as enciclopédias, cronologias seculares ou eclesiásticas, e o domingo é reconhecido como o primeiro dia da semana, logo depois do sábado. Quer dizer que não houve extravio algum.

5. As igrejas.

A igreja primitiva observava o sábado. O Prof. Edward Brerewood, em sua obra Learned Treatise of the Sabbath, Oxford, 1631 (notem bem a data), afirma: “O sábado ou sétimo dia… era observado religiosamente na igreja oriental por 300 anos ou mais depois da paixão do Salvador.” Quer observadores do domingo (católicos e protestantes), quer da sexta-feira (mulçumanos) ou do sábado (judeus e adventistas), na era cristã, jamais houve eles a menor dúvida quanto ao dia que guardam.

6. Astronomia.

Os registros astronômicos e datas, que remontam a 600 a.C. concordam com a contagem dos astrônomos de hoje, de que jamais se alterou em tempo algum o ciclo semanal.

Reformas do calendário.

Houve, de fato, mudanças no calendário. Nenhuma delas, porém, mexeu com a ordem dos dias da semana. Não vamos referir-nos às reformas precárias que não foram adotadas, ou apenas simbólicas como o calendário positivista, o da Revolução Francesa, e outros. Analisemos resumidamente as mudanças que alteraram a contagem dos meses, dias e anos. O calendário judaico vinha dos primeiros tempos bíblicos, e consignava o sábado. Os calendários das demais nações do Antigo Oriente, embora dessemelhantes quanto aos meses ou anos, eram contudo idênticos na divisão semanal.

O calendário romano mais antigo, que se crê fora dado por Rômulo, na qual propôs um ano de 305 dias em 10 meses, a partir de março. Numa, sucessor de Rômulo, acrescentou dois meses, elevando o ano civil para 365 dias. Quando Júlio César subiu ao poder supremo de Roma, notando que o calendário vigente era deficiente, chamou o famoso astrólogo Alexandrino Sosígenes para estudar a questão. Este determinou que se abandonasse o calendário dos meses lunares, e se adotasse o egípcio. Essa reforma foi feita em 45 a.C. e a semana que vinha no calendário egípcio era paralela à do calendário judaico, e foi mantida.

Assim a ordem setenária dos dias da semana não se alterou. Isso foi antes do nascimento de Cristo. Nos tempos de Jesus e dos apóstolos, a semana na Palestina coincidia com a semana dos romanos quanto a ordem dos dias. Também a denominação dos dias era a designação ordinal, pois os nomes aos dias da semana se devem a Constantino, o mesmo que, por decreto, legalizou a observância do primeiro dia. Voltando a Júlio César, o calendário ficou alterado, sem afetar a ordem dos dias semanais. É a reforma chamada juliana.

A outra reforma que alterou a contagem, mas não a semana, é a denominada gregoriana, feita por ordem do Papa Gregório XIII. Os países latinos: Espanha, Portugal e Itália aceitaram-na em 1582. A reforma se fez no dia 4 de outubro daquele ano. O dia 4 de outubro pulou para 15 (havendo portanto uma subtração de 10 dias). Mas o dia 4 foi quinta-feira, e o dia 15 logo a seguir foi a sexta-feira, permanecendo inalterado o ciclo semanal. Nos países de fala inglesa a mudança gregoriana só foi aceita em 1752, em setembro daquele ano. Assim o dia 2 foi seguido pelo dia 14. Mas o dia 2 de setembro caiu, numa quinta-feira. De novo não se alterou a semana.

Testemunho dos Astrônomos.

Não creio haver pessoas mais bem informadas a respeito do assunto do que os astrônomos. Recorramos, pois, a eles. Eis o que depõem:

“Tivemos a oportunidade de investigar os resultados dos trabalhos de especialistas em cronologia, e jamais se soube de um sequer que tivesse a menor dúvida acerca da continuidade do ciclo semanal desde muito tempo antes da era cristã. Nenhuma das reformas havidas em nosso calendário, em séculos passados, afetou de algum modo o ciclo da semana.” – Dr. A. James Robertson, Diretor do Observatório Naval de Washington, respondendo a carta de consulta, em 1932. (Fotocópia publicada à pág. 560 de Answers to Objections, de F. D. Nichol).

Outra carta assinada por Sir Frank W. Dyson, do Real Observatório de Greenwich, Londres, diz, em 1932: “Tanto quanto se sabe, nas várias mudanças do Calendário, não tem havido nenhuma alteração na ordem dos sete dias da semana, a qual transcorre inalterada desde os mais remotos tempos.” (Fac-símile no mesmo livro, pág. 562).

Depoimento do Prof. D. Eginitis, Diretor do Observatório de Atenas, num relatório apresentado à antiga Liga das Nações: “A quebra da continuidade da semana, que tem atravessado, ainda intacta, os séculos e todos os calendários conhecidos, e o uso universal desta unidade de medição de tempo, são as razões que se opõem a esta mudança de calendário.”

Em Nature, publicação científica inglesa, de 06/06/1931, na “Coluna da Astronomia”, há o seguinte tópico: “A regularidade ininterrupta da seqüência das semanas, que têm decorrido sem uma quebra por mais de três mil anos, está agora levantando debates… Alguns… defendem a utilidade de manter-se a unidade do tempo que se mantém invariável desde o alvorecer da História.”

O Dr. Fotheringham, uma das mais eruditas autoridades em cronologia, num artigo, publicado no Nautical Almanac para 1931, pág. 740, afirma: “Evidência clara é que o período de sete dias era contado independentemente do mês e de todos os períodos astronômicos. Da Igreja Judaica passou-se ele para a Igreja Cristã.”

O congressista Sol Bloom, de Nova Iorque, falando no senado americano, em 11/06/1929, sobre a reforma do calendário, disse: “As mudanças do calendário de modo algum interferiram na continuidade dos dias da semana… Não produziram quebra no ciclo semanal. As datas do mês foram alteradas, mas nunca os dias da semana… Não foi alterada quando a França cancelou dez dias de seu calendário no mês de dezembro. A mudança teve lugar numa sexta-feira, mas continuou sendo sexta-feira dia 20 em vez de sexta-feira dia 10… Os dias do ciclo semanal jamais foram alterados em tempo algum, em qualquer reforma processada no calendário.” – Congressional Record, junho, 1829, pág. 5.

“A divisão da semana vem inalterável em milhares de anos” – M. Anders Donner, professor de Astronomia da Universidade de Helsinqui (Report on the Reform of the Calendar, 17 de agosto, 1926, pág. 51.

O espaço não nos permite citar perto de quinze depoimentos de autoridade em matéria de calendário, entre elas o Prof. M. Edouard Bailland, Diretor do Observatório de Paris, o Prof. Frederico Oom, Diretor do Observatório Astronômico de Lisboa, o Prof. M. Emile Picard, Presidente do Office of Longitudes.

Concluiremos com a transcrição dos debates havidos em torno da reforma do calendário, no Congresso de Washington, sessão de 21/01/1929, entre os congressistas Sol Bloom, Cyrenus Cole e W. S. Eichelberger, então Diretor do Observatório Naval dos E.U.A:

Mr. Bloom: Não é um fato que, nas mudanças produzidas no calendário, as datas foram mudadas, porém nunca os dias? V. Exa. sabe de algum tempo na História em que algum calendário, a partir do princípio do remoto calendário egípcio, em que o dia da semana se tenha trocado?

Mr. Eichelberger: Não, não sei absolutamente.

Mr. Bloom: Mas as datas foram mudadas?

Mr. Eichelberger: Sim, não há dúvida.

Mr. Bloom: V. Exa. pode mudar qualquer data do calendário a seu critério, como o fez o Papa Gregório, desprezando 10 dias em 1582, e o britânicos 11 dias em seu calendário, instituindo-se assim o calendário sob o qual vivemos. As datas foram trocadas, mas não foi alterado sequer um dia da semana…

Mr. Eichelberger: Tanto quando eu saiba, isto é exato.

Mr. Cole: Há fundamento na crença de que o sábado, ou outros dias da semana se têm sucedido em ininterrupta continuidade desde tempos remotos?

Mr. Eichelberger: Tanto quanto eu sabia, isto é verídico. – Congressional Report, pág. 68.

Temos absoluta certeza de que o dia de sábado jamais se perdeu na meada dos milênios. E, a despeito da multiplicidade das provas, contentamo-nos com uma: sendo o dia que tem o brilho inviolável da bênção divina, jamais se perderia na noite dos tempos. O próprio Deus Onisciente cuidou que assim fosse. E de fato o foi.

Já o mesmo não ocorre com os professos cristão em relação ao seu espúrio dia de repouso. Não têm certeza de que não se tenha extraviado nalguma alteração cronológica ou mudança de calendário na era cristã. Com este “complexo de extravio de dia”, nem têm certeza do dia que guardam. Isto, porém, é um problema que pertence a eles.

Equipe Biblia.com.br

1 Subtilezas do Erro, 2.ª ed., 1981, pág. 168.

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