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assiria, assur

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Assur era um dos netos de Noé (Gn 10.11,22), a quem a idolatria dos últimos tempos tinha elevado à posição de um deus. os assírios chamam muitas vezes ao seu país ‘a terra do deus Assur’ – nos tempos primitivos a capital do império era Assur (Kileh-Shergat), e é provável que o nome de Assíria derivasse desta cidade. País e Povo. Na geografia antiga, Assíria era um país situado ao oriente do rio Tigre, limitada ao norte pela Armênia, a leste pela Média, e ao sul pela Susiana e Caldéia. A região é atravessada por vários rios, sendo o principal o Tigre (*veja Hidéquel). os territórios ao norte e ao sul eram montanhosos, ainda que nada impróprios para pastagens, produzindo também frutas, trigo e algodão. Foi para estas montanhas que Salmaneser mandou como colonos os habitantes de Efraim e Galiléia, quando ele se apoderou das dez tribos (2 Rs 17). Agora são, em parte, povoadas pelos nestorianos, cujos antepassados abraçaram o Cristianismo. o povo acha-se mergulhado numa rude e supersticiosa ignorância. Assur foi, primitivamente, o nome, não de um país, mas de uma cidade fundada em tempos remotos nas margens do Tigre – mais tarde o país circunjacente recebeu essa denominação. Foi edificada por um povo de raça semelhante à dos modernos turcos, sendo mais tarde conquistada pelos assírios semíticos, gente ligada pelo sangue e linguagem aos hebreus e árabes. o nome que, primitivamente, significava ‘limite de água’, foi ligeiramente mudado pelos assírios, tomando a forma de uma palavra que, na Assíria, quer dizer ‘gracioso’. E assim tornou-se Assur uma personificação divina do poder e constituição da Assíria. Assur (Kileh-Sherghat) não foi sempre a capital, sendo mudada a sede do governo para Nínive, Calá e Dur-Sargin, que na atualidade são respectivamente conhecidas pelos nomes de Konyurgik, Nimrud, e Khorsabad. Em vez de Dur-Sargin, o livro do Gênesis menciona Resém ‘entre Nínive e Calá’ (Gn 10.12). Destas cidades é Nínive, pelo menos, tão antiga como Assur. Assíria só começou a levantar-se quando a monarquia babilônica já se ia tornando velha. Antes disso, o país tinha o nome de Gútio (Curdistão), o qual tem sido identificado com o de Goim, ou ‘nações’, a que se refere Gn 14.1, e das quais foi Tidal o rei. Parece ter havido tempo em que os príncipes de Assur eram meros governadores, nomeados pelos imperadores de Babilônia, visto como os mais antigos de que temos conhecimento se chamavam a si mesmos vice-reis e não reis. os primeiros possuidores desta terra, geralmente denominados acadianos, foram os que inventaram o sistema cuneiforme de escrever, e fundaram as principais cidades da Babilônia, sendo, também, os construtores dos mais antigos monumentos babilônicos que se conhecem. (*veja Babilônia.) Embora os invasores semitas tenham subjugado o povo da Acádia, este, contudo, sobreviveu por muito tempo na sua língua, que, ocupando o mesmo lugar que a latina na Europa, era geralmente conhecida dos babilônios educados. os babilônios eram agricultores, mas os assírios eram um povo militar e comercial, simples nos seus costumes, mas cruéis e ferozes, empalando e queimando vivos os habitantes das cidades conquistadas. Constituíam um poder realmente militar, mas destruída a sua grande fortaleza de Nínive, a própria nação se extinguiu (*veja Nínive). ‘Resumo histórico’. Pouco sabemos dos primeiros chefes da Assíria, exceto os seus nomes, sendo Bel-Capcapi o seu primeiro rei, e já não vice-rei (séc. 16 a.C.). Por alguns séculos ocupa-se a História das lutas que o povo assírio teve de sustentar com a Babilônia. Rimom-Hirari i (1320 a. C.) deixou inscrições nas quais vêm mencionadas as suas guerras. Seu filho fundou a cidade de Calá, e seis gerações dos seus descendentes se sentaram no trono da Assíria. Veio depois Tiglate-Pileser ii, fundador do primeiro império assírio, estendendo os seus limites desde a Cilícia, para o ocidente, até o Curdistão ao oriente. Quando este conquistador alcançou o mar Mediterrâneo, depois de ter subjugado os heteus, simbolizou essa conquista do mar por meio de um navio em que ele navegava, matando um delfim. Embelezou Nínive, e no ano de 1130 sitiou a cidade de Babilônia, tomando-a. (*veja Tiglate-Pileser.) Mas as conquistas de Tiglate-Pileser foram-se perdendo nos reinados seguintes, durante os quais se levantou e se alargou o reino de Davi e Salomão. Todavia, nos anos 911 a 858 a.C., o império da Assíria mais uma vez reviveu, tornando-se notáveis as jornadas dos monarcas conquistadores pelas horríveis barbaridades praticadas, tais como empalações e pirâmides de cabeças humanas. os exércitos de Assur-Natsirpal invadiram a Armênia, Mesopotâmia, Hindustão, Babilônia, Fenícia, ao passo que os de Salmaneser ii, o que submeteu oséias, estenderam mais os limites da nação, marcando o auge do poderio assírio. Num dos monumentos deste rei estão traçadas as figuras dos portadores de tributos de ‘Jeú, filho de onri’. Para se defenderem contra Salmaneser ii, os reis dos povos vizinhos formaram uma confederação. Entre estes acha-se mencionado ‘Acabe de israel’, que forneceu para a guerra 2.000 carros e 10.000 homens de infantaria. (*veja Acabe, Ben-Hadade ii.) Doze anos mais tarde, quando Hazael, rei da Síria, ocupava o trono de Damasco, marchou contra ele Salmaneser, sitiando esta cidade. Foi nesta conjuntura que Jeú se apresentou com ofertas de tributos e de submissão. (*veja Jeú.) A revolta de vinte e sete cidades, incluindo Nínive e Assur, obrigou Salmaneser ii a conservar-se na sua nação, bem como seu filho e sucessor. Mas Rimom-Nirari iii (810 a 781 a. C.) compeliu os fenícios, os israelitas, os edomitas e os filisteus a pagarem-lhe tributo. Desde esta ocasião decaiu esta potência até que, no ano de 745 a.C., Pul se apoderou da coroa, tomando o nome de Tiglate-Pileser iV – e assim foi fundado o segundo império da Assíria. (*veja Pul.) Este monarca fortaleceu grandemente a Assíria e inaugurou uma política de extensão e consolidação, que foi sustentada com êxito pelos seus sucessores. Era tal o terror que o seu nome infundia, que os reis de países pequenos, como Eniel de Hamate, Uzias de Judá, Rezim da Síria,