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Dom de língua: o que é e para que serve?

Espírito Santo

Segundo a Bíblia, dom de língua é a capacidade de falar outra língua conhecida, com o objetivo de anunciar as Boas Novas da salvação em Cristo ao mundo.

O Dom de Línguas tem sido incompreendido pelos sinceros irmãos da atualidade. Há mesmo quem afirme que os que não falam em “Língua Estranha” são crentes incompletos, cristãos de segunda classe. Asseguram outros que a única prova de ser batizado com o Espírito Santo é falar “língua estranha”.

1. DEFINIÇÃO: Segundo a Bíblia, dom de língua é a capacidade de falar outra língua conhecida, com o objetivo de anunciar as Boas Novas da salvação em Cristo ao mundo.

Mateus 28:19,20 diz que devemos “ensinar as pessoas a guardarem todas as coisas”. Observe que para ensinar é indispensável conhecer a língua falada do estrangeiro. “A manifestação do Espírito é concedida a cada um visando a um fim proveitoso” (1 Coríntios 12:7). Concluímos obviamente, que o falar em língua tem que ter uma utilidade, tem que ser ao menos inteligível, ou seja, compreensível.

Esta experiência autêntica aconteceu com os discípulos por ocasião do Pentecostes:

“Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados. E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem. Ora, estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, vindos de todas as nações debaixo do céu. Quando, pois, se fez ouvir aquela voz, afluiu a multidão, que se possuiu de perplexidade, porquanto cada um os ouvia falar na sua própria língua. Estavam, pois, atônitos e se admiravam, dizendo: Vede! Não são, porventura, galileus todos esses que aí estão falando? E como os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna? Somos partos, medos, elamitas e os naturais da Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto e Ásia, da Frígia, da Panfília, do Egito e das regiões da Líbia, nas imediações de Cirene, e romanos que aqui residem, tanto judeus como prosélitos, cretenses e arábios. Como os ouvimos falar em nossas próprias línguas as grandezas de Deus?” (Atos 2:1-11).

O relato mostra que o dom de línguas foi dado para evangelizar. O verso 6 declara que “cada um ouvia falar na sua própria língua” e o verso 8 confirma: “e como os ouvimos falar cada um em nossa própria língua materna?” E pela terceira vez exclamaram os estrangeiros: “como os ouvimos falar em nossa própria língua as grandezas de Deus ? (Verso 11).

Havia naquele lugar mais de 16 nações diferentes. Os Apóstolos não tinham tempo e nem uma escola para aprenderem todos aqueles idiomas. Você percebeu? Houve uma “NECESSIDADE” de pregar o evangelho; por isso, o Senhor deu-lhes o dom. Note que os discípulos não falaram palavras ou sílabas sem sentido. Eram compreendidos em outros idiomas.

Há 2 aspectos importantes ao analisarmos o dom de línguas em Atos 2:

a) Teve um propósito de evangelizar os estrangeiros. A finalidade era a edificação dos crentes e o desenvolvimento da causa de Deus;

b) Foi compreendido por todos. Não eram expressões ininteligíveis ou que provinha de algum êxtase sentimental descontrolado.

Atos 2:22-36 – A mensagem de Pedro centralizava-se em Jesus.
Atos 2:41- Observe que houve resultados. Batizaram-se 3.000 pessoas.

Vejamos o texto de 1 Coríntios 14:6-9:

“Agora, porém, irmãos, se eu for ter convosco falando em outras línguas, em que vos aproveitarei, se vos não falar por meio de revelação, ou de ciência, ou de profecia, ou de doutrina? É assim que instrumentos inanimados, como a flauta ou a cítara, quando emitem sons, se não os derem bem distintos, como se reconhecerá o que se toca na flauta ou cítara? Pois também se a trombeta der som incerto, quem se preparará para a batalha? Assim, vós, se, com a língua, não disserdes palavra compreensível, como se entenderá o que dizeis? Porque estareis como se falásseis ao ar.”

Paulo continua enfatizando a necessidade de expressar-se de maneira inteligível (1 Coríntios 14:18, 19, 23).

Concluindo, diríamos que o dom de línguas é um dom válido desde que a língua seja inteligível, compreensível. Este dom não pode ser usado para orgulho pessoal. O dom de línguas é concedido para evangelizar outras pessoas de outras nações que não conhecem a Cristo.

2. A Bíblia apresenta seis regras a serem seguidas quanto ao Dom de Línguas:

a) No máximo 3 pessoas devem falar;
b) “E isto sucessivamente” (Verso 27). Isto é, um de cada vez, não dez ou vinte falando numa só vez;
c) Deveria haver tradutor (intérprete) – 1 Coríntios 14:28.
d) É entendido por todos (Atos 2:9-12).
e) Edifica a Igreja (1 Coríntios 14:5, 26).
f) É enriquecido pelo amor ( 1 Coríntios 13:1 e 9).

Os Cristãos de hoje ferem estas seis regras frontalmente. Em muitas congregações, por exemplo, há certo número de pessoas e todos querem falar ao mesmo tempo. Não pode haver intérpretes porque os que falam não sabem o que estão falando.

OBSERVAÇÃO: Por que utilizar o dom de língua no Brasil se todos falam o português? É verdade que há estrangeiros que não compreendem o português e por isso eles precisam ser ensinados sobre o evangelho no idioma que eles conhecem.

Em 1 Coríntios 14:33, 40 diz que “Deus não é de confusão e sim de ordem e paz. A obra de Deus sempre se caracteriza pela calma e a dignidade. Havendo muito barulho choca os sentidos (ver Mateus 6:6 e Salmo 139:1-6). Deus não é surdo.

3. O Espírito Santo somente é concedido aos que “OBEDECEM” ( Atos 5:32).

4. O fato de alguém falar em línguas não é prova de ser batizado com o Espírito Santo. A bíblia apresenta diversas pessoas que receberam o Espírito Santo, contudo, não falaram em línguas. São elas:

• Os samaritanos (Atos 8:17);
• A virgem Maria (Lucas 1:35);
• Estêvão (Atos 6:5; 7:55);
• Saul, o primeiro rei de Israel (1 Samuel 10:10);
• Gideão, juiz de Israel (Juízes 6:34);
• Sansão, outro juiz (Juízes 15:14);
• Zacarias, pai de João Batista (Lucas 1:67);
• Bezalel, em tempos remotos (Êxodo 31:1-3);
• João Batista e sua mãe (Lucas 1:15 e 41);
• Os sete diáconos (Atos 6:1-7);
• Jesus Cristo (Lucas 3:22).

Vemos que Jesus nunca falou em línguas. Será que ele não tinha o Espírito Santo? Claro que tinha! Ele não usou este dom porque não havia “necessidade”.

Exigir que todos os irmãos falem em línguas é querer dirigir o Espírito. É ir contra a soberania do Espírito Santo, pois somente ele é quem distribui os dons como Ele quer (1 Coríntios 12:11).

5. O termo “Língua dos Anjos” só aparece em 1 Coríntios 13:1, quando Paulo assim diz: “Ainda que eu fale a língua dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine”. Paulo está apenas salientando que mais importante do que falar a língua dos homens e dos anjos, é ter amor. Não está afirmando que esta manifestação estranha de língua seria língua dos anjos.

Observe que sempre que os anjos se comunicam com os homens, falam o idioma dos homens.

Exemplos:
• Os anjos falam a língua de Ló (Gênesis 19:15);
• Anjos falaram a língua dos pastores (Lucas 2:8-14);
• Falaram a língua de Maria (Lucas 1:26-28).

6. Em Marcos 16:17 diz: “Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome, expelirão demônios: falarão novas línguas”. O que significa falar uma nova língua na bíblia? O texto original grego responde.

Há duas palavras gregas diferentes para descrever nova língua: NÉOS e KAINÓS.
• NÉOS é novo no sentido de “tempo”, recente. Não existia antes.
• KAINÓS é novo na forma ou na “qualidade”. Algo que já existia.

Exemplo: A pessoa tinha um carro ano 71 e trocou por um ano 90. Para a pessoa que comprou, o carro é novo; significa novo na “experiência”, pois o carro já existia. Assim é o dom de línguas. Para a pessoa que aprendeu a nova língua é nova (Kainós), mas o idioma já existia, já era falado por um grupo de pessoas. Só para a pessoa que aprendeu o novo idioma é novo ( Kainós).

Em Marcos 16:17 a palavra grega usada é KAINÓS e não NEÓS. Isto significa que Jesus prometeu aos seus discípulos falarem novas línguas que já existiam e não uma nova língua desconhecida até então.

No ano de 1955 na cidade de Malacacheta (MG), aconteceu um fato que merece nossa análise. Estavam reunidas em uma igreja, dezoito pessoas falando em “línguas”. De repente, tomados por um êxtase, investiram e mataram cerca de 4 crianças. Será que este espírito que possuiu aquelas pessoas era o Espírito de Deus? Claro que não! (Veja Gálatas 5:22-23).

CONCLUSÃO: A língua falada é um sistema de linguagem em que os seres humanos dotados de inteligência se comunicam e se entendem perfeitamente. As línguas estranhas faladas hoje por muitos nada tem em comum com as mais de 3.000 línguas e dialetos existentes no mundo. Por conseguinte, não possui valor nenhum para a identificação inteligente da fé Cristã.

Equipe Biblia.com.br

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